- ID
- 5620078
- Banca
- INSTITUTO MAIS
- Órgão
- IPREVSANTOS
- Ano
- 2021
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Leia o texto abaixo para responder à questão.
O homem deve reencontrar o paraíso
Naus e navegação têm sido uma das mais poderosas
imagens na mente dos poetas. Não só os poetas. C. Wright Mills,
um sociólogo sábio, comparou a nossa civilização a uma galera
que navega pelos mares. Nos porões estão os remadores.
Remam com precisão cada vez maior. A cada novo dia recebem
remos novos, mais perfeitos. O ritmo das remadas acelera.
Sabem tudo sobre a ciência do remar. A galera navega cada vez
mais rápido. Mas, inquiridos sobre o porto do destino, respondem
os remadores: o porto não nos importa. O que importa é a
velocidade com que navegamos.
C. Wright Mills usou esta metáfora para descrever a nossa
civilização por meio duma imagem plástica: multiplicam-se os
meios técnicos e científicos ao nosso dispor, que fazem com que
as mudanças sejam cada vez mais rápidas; mas não temos ideia
alguma de para onde navegamos. Para onde? Somente um
navegador louco ou perdido navegaria sem ter ideia do para
onde. Em relação à vida da sociedade, ela contém a busca de
uma utopia. Utopia, na linguagem comum, é usada
como sonho impossível de ser realizado. Mas não é isso.
Utopia é um ponto inatingível que indica uma direção.
Mário Quintana explicou a utopia com um verso: Se as
coisas são inatingíveis … ora! Não é motivo para não
querê-las … Que tristes os caminhos, se não fora a mágica
presença das estrelas! Karl Mannheim, outro sociólogo sábio que
poucos leem, já na década de 1920 diagnosticava a doença da
nossa civilização: não temos consciência de direções, não
escolhemos direções. Faltam-nos estrelas que nos indiquem o
destino.
Hoje, dizia ele, as únicas perguntas que são feitas,
determinadas pelo pragmatismo da tecnologia (o importante é
produzir o objeto) e pelo objetivismo da ciência (o importante é
saber como funciona), são: como posso fazer tal coisa? Como
posso resolver este problema concreto particular? E conclui: E
em todas essas perguntas sentimos o eco otimista: não preciso
de me preocupar com o todo, ele tomará conta de si mesmo.
(Rubem Alves. Gaiolas ou Asas. A arte do voo ou a
busca da alegria de aprender).
Analise o trecho abaixo.
“(...) multiplicam-se os meios técnicos e científicos ao nosso
dispor, ‘mas não temos ideia alguma de para onde
navegamos’”.
Assinale a alternativa que apresenta uma oração
coordenada do mesmo tipo da destacada acima.