SóProvas


ID
5636749
Banca
SELECON
Órgão
Prefeitura de São Gonçalo - RJ
Ano
2022
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto I


Um alerta contemporâneo


O planeta nunca foi o mesmo. Ao longo do tempo, temos passado ao largo dessa questão, como se ela não nos importasse para entendermos melhor onde estamos. E o que enfrentamos, a cada momento, para existir. Um simples dado ignorado sobre o planeta pode nos revelar alguma coisa fundamental sobre nós mesmos. Talvez esse simples dado, sobre a existência do que não conhecemos, nos explique o que não conseguimos explicar até agora.

O calor excessivo na Europa, as cheias no continente asiático, as recentes chuvas de inverno durante o nosso verão devem ser mais uma reação da natureza ao que temos feito de errado no mundo. Cada fenômeno desses é um gesto de nossos parceiros para nos chamar a atenção para o que deve estar errado. Ou, então, uma simples declaração de guerra, sei lá de que tipo.

Quando nossos erros se concluem antes de um desastre final, nossos parceiros deixam para lá, esperam que desvendemos o fracasso de nossas más ideias. Outro dia, um daqueles príncipes do Oriente Médio ofereceu ao Brasil fazer parte da Opep, a organização dos países exportadores de petróleo. Deve ter feito o convite porque quase ninguém mais quer saber da Opep, por causa das novas fontes de energia. Ninguém está mais a fim de gastar fortunas na exploração de petróleo, quando o mundo desenvolve e já usa novas fontes limpas de energia, como a eólica e a solar.

O novo coronavírus é um sinal desse confronto entre o que foi vantagem no passado e hoje não é mais. É uma formação natural de um mundo que ainda não conhecemos, equivalente ao que foi a Gripe Espanhola, no final da Primeira Guerra Mundial. Um alerta contemporâneo.

No dia 11 de novembro de 1918, era assinado o tratado de paz que encerrava a Grande Guerra. Com mais de 16 milhões de vítimas e histórias de arrepiar qualquer um de tanta violência e crueldade, essa guerra seria responsável por um número de mortes que acabou sendo pequeno perto de outra tragédia simultânea: a chamada Gripe Espanhola, que muitos acreditam ter interrompido de 30 a 50 milhões de vidas, em todos os continentes. Curiosamente, como o coronavírus, a trágica epidemia não era uma gripe, mas o resultado do surgimento e multiplicação de um vírus até então desconhecido.

Segundo historiadores da época, apesar do nome da epidemia, o vírus tinha sido trazido da costa leste americana para a Europa, pelos combatentes dos Estados Unidos, que haviam entrado na guerra em abril de 1918. Da Europa, os navios americanos e os de seus aliados o levaram para o resto do mundo, chegando ao Rio de Janeiro no mês de setembro daquele ano, num navio britânico que deixou aqui a gripe que não era gripe espalhada entre as meninas da Praça Mauá. E elas a transmitiram ao resto da cidade, onde a epidemia atingiu 600 mil habitantes, mais da metade da população. Como no caso do coronavírus, os que praticavam viagens transcontinentais eram os responsáveis por espalhar o vírus fatal pelo mundo afora.

O coronavírus, como a Gripe Espanhola, é uma espécie de resistência da natureza às nossas barbaridades. Uma resistência que ajudamos a se tornar de caráter global, graças ao progresso e ao poder, como se fôssemos estimulados por forças que não compreendemos, nem somos capazes de enfrentar. É claro que o coronavírus nos faz mal; por isso devemos combatê-lo. Mas, sempre lembrando que ele vem de um mundo ao qual também pertencemos e ao qual devemos atenção e respeito, até conhecê-lo melhor.


Cacá Diegues. In: O Globo. 16/03/2020. [Adaptado]

(Disponível em: https://oglobo.globo.com/opiniao/um-alertacontemporaneo-24305182)

Em “nos chamar a atenção para o que deve estar errado” (segundo parágrafo), o pronome relativo em destaque funciona como sujeito da oração que inicia. Exerce essa mesma função sintática o que em:

Alternativas
Comentários
  • Questão Mãe Diná.

  • “nos chamar a atenção para o que deve estar errado”

    O = pronome demonstrativo, que poderia ser substituído por aquilo

    Que = o qual

    Assim, que retoma aquilo. Substituindo fica assim:

    Aquilo deve estar errado.

    Na frase "a" o que retoma tratado de paz. Logo, fica assim:

    O tratado de paz encerrava a Grande guerra.

    Exerce em ambos os casos a função sintática de sujeito.

  • o que deve estar errado.

    o nesse caso é pronome demonstrativo e nao artigo.

    entao pode ser subsntituido por aquilo 

    aquilo que deve estar errado.

    o tratado de paz que encerrava a guerra 

    Logo aqui o ''que'' retoma o sujeito 

    entao dizemos que o aquilo é o sujeito 

    E TRATADO DE PAZ TBM 

    LETRA A.

    bonus

    o que = pronome demonstrativo concordando 'O'

    ele tem um quê de quero mais > nesse caso o artigo indefinido um substantivou o que fazendo com que ele fosse acentuado. caso se substantivação

    outro caso em que é acentuada é em.

    finais de frase ou interjeições

     - voce disse isso! o quê?! nao fui eu!! 

    comeu dez pedaços de cana por quê?  

  • Marquei a letra D. Não entendi pq é a A.

  • A

    tratado de paz que encerrava a Grande Guerra -GABARITO > pronome relativo retomando tratado de paz (que encerrava a grande guerra)

    B

    que não conseguimos explicar até agora ERRADA > quem não consegue? Nós. o "que" não retoma Nós

    C

    ao que temos feito de errado no mundo ERRADA> quem tem feito? Nós. ao "que" não retoma Nós

    D

    um mundo que ainda não conhecemos ERRADA > quem não conhece um mundo? Nós, o "que" retoma MUNDO, obj dir

    PMERJ!

    Zerô, é o gat!

  • A) tratado de paz que encerrava a Grande Guerra (o tratado de paz é retomado pelo pronome relativo (PR) "que", ao construir a nova oração, fica: O TRATATADO DE PAZ encerrava a grande guerra).

    B) o que não conseguimos explicar até agora ( o = AQUILO, o PR retoma o pronome "aquilo", ao construir a oração, temos: aquilo não conseguimos explicar até agora. O sujeito está oculto, é o termo "NÓS", com este termo expresso, teríamos: Aquilo NÓS não conseguimos explicar até agora).

    C) ao que temos feito de errado no mundo. (N li o texto, se alguém quiser complementar, por favor o faça).

    D) um mundo que ainda não conhecemos (semelhante a B, o sujeito está oculto, é o "NÓS não conhecemos).

  • Nas letras B e D, o pronome relativo tem a função sintática de OD

  • Seguem apontamentos: (vermelho suj + verbo)

    tratado de paz que (ELE > Pron. Relat.) encerrava a Grande Guerra

    que (NÓS) não conseguimos explicar até agora (NÓS NÃO CONSEGUIMOS EXPLICAR AQUILO)

    ao que (NÓS) temos feito de errado no mundo (NÓS TEMOS FEITO DE ERRADO AQUILO)

    um mundo que (NÓS) ainda não conhecemos (NÓS AINDA NÃO CONHECEMOS O MUNDO)

  • para identificar a função SINTÁTICA do pronome "QUE" : troque pelo referente.

    " tratado de paz que encerrava a Grande Guerra"

    Tratado de paz / que / encerrava a Grande Guerra

    Tratado de paz / encerrava a Grande guerra

    Sujeito : Tratado de paz (note que o pronome "que" serve para fazer referência ao sujeito, ou seja, ele está no lugar de "tratado de paz" para evitar repetições.

  • Tanto a A quanto a D possuem pronomes relativos retomando termos anteriores.

    Qual o motivo de ser a letra A?

    Alguém que realmente saiba poderia explicar?

  • Marquei a letra D. Li todos os comentários dos colegas e mesmo assim não compreendi o porquê de ser a letra A. Eu fiz essa prova e errei, mas o que me incomoda mesmo é não entender o motivo do erro.

  • Percebi que na opção B,C e D o sujeito está depois do QUE, no entanto na opção A está antes.
  • Quando o ''O'', que anteceder a palavra "QUE" , puder ser substituído por "aquilo" o QUE será um pronome relativo.

    -Alexandre Soares.

  • Nas letras B, C e D, o sujeito dos verbos é um "nós" oculto.