SóProvas


ID
5507809
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
Prefeitura de João Pessoa - PB
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Borderline: o transtorno que faz pessoas irem do "céu ao inferno" em horas


Tatiana Pronin


Uma alegria contagiante pode se transformar em tristeza profunda em um piscar de olhos porque alguém "pisou na bola". O amor intenso vira ódio profundo, porque a atitude foi interpretada como traição; o sentimento sai de controle e se traduz em gritos, palavrões e até socos. E, então, bate uma culpa enorme e o medo de ser abandonado, como sempre. Dá vontade de se cortar, de beber e até de morrer, porque a dor, o vazio e a raiva de si mesmo são insuportáveis. As emoções e comportamentos exaltados podem dar uma ideia do que vive alguém com transtorno de personalidade borderline (ou "limítrofe"). 

Reconhecido como um dos transtornos mais lesivos, leva a episódios de automutilação, abuso de substâncias e agressões físicas. Além disso, cerca de 10% dos pacientes cometem suicídio. Além da montanha-russa emocional e da dificuldade em controlar os impulsos, o borderline tende a enxergar a si mesmo e aos outros na base do "tudo ou nada", o que torna as relações familiares, amorosas, de amizade e até mesmo a com o médico ou terapeuta extremamente desgastantes.

Muitos comportamentos do "border" (apelido usado pelos especialistas) lembram os de um jovem rebelde sem tolerância à frustração. Mas, enquanto um adolescente problemático pode melhorar com o tempo ou depois de uma boa terapia, o adulto com o transtorno parece alguém cujo lado afetivo não amadurece nunca.

Ainda que seja inteligente, talentoso e brilhante no que faz, reage como uma criança ao se relacionar com os outros e com as próprias emoções — o que os psicanalistas chamam de "ego imaturo". Em muitos casos, o transtorno fica camuflado entre outros, como o bipolar, a depressão e o uso abusivo de álcool, remédios e drogas ilícitas. 

De forma resumida, um transtorno de personalidade pode ser descrito como um jeito de ser, de sentir, se perceber e se relacionar com os outros que foge do padrão considerado "normal" ou saudável. Ou seja, causa sofrimento para a própria pessoa e/ou para os outros. Enquadrar um indivíduo em uma categoria não é fácil — cada pessoa é um universo, com características próprias. [...]

O diagnóstico é bem mais frequente entre as mulheres, mas estudos sugerem que a incidência seja igual em ambos os sexos. O que acontece é que elas tendem a pedir mais socorro, enquanto os homens são mais propensos a se meter em encrencas, ir para a cadeira ou até morrer mais precocemente por causa de comportamentos de risco. Quase sempre o transtorno é identificado em adultos jovens e os sintomas tendem a se tornar atenuados com o passar da idade.

Transtornos de personalidade são diferentes de transtornos mentais (como depressão, ansiedade, transtorno bipolar, psicose etc.), embora seja difícil para leigos e desafiante até para especialistas fazer essa distinção, já que sobreposições ou comorbidades (existência de duas ou mais condições ao mesmo tempo) são muito frequentes. Não é raro que o borderline desenvolva transtorno bipolar, depressão, transtornos alimentares (em especial a bulimia), estresse pós-traumático, déficit de atenção/hiperatividade e transtorno por abuso de substâncias, entre outros. [...]

O paciente borderline sofre os períodos de instabilidade mais intensos no início da vida adulta. Há situações de crise, ou maior descontrole, que podem até resultar em internações porque o paciente coloca sua própria vida ou a dos outros em risco. Por volta dos 40 ou 50 anos, a maioria dos "borders" melhora bastante, probabilidade que aumenta se o paciente se engaja no tratamento. [...] 

Medicamentos ajudam a aliviar os sintomas depressivos, a agressividade e o perfeccionismo exagerado, e são ainda mais importantes quando existe um transtorno mental associado. Os fármacos mais utilizados são os antidepressivos (flluoxetina, escitalopram, venlafaxina etc.), os estabilizadores de humor (lítio, lamotrigina, ácido valproico etc.), os antipsicóticos (olanzapina, risperidona, quietiapina etc.) e, em situações pontuais, sedativos ou remédios para dormir (clonazepan, diazepan, alprazolan etc.). Esses últimos costumam ser até solicitados pelos pacientes, mas devem ser evitados ao máximo, porque podem afrouxar o controle dos impulsos, assim como o álcool, além de causarem dependência. [...] 


Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2018/04/16/borderline-a-doenca-que-faz-10-dos-diagnosticados-cometerem-suicidio.htm. Acesso em: 04 jan. 2021.


Considerando o seguinte excerto, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.

“O diagnóstico é bem mais frequente entre as mulheres, mas estudos sugerem que a incidência seja igual em ambos os sexos.”.

( ) Os termos “diagnóstico” e “incidência” são acentuados devido à mesma regra de acentuação em Língua Portuguesa.
( ) No termo “frequente”, há um encontro consonantal em “fr”.
( ) O vocábulo “mulheres” apresenta um dígrafo e um encontro consonantal.
( ) As palavras “frequente”, “mulheres” e “incidência” são todas paroxítonas.
( ) O termo “sexos” apresenta cinco letras e seis fonemas. 

Alternativas
Comentários
  • Gabarito na alternativa C

    Solicita-se julgamento das assertivas:

    (F) Os termos “diagnóstico” e “incidência” são acentuados devido à mesma regra de acentuação em Língua Portuguesa. 

    O termo “diagnóstico” é proparoxítona; o termo “incidência” é paroxítona terminada em ditongo crescente.

    (V) No termo “frequente”, há um encontro consonantal em “fr”. 

    Há um encontro consonantal perfeito conforme indicado na assertiva.

    (F) O vocábulo “mulheres” apresenta um dígrafo e um encontro consonantal. 

    Há no termo um dígrafo consonantal em “mulheres”, mas não há encontro consonantal.

    (V) As palavras “frequente”, “mulheres” e “incidência” são todas paroxítonas. 

    Os três termos são paroxítonas, apenas o último, uma paroxítona terminada em ditongo crescente, acentuado.

    (V) O termo “sexos” apresenta cinco letras e seis fonemas. 

    Foneticamente: "seksos".

  • Fala sério, errei somente poq a palavra ''sexo'' está no plural, logo eu contei 4 letras kk

  • ►REGRA GERAL

    →Quando a palavra for OXÍTONA e esta terminar em uma dessas vogais, acentua-se: A(s), E(s), O(s), EM(s). (Oxítona é somente acentuada nessas terminações).

    →Quando a palavra for PAROXÍTONA e esta terminar em uma dessas vogais, não acentua-se: A(s), E(s), O(s), EM(s). (Mas a Paroxítona com qualquer outra terminação, acentua-se.)

    Palavras terminadas em hiato; com a sílaba anterior acentuada são indivisíveis. Exemplos: fa-mí-lia, pá-tria.

    →Toda PROPAROXÍTONA é acentuada.

    ►PECULIARIDADES

    Regra do Hiato (duas vogais): I e U, isolados ou acompanhadas por "S", recebem acento gráfico.

    Exemplo: sa-í-da.(A regra do hiato se sobrepõem a regra da paroxítona.)

    Exemplo: Lu-ís

    Exemplo: Lu-iz (Não tem acento, somente havendo caso fosse um "S".)

    Monossílabos tônicos terminados em A(s), E(s), O(s), acentua-se.

    Monossílabos tônicos terminados em I(s) e U(s), não acentua-se.

    Exemplo: Pá, fé, pó, vó.

    →Ditongos abertos "EI" e "OI" em palavras PAROXÍTONAS, perderam o acento, contudo, manteve-se o acento em palavras OXÍTONAS.

    Exemplo: He-roi-co

    Exemplo: He-rói.

    OBSERVAÇÃO:

    Retirou-se o acento das palavras CRÊEM, LÊEM, DÊEM, VÊEM.

  • Mulheres

    DÍGRAFO - encontro de duas letras que produzem um único som.

    Dígrafo consonantal - sempre: nh, ch, lh, rr, ss

    mu - je - res - 8 letras / 7 fonemas

    ENCONTRO CONSONANTAL - encontro de duas consoantes, ambas pronunciadas.

    Portanto, O vocábulo “mulheres” apresenta um dígrafo e um encontro consonantal (ERRADA)

  • SEKXOS =

    5 LETRAS

    6 FONEMAS

  • Dígrafo e encontro consonantal são a mesma coisa? ... No dígrafo, as duas letras ficam juntas, mas possuem o som de uma letra só. Já no encontro consonantal, duas consoantes ficam juntas, mas cada uma produz o seu próprio som.

  • pão pão, queijo queijo

  • Até nas questões sou ruim em sexo.
  • A questão requer conhecimento acerca de fonética: encontros vocálicos (ditongo, tritongo e hiato), encontros consonantais e dígrafo; regras de acentuação gráfica. 

    ( F ) Os termos “diagnóstico" e “incidência" são acentuados devido à mesma regra de acentuação em Língua Portuguesa. Falso. “Diagnóstico" recebe acento gráfico por ser proparoxítona; “incidência" por ser paroxítona terminada em ditongo oral. 

    ( V   ) No termo “frequente", há um encontro consonantal em “fr". Verdadeiro. Encontro consonantal típico, isto é, duas consoantes na mesma sílaba.


    ( F   ) O vocábulo “mulheres" apresenta um dígrafo e um encontro consonantal. Falso. Só há dígrafo consonantal “lh".

    ( V   ) As palavras “frequente", “mulheres" e “incidência" são todas paroxítonas. Verdadeiro. Nas três palavras, a tonicidade está na penúltima sílaba. 

    ( V  ) O termo “sexos" apresenta cinco letras e seis fonemas. Verdadeiro. A letra “x" tem som dos fonemas /k/ e /s/. 

    Diante disso, a sequência correta de cima para baixo é F, V, F, V, V. 

    Gabarito da Professora: Letra C.

  • GAB - C

    Dífono: uma letra que possui dois sons -> X tem som de CS, por isso emite dois fonemas

  • Considerando o seguinte excerto, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.

    “O diagnóstico é bem mais frequente entre as mulheres, mas estudos sugerem que a incidência seja igual em ambos os sexos.”.

    (F) Os termos “diagnóstico” e “incidência” são acentuados devido à mesma regra de acentuação em Língua Portuguesa. (V) No termo “frequente”, há um encontro consonantal em “fr”. (F) O vocábulo “mulheres” apresenta um dígrafo e um encontro consonantal. (V) As palavras “frequente”, “mulheres” e “incidência” são todas paroxítonas. (V) O termo “sexos” apresenta cinco letras e seis fonemas. 

    F – V – F – V – F.

    V – F – V – F – V. 

    FVFVV

    F – Uma proparoxítona e a outra paroxítona terminada em ditongo crescente.

    Acentuam-se todas as proparoxítonas.

    Não se acentuam as paroxítonas terminadas em a(s), e(s), o(s), em e ens.

    Acentuam-se as paroxítonas terminadas em L-I-N-U-R-X-ÃO(s)- UM, UNS, PS- Ditongo.

    V – encontro consonantal caracteriza-se ao mesmo tempo que há duas consoantes na mesma sílaba.

    F – dígrafo significa duas letras com um só som. Só há dígrafo.

    V – todas as palavras são paroxítonas, isto é, tonicidade na penúltima sílaba.

    V – Sexos – 5 letras.

    Sexos – 6 fonemas – S/e/k/s/o/s

    V – V – F – F – F.

    F – F – V – V – V.

  • Eu jurava que a AOCP considerava paroxítona terminada em ditongo como proparoxítona eventual.

  • Encontro consonantal é a sequência de duas ou mais consoantes numa palavra, sem existir uma vogal no meio delas. Ex.: pedra (pe-dra)

    Encontro consonantal perfeito ocorre quando, na divisão silábica, as consoantes se mantêm inseparáveis, permanecendo dentro da mesma sílaba. Ex.: Brasil (Bra-sil)

    Dígrafo: é a reunião de duas letras para a emissão de um som.

    Ocorrem dígrafos consonantais quando há o encontro de duas letras formando um único som consonantal. São eles: lh, ch, nh, rr, ss, qu, gu, sc, sç, xc, xs.

    Ocorrem dígrafos vocálicos quando há o encontro de duas letras formando um único som vocálico. São eles: am, em, im, om, um, an, en, in, on, un.

    >> Se há DÍGRAFO não há ENCONTRO.

    Gabarito: letra c

    A vontade não permite indisciplina.