SóProvas


ID
5546785
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
SEDUC-AL
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    Oh, Deus, meu Deus, que misérias e enganos não experimentei, quando simples criança me propunham vida reta e obediência aos mestres, a fim de mais tarde brilhar no mundo e me ilustrar nas artes da língua, servil instrumento da ambição e da cobiça dos homens.
     Fui mandado à escola para aprender as primeiras letras, cuja utilidade eu, infeliz, ignorava. Todavia, batiam-me se no estudo me deixava levar pela preguiça. As pessoas grandes louvavam esta severidade. Muitos dos nossos predecessores na vida tinham traçado estas vias dolorosas, por onde éramos obrigados a caminhar, multiplicando os trabalhos e as dores aos filhos de Adão. Encontrei, porém, Senhor, homens que Vos imploravam, e deles aprendi, na medida em que me foi possível, que éreis alguma coisa de grande e que podíeis, apesar de invisível aos sentidos, ouvir-nos e socorrer-nos.
  Ainda menino, comecei a rezar-Vos como a “meu auxílio e refúgio”, desembaraçando-me das peias da língua para Vos invocar. Embora criança, mas com ardente fervor, pedia-Vos que na escola não fosse açoitado. 
     Quando me não atendíeis — “o que era para meu proveito” —, as pessoas mais velhas e até os meus próprios pais, que, afinal, me não desejavam mal, riam-se dos açoites — o meu maior e mais penoso suplício.
     Contudo, pecava por negligência, escrevendo, lendo e aprendendo as lições com menos cuidado do que de nós exigiam.
    Senhor, não era a memória ou a inteligência que me faltavam, pois me dotastes com o suficiente para aquela idade. Mas gostava de jogar, e aqueles que me castigavam procediam de modo idêntico! As ninharias, porém, dos homens chamam-se negócios; e as dos meninos, sendo da mesma natureza, são punidas pelos grandes, sem que ninguém se compadeça da criança, nem do homem, nem de ambos. 

Santo Agostinho. Confissões. Montecristo Editora. Edição do Kindle, p. 23-24 (com adaptações).

Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue os itens a seguir. 

Mantendo-se a coerência do texto, o trecho “com menos cuidado do que de nós exigiam” (quinto parágrafo) poderia ser corretamente reescrito da seguinte forma: com menos zelo do que nos era exigido. 

Alternativas
Comentários
  • GAB C

    Revisão :

    Quando a CESPE afirma “… a reescrita mantém os sentidos do texto”, ela se refere aos sentidos originais do texto, ou seja, quer saber se esse sentido foi ou não alterado com a reescrita proposta.

    Quando a CESPE afirma “… a reescrita mantém a coerência no texto”, ela se refere à lógica das ideias, ou seja, quer saber se faz sentido ou não aquela reescrita proposta.

    Quando a CESPE afirma “… a reescrita mantém a correção gramatical”, ela está unicamente interessada em saber se as regras gramaticais – de ortografia, pontuação, concordância, etc. – são obedecidas.

  • Acredito que esteja certa porque as duas formas verbais se mantiveram no pretérito

  • Apenas um adendo: como se trata de uma locução verbal com verbo principal no particípio (era exigido), sendo ainda a locução antecedida por palavra atrativa (que), a colocação pronominal poderia dar-se de duas formas:

    1) Próclise ao auxiliar: "com menos zelo do que nos era exigido."

    2) Próclise ao principal: "com menos zelo do que era nos exigido."

    Mas jamais da seguinte forma:

    Ênclise ao auxiliar: "com menos zelo do que era-nos exigido."

  • Gabarito : Certo.

  • CERTO

    Redação original:

    "com menos cuidado do que de nos exigiam

    Proposta De redação:

    com menos zelo do que nos era exigido

    A proposta de redação respeita a coerência.

    Bons estudos!!

  • Gab c!

    "com menos cuidado do que de nos exigiam” (Pretérito Imperfeito indicativo)

    com menos zelo do que nos era exigido.  (era = Pretérito Imperfeito indicativo). formando uma locução verbal com o verbo exigir no particípio.

  • CERTO

    "com menos cuidado do que de nos exigiam” (Pretérito Imperfeito indicativo)

    ESTUDE, SUAS LÁGRIMAS SÃO MAIS VALIOSAS,, DO QUE QUALQUER SORRISO FALSO AO SEU REDOR.!!!

  • Então, há erro pessoal, pois no enunciado dizem: Nós exigiam... Nas alternativas, consta que o enunciado era: Nos exigiam.

    Quem está certo. O enunciado do QC ou o pessoal que estuda?

  • Veremos

  • Gabarito C.

    “Com menos cuidado do que de nós exigiam.” Com menos zelo do que nos era exigido. As duas alternativas têm sujeito indeterminado. A primeira no pretérito imperfeito, e a segunda no pretérito perfeito, mas não muda o sentido. De nós exigiam, ou o que nos era exigido.

  • Certo

    Zelo e cuidado são sinônimos.

  • O vocábulo "que" sempre será fator atrativo de próclise.

    Que - como conjunção integrante tanto nas Orações Subordinadas Adverbiais (CAUSAIS, CONSECUTIVAS, TEMPORAIS, COMPARATIVAS e FINAIS); como nas Orações Coordenadas (EXPLICATIVAS)

    Que - como pronome relativo

  • achei que deveria manter-se no plural também na reescrita ..

  • Se fosse NOS exigiam teria entendido melhor.

  • Posição do pronome em locuções verbais:

    SEM FATOR DE ATRAÇÃO: EM QUALQUER LUGAR.

    COM FATOR DE ATRAÇÃO: NAS EXTREMIDADES.

    GABARITO: CORRETO

  • Reforçando o comentário de Marcelo :

    Quando a CESPE afirma “… a reescrita mantém os sentidos do texto”, ela se refere aos sentidos originais do texto, ou seja, quer saber se esse sentido foi ou não alterado com a reescrita proposta.

    Quando a CESPE afirma “… a reescrita mantém a coerência no texto”, ela se refere à lógica das ideias, ou seja, quer saber se faz sentido ou não aquela reescrita proposta.

    Quando a CESPE afirma “… a reescrita mantém a correção gramatical”, ela está unicamente interessada em saber se as regras gramaticais – de ortografia, pontuação, concordância, etc. – são obedecidas.

    Vale para a Quadrix também

    Começei a fazer questões como base nas indicações acima e está dando certo.

  • Questão de coerência dá um medo de marcar.
  • CERTO

    TEMOS QUE LEMBRAR DOS SINÔNIMOS

    VOCÊ PERCEBE QUE ESTÁ NO CAMINHO CERTO, QUANDO AS PESSOAS COMEÇAREM A TE IGNORAR.CONTINUE ESTUDANDO!!!

  • Errei por culpa dessa mala do assento em "nós".

  • o "que" atrai todos os pronomes átonos para perto dele (próclise).

  • EAI CONCURSEIRO!!!

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  • A exigência era do agente de outros com ele voz ativa: com menos cuidado do que de NÓS exigiam

    A exigência recai sobre eles voz passiva: com menos zelo do que NOS era exigido

    correto gramaticalmente esta, mas a referência muda; não mantém o sentido!!!

  • Mantém a coerência

    Muda o sentido

  • é só pra ver a coerência, a correção quesefoda

  • A única coisa que me confundiu foi esse acento em "nós" de "nós exigiam". Se "nós" estivesse conjugando o verbo exigir, o certo seria "nós exigíamos", mas no contexto da frase me parece mais que o certo seria "nos exigiam" (sem acento).

  • gab. certo

    PALAVRA INVARIÁVEL É PALAVRA ATRATIVA

    "que" é palavra atrativa --> próclise é obrigatória

  • que tiver com dificuldade nesse assunto assiste essa aula aqui:

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  • O certo gramaticalmente seria " com menos zelo do que DE NÓS era exigido".... é permitida a substituição do objeto indireto, introduzido pela preposição "de", pelo pronome átono? Achava que essa construção apenas era possível com a preposição "a".... alguém pode resolver essa questão, embasada em uma boa gramática normativa?

  • Gabarito: certo!

    Analisando:

    • "Com menos cuidado" é equivalente a "com menos zelo";
    • Tempo verbal: pretérito perfeito na escrita original e o mesmo tempo mantido na reescritura (ERA exigido);
    • Colocação pronominal correta na reescritura, em próclise com o verbo principal mas tb sendo possível a colocação do pronome em próclise ao verbo principal.