SóProvas


ID
627673
Banca
FCC
Órgão
TCE-SE
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte.


                                        A dor como destino

              Outro dia, folheando desavisadamente um livro de Schopenhauer (há autores que jamais devemos frequentar desavisadamente...), deparei-me com este trecho: 

             Trabalho, aflição, esforço e necessidade constituem durante toda vida a sorte da maioria das pessoas. De fato: se todos os desejos, apenas originados, já estivessem resolvidos, o que preencheria então a vida humana? Que se transfira o homem a um país utópico, em que tudo cresça sem ser plantado, em que as aves revoem já assadas, e cada um encontre logo sua bem-amada. Ali os homens morrerão de tédio ou se enforcarão; promoverão guerras, massacres e assassinatos para se proporcionarem mais sofrimento do que o posto pela natureza.
           Será mesmo que sofremos porque precisamos? É da nossa natureza ocupar-nos com nossos desejos insatisfeitos, sem os quais vivemos infelizes pela falta de uma causa para viver? Nosso grande poeta Drummond, um schopenhaueriano empedernido, chegou a escrever: “Estamos para doer, estamos doendo". E outro Andrade, o Mário, garantiu-nos: “A própria dor é uma felicidade". 
           De minha parte modestíssima, ouso dizer: se um dia me sentir absolutamente feliz, tentarei não me matar. Talvez também não conte para ninguém, para que não me matem. De inveja. 


                                                                                                                   (Bráulio Ventura, inédito






O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no plural para preencher de modo correto a lacuna da frase:

Alternativas
Comentários
  • O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no plural para preencher de modo correto a lacuna da frase:

    a) A poucos filósofos costuma-se ...... (atribuir) inflexões tão pessimistas como a Schopenhauer.  (ATRIBUIR, pois costuma-se atribuir a poucos filósofos...) 
    b) ...... (costumar) constituir um traço marcante do pensamento de Schopenhauer as sombras de uma implacável negatividade. (GABARITO - COSTUMAM, pois as sombras costumam constituir...)
    c) Às teses desse filósofo pessimista ...... (dever) corresponder, segundo alguns críticos, uma argumentação mais substantiva.    (DEVE, pois uma argumentação mais substantiva deve corresponder...)
    d) Dos nossos desejos insatisfeitos ...... ( restar) sempre, de algum modo, o aprendizado dos nossos limites.   (RESTA, pois o aprendizado resta...)
      e) Mesmo que ...... (poder) haver muitas pedras no caminho, não há por que desistir desta grande viagem.  (POSSA)
  • Letra b) As sombras de uma implacável negatividade costumam constituir um traço marcante do pensamento de Schopenhauer.
  • e) Mesmo que ...... (poder) haver muitas pedras no caminho, não há por que desistir desta grande viagem. (POSSA)
    --> o verbo principal (há) contaminou o verbo auxiliar (poder).


    Como, neste caso, o verbo "haver" é impessoal, ele permanece na 3ª pessoa do singular.

    Observação:
    - Os verbos “haver”, “fazer”, “ir”, quando se apresentam com valor de existirocorrer ou tempo decorrido.