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Em seus ensaios, Sitte fala da cidade moderna, e seu discurso é limitado ao campo que é chamado de “artístic”, ou seja, à decoração que se pode observar nos centros representativos e nos bairros de moradia (...); ele observa a paisagem da nova cidade tal como ela emerge dos canteiros dos decênios precedentes, revela seus inconvenientes – monotonia, regularidade excessiva, simetria a qualquer custo, espaços inarticulados e desproporcionais à arquitetura –, comparando-os aos méritos das cidades antigas, especialmente às medievais, que possuem ambiente pitoresco e articulados segundo as funções, composições assimétricas, hierarquia de espaços em relação adequada com o edifício (Benevolo, 1976). A cidade deveria, portanto, ser estudada e trabalhada como obra de arte, valorizada como objeto estético, em que centros históricos e espaços belos e acolhedores, como as praças, deveriam ser preservados.
Fonte: Dissertação arquiteto RICARDO TREVISAN pela Universidade Federal de São Carlos.
Gabarito: C
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O arquiteto Camillo Sitte (1843-1903), formado pela Escola Imperial e Real
das Artes Industriais de Viena - Áustria, elaborou um tratado pelo qual as
cidades deveriam ser planejadas, que abordava principalmente a estética das
cidades, planejando-a como obra de artes, o que denominou de a Cidade
Artística. Para o arquiteto, a cidade histórica existente deveria ser vivida e
reconhecida (Genius Loci) antes de serem feitas mudanças em seu plano urbano.
Sitte criticava os planos de reforma urbanas das cidades modernas, como Paris
(Haussmann) e Viena (Ringstrasse) por serem “aniquiladoras da vida pública", monótonas,
excessivamente regulares, simétricas e com
espaços inarticulados e
desproporcionais à arquitetura
. Ainda, o arquiteto defendia a cidade história
– segundo Benelovo, aquelas que possuem ambiente pitoresco e articulados
segundo as funções, composições assimétricas, hierarquia de espaços em relação
adequada com o edifício (
apud Trevisan, 2004) – e que deveria ser preservada enquanto obra
de arte, construída por todos, coletivamente.
Gabarito: Alternativa C.
Fonte: TREVISAN, Ricardo. Incorporação do ideário da Garden-City inglesa
na urbanística brasileira: Águas de São Pedro. São Carlos: UFSCar, 2004.
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Observe que a questão usa a palavra RELEVA e não REVELA, não sei se foi um erro da banca ou do qconcursos, mas muda o sentido da questão.
Assumindo que foi um erro e a palavra correta deveria ser REVELA, as demais alternativas são as propostas de Sitte para projetar uma cidade moderna:
- Composições assimétricas
- Monumentos deslocados do centro geométrico das praças.
- Ambientes pitorescos, mas sem uniformidade.
- Recintos com irregularidade
(- Espaços inarticulados ou muito grandes podem ser subdivididos a fim de criar outros ambientes.
- Formas abertas podem ser substituídas por outras fachadas.
- Assimetrias parciais deveriam ser constituídas, a fim de suavizar a simetria da cidade moderna.
- Deslocar monumentos do centro geométrico das praças para outros locais mais distantes. )