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ID
5427376
Banca
Aeronáutica
Órgão
CIAAR
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O youtuber e Machado de Assis, ou uma polêmica bem-vinda
Cláudia Costin*

    1§ Uma polêmica apareceu nos últimos dias, nas redes sociais, a partir de um comentário do youtuber Felipe Neto, sobre a atitude de escolas que tornam as obras de Machado de Assis obrigatórias. Segundo ele, o que estas deveriam promover seria a leitura por prazer, de forma a constituir, nas jovens mentes, o hábito de ler como uma atividade para toda a vida.
    2§ Devo me confessar uma grande admiradora de Machado de Assis, um de nossos maiores escritores, um homem à frente de sua época, crítico de valores associados a aparências e à superficialidade humana na busca de status e do bacharelismo vigente. Mas entendi que nem sempre a linguagem do século 19 pode ser fácil para os adolescentes deste tempo de informações imediatas e superficiais. 
    3§ Num contexto em que adultos letrados leem muito pouco e não são vistos lendo livros por seus filhos, é compreensível que os jovens não percam tempo lendo outra coisa que não o que a escola lhes exige. A última edição da pesquisa Retratos da Leitura coloca-nos claramente como um país de não leitores. A média de livros lidos entre os entrevistados por ano é de 4,95 e só 2,55 deles lidos por inteiro. 
    4§ Cabe sim à escola fomentar a leitura por prazer, oferecendo livros que atraiam o interesse das novas gerações. Em tempos em que o trabalho humano, inclusive o que demanda habilidades mentais, vem sendo substituído por algoritmos, formar pensadores independentes, com um repertório cultural variado, aptos a entender a cultura de seu tempo e sua gênese, torna-se uma prioridade.
    5§ E a literatura nos ajuda a entender não só fatos pretéritos, mas as análises que, a cada época, eram feitas sobre a organização da sociedade. Machado, nesse sentido, é fundamental e merece, dia a dia, uma introdução à altura, instigante e engajadora, feita por bons professores, que orientem os alunos na leitura de suas obras e os ajudem a nelas navegar com profundidade e prazer estético.

* Diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial.
Folha de S. Paulo, Opinião, 29 jan. 2021, p. A2. Adaptado.

Leia os textos a seguir.


TEXTO I

“Palavra invariável que liga um termo dependente a um outro termo principal, estabelecendo uma relação entre ambos.”
CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Companha Editora Nacional, 2010, p. 268.

TEXTO II
“Machado, nesse sentido, é fundamental e merece uma introdução à altura, instigante e engajadora, feita por bons professores, que orientem os alunos na leitura de suas obras e os ajudem a nelas navegar com profundidade e prazer estético.” (5§)

É correto afirmar que o termo em destaque no Texto II ao qual se aplica o conceito apresentado no Texto I é

Alternativas
Comentários
  • oxi, voinha já dizia "tu vai vê coisa..."

    kkkkkkk

  • uai kkk, entendi mas não entendi, porém acertei

  • Acertei, entender é uma palavra forte kkkk

  • Essa é uma questão sobre conceitos de classes gramaticais, em que o candidato teria que identificar, entre as opções, qual palavra se encaixa na definição dada no texto I.

    No entanto, uma falha na formatação acabou por destacar, no texto II, apenas a palavra “com", a qual constitui a opção correta, que é a letra C, e que se encaixa perfeitamente na definição contida no texto I, que traz a definição de Cegalla para o conceito de preposição.

    Para que tiremos proveito da questão, mesmo já sabendo sua resposta, iremos destacar aqui que, nas letras A e B, temos um artigo definido e um indefinido, respectivamente. Além disso, a opção D apresenta um pronome possessivo. Agora, vejamos como o excelente gramático Cegalla define esses termos na mesma obra usada como referência para a construção dessa questão.

    Sobre os artigos, ele nos diz o seguinte:

    Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para dar aos seres um sentido determinado ou indeterminado.

    Indica, ao mesmo tempo, o gênero e o número dos substantivos.

    Já a respeito dos pronomes, temos a seguinte declaração:

    Pronomes são palavras que substituem o substantivo ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.

    Pessoa do discurso é a que participa ou é objeto do ato de comunicação.

    Já sobre os pronomes possessivos, especificamente, diz-se o que segue:

    Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma

    coisa. Por exemplo, na frase:

    Meu relógio estava atrasado.

    a palavra meu informa que o relógio pertence à 1 ª pessoa (eu). Meu, portanto, é um pronome

    possessivo.

     Dessa forma, embora a formatação tenha sido veiculada com um pequeno equívoco, é válido destacar como os conceitos gramaticais que norteiam a questão aparecem em um das mais importantes gramáticas de nossa língua.

    Gabarito do Professor: Letra C.

    CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Companha Editora Nacional, 2010, pp. 157, 179 e 182.

  • não acreditei que tava tão óbvio, e acabei errando kkk pqp
  • Pra mim tudo fez pouco ou nenhum sentido, mas chutei pela descrição "Palavra INVARIÁVEL". Todas as outras são variáveis.