SóProvas


ID
5546761
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
SEDUC-AL
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Oh, Deus, meu Deus, que misérias e enganos não experimentei, quando simples criança me propunham vida reta e obediência aos mestres, a fim de mais tarde brilhar no mundo e me ilustrar nas artes da língua, servil instrumento da ambição e da cobiça dos homens.
     Fui mandado à escola para aprender as primeiras letras, cuja utilidade eu, infeliz, ignorava. Todavia, batiam-me se no estudo me deixava levar pela preguiça. As pessoas grandes louvavam esta severidade. Muitos dos nossos predecessores na vida tinham traçado estas vias dolorosas, por onde éramos obrigados a caminhar, multiplicando os trabalhos e as dores aos filhos de Adão. Encontrei, porém, Senhor, homens que Vos imploravam, e deles aprendi, na medida em que me foi possível, que éreis alguma coisa de grande e que podíeis, apesar de invisível aos sentidos, ouvir-nos e socorrer-nos.
  Ainda menino, comecei a rezar-Vos como a “meu auxílio e refúgio”, desembaraçando-me das peias da língua para Vos invocar. Embora criança, mas com ardente fervor, pedia-Vos que na escola não fosse açoitado. 
     Quando me não atendíeis — “o que era para meu proveito” —, as pessoas mais velhas e até os meus próprios pais, que, afinal, me não desejavam mal, riam-se dos açoites — o meu maior e mais penoso suplício.
     Contudo, pecava por negligência, escrevendo, lendo e aprendendo as lições com menos cuidado do que de nós exigiam.
    Senhor, não era a memória ou a inteligência que me faltavam, pois me dotastes com o suficiente para aquela idade. Mas gostava de jogar, e aqueles que me castigavam procediam de modo idêntico! As ninharias, porém, dos homens chamam-se negócios; e as dos meninos, sendo da mesma natureza, são punidas pelos grandes, sem que ninguém se compadeça da criança, nem do homem, nem de ambos. 

Santo Agostinho. Confissões. Montecristo Editora. Edição do Kindle, p. 23-24 (com adaptações).

Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue os itens a seguir. 

No trecho “batiam-me se no estudo me deixava levar pela preguiça” (segundo parágrafo), a substituição do termo “se” por quando seria gramaticalmente correta e manteria a coerência do texto. 

Alternativas
Comentários
  • Muda o sentido, mas a correção gramatical e coerência são mantidas.

  • Nenhuma problema para a coerência nem para correção gramatical a substituição sugerida pela banca.

    GABARITO: CERTO

  • Questão boa.

    CESPE cobrando o "SE" com sentido temporal. Normalmente essa partícula tem valor condicional e dá para perceber pelo verbo no modo subjuntivo. O que não foi o caso da questão.

    O verbo "deixava" mostra que não há valor condicional na oração, sendo perfeitamente substituível pela conjunção temporal QUANDO.

  • Questão boa.

    CESPE cobrando o "SE" com sentido temporal. Normalmente essa partícula tem valor condicional e dá para perceber pelo verbo no modo subjuntivo. O que não foi o caso da questão.

    O verbo "deixava" mostra que não há valor condicional na oração, sendo perfeitamente substituível pela conjunção temporal QUANDO.

  • algumas Conjunções Subordinativas Temporais:

    Desde que

    enquanto apenas

    mal

    quando

    assim como

    #Rumoas40milquestoes

    a busca da classificação

    ``Grandes realizações não são feitas por impulso, mas por uma soma de pequenas realizações``

  • Mudaria apenas o sentido

  • GAB C

    Reforçando os colegas :

    Quando a CESPE afirma “… a reescrita mantém os sentidos do texto”, ela se refere aos sentidos originais do texto, ou seja, quer saber se esse sentido foi ou não alterado com a reescrita proposta.

    Quando a CESPE afirma “… a reescrita mantém a coerência no texto”, ela se refere à lógica das ideias, ou seja, quer saber se faz sentido ou não aquela reescrita proposta.

    Quando a CESPE afirma “… a reescrita mantém a correção gramatical”, ela está unicamente interessada em saber se as regras gramaticais – de ortografia, pontuação, concordância, etc. – são obedecidas.

  • Gabarito : Certo.

  • ·Conjunção QUANDO é tipicamente temporal, mas pode assumir a forma condicional como no caso da questão

  • “batiam-me se no estudo me deixava levar pela preguiça” 

    Pessoal, não há condição, só uma temporalidade.

    Esse SE é temporal. E, por óbvio, pode ser trocado perfeitamente pelo quando.

  • GABARITO CORRETO

    SOBRE SENTIDO: Muda o sentido , pois deixa de ser condicional e vira temporal

  • Para a CESPE não haveria nem mudança de sentido, ela aceita o SE como TEMPORAL.

    • Equivale a “quando”.
    • Os verbos da oração normalmente estão no presente do indicativo.
    • Exemplos:

    Se penso em você, começo a chorar de saudade.

    – “Consolo-o, se o vejo triste.” (Cegalla)

    Fonte: A Gramática para Concursos - Fernando Pestana.

  • Questão pede coerência e gramática e não sentido sendo assim a aplicação do termo quando em nada prejudica a construção estabelecida.

  • Acho que nem o sentido mudaria, pois não tem verbo no subjuntivo. O quando assume condição perfeitamente.

    Esperar a prof responder!

  • GABARITO: CERTO

    quando -> temporal

    se -> condicional

    A frase continua coerente -> com lógica.

    Se fosse sentido, estaria errada.

    A questão quer saber da coerência e não da lógica.

    ** sentido é diferente de coerência **

    Fonte: Adriana Figueiredo -cursos

  • Muda o sentido, mas não muda a coerência.

    "batiam-me se no estudo me deixava levar pela preguiça" = batiam no narrador na hipótese de ele se deixar levar pela preguiça no estudo

    "batiam-me quando no estudo me deixava levar pela preguiça" = batiam no narrador no momento em que ele se deixava levar pela preguiça durante os estudos

    Apesar da mudança de sentido (a referência passa de "hipótese" para "momento") o que a questão pede é a coerência, e, nesse sentido, vê-se que são bastante similares as ideias transmitidas por ambas as construções. Gabarito C

  • Coerência é diferente de sentido. Coerência é lógica.
  • Apenas mudaria o sentido pois passaria de uma condicional para uma temporal.

    Mas, a questão não pediu sentido. Então C

  • CERTO

    Conjunção condicional: se

    Conjunção temporal: quando

    • - A substituição de conjunções altera o sentido, mas não altera a coerência e nem a correção gramatical do texto.

    EX: substituição do trecho “se for considerado” por "quando considerado" preservaria a coerência e a correção gramatical do texto. (CESPE 2020)

  • Não haveria prejuízo gramatica ou na coerência.

    Também não haveria mudança de sentido o "quando" pode ser usado como conjunção temporal ou condicional, inclusive é muito comum ver problemas de raciocínio lógico utilizar a conjunção "quando" no lugar no "se.....então", marcando uma condicional.

    São conjunções condicionais: se, caso, salve se, contanto que, desde que, a menos que, a não ser que, quando, a + infinitivo.

    São conjunções temporais: quando, enquanto, logo que, sempre que, assim que, desde que, toda vez que, antes, depois, ao + infinitivo.

  • A questão não falou sobre a mudança do sentido. Somente se manteria a coerência e a correção gramatical.

    Gabarito: Certo

  • Se entendi como condicional, visto que a condição para baterem, era deixar-se levar pela preguiça.

  • ...batiam-me se no estudo me deixava levar pela preguiça...

    ...batiam-me quando no estudo me deixava levar pela preguiça...

    Mantém correção e coerência

    Muda sentido

  • Assertiva C

    a substituição do termo “se” por quando seria gramaticalmente correta e manteria a coerência do texto. 

  • MANTEM A CORREÇÃO E MANTEM A COERENCIA, MAS O SENTIDO FOI ALTERADO

  • Se fosse hipótese, o verbo estaria no subjuntivo. Neste caso o "se" esta fazendo o mesmo papel do "quando", por isso nem o sentido altera.

  • CORRETO.

    • Gramaticalmente correta
    • Manteria a coerência do texto. 
    • Sentido SERIA ALTERADO. A oração deixa de ser condicional e passa a ser temporal.