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ID
74611
Banca
FCC
Órgão
TRT - 21ª Região (RN)
Ano
2003
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Ganhamos a guerra, não a paz

Os físicos se encontram numa posição não muito
diferente da de Alfred Nobel. Ele inventou o mais poderoso
explosivo jamais conhecido até sua época, um meio de
destruição por excelência. Para reparar isso, para aplacar sua
consciência humana, instituiu seus prêmios à promoção da paz
e às realizações pacíficas. Hoje(*), os físicos que participaram
da fabricação da mais aterradora e perigosa arma de todos os
tempos sentem-se atormentados por igual sentimento de
responsabilidade, para não dizer culpa. E não podemos desistir
de advertir e de voltar a advertir, não podemos e não devemos
relaxar em nossos esforços para despertar nas nações do
mundo, e especialmente nos seus governos, a consciência do
inominável desastre que eles certamente irão provocar, a
menos que mudem sua atitude em relação uns aos outros e em
relação à tarefa de moldar o futuro.

Ajudamos a criar essa nova arma, no intuito de impedir
que os inimigos da humanidade a obtivessem antes de nós, o
que, dada a mentalidade dos nazistas, teria significado uma
inconcebível destruição e escravização do resto do mundo.
Entregamos essa arma nas mãos dos povos norte-americano e
britânico, vendo neles fiéis depositários de toda a humanidade,
que lutavam pela paz e pela liberdade. Até agora, porém, não
conseguimos ver nenhuma garantia das liberdades que foram
prometidas às nações no Pacto do Atlântico. Ganhamos a
guerra, não a paz. As grandes potências, unidas na luta, estão
agora divididas quanto aos acordos de paz. Prometeu-se ao
mundo que ele ficaria livre do medo, mas, na verdade, o medo
aumentou enormemente desde o fim da guerra. Prometeu-se ao
mundo que ele ficaria livre da penúria, mas grandes partes dele
se defrontam com a fome, enquanto outras vivem na
abundância. (...)

Possa o espírito que motivou Alfred Nobel a criar sua
notável instituição, o espírito de fé e confiança, de generosidade
e fraternidade entre os homens, prevalecer na mente daqueles
de cujas decisões dependem nossos destinos. Do contrário, a
civilização humana estará condenada.

(Albert Einstein, Escritos da maturidade. Tradução de Maria
Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994)

(*) Este texto foi escrito em 1945, logo depois do fim da
II Guerra Mundial.

Possa o espírito que motivou Alfred Nobel a criar sua notável instituição, o espírito de fé e confiança, de generosidade e fraternidade entre os homens, prevalecer na mente daqueles de cujas decisões dependem nossos destinos. Observa-se que na construção do período acima, se empregou o verbo

Alternativas
Comentários
  • Possa ...O espírito ...prevalecer na mente daqueles de cujas decisões dependem nossos destinos.

  • Valeu Juan pela sua explicação.

  • Não estendi o porque de a alternativa "e" estar correta, no meu ver, a correta seria a alternativa "b". Por favor peçam solicitação de comentário do professor!

  • Isso é uma locução verbal. Nas locuções verbais as flexões ocorrem nos verbos auxiliares, e os verbos principais permanecem no particípio ou no infinitivo.

    Locuções Verbais

    Outro tipo de conjugação composta - também chamada conjugação perifrástica - são as locuções verbais, constituídas de verbos auxiliares mais gerúndio ou infinitivo. São conjuntos de verbos que, numa frase, desempenham papel equivalente ao de um verbo único. Nessas locuções, o último verbo, chamado principal, surge sempre numa de suas formas nominais; as flexões de tempo, modo, número e pessoa ocorrem nos verbos auxiliares. Observe os exemplos:

    Estou lendo o jornal.

    Marta veio correndo: o noivo acabara de chegar.

    Ninguém poderá sair antes do término da sessão.


  • Segue abaixo o texto:
    .
    .
    Possa o espírito que motivou Alfred Nobel a criar sua notável instituição, o espírito de fé e confiança, de generosidade e fraternidade entre os homens, prevalecer na mente daqueles de cujas decisões dependem nossos destinos. Do contrário, a civilização humana estará condenada.
    .
    O desejo de Albert Einstein é que o espírito (a força) que motivou o Aflfred Nobel a criar sua notável instituição possa prevalecer na mente daqueles de cujas decisões dependem nossos destinos. Isto é, que a ideia de Nobel prevaleça (continue, possa prevalecer) na mente daqueles de cujas....
    .
    Vale destacar que possa está no subjuntivo (verbo poder)

  • Boa questão!


  • Pq esse " de cujas" aí minha gente?

  • @Princesa determinada

    Por causa do verbo depender (depende de...) com isso a preposição vai para antes do pronome.

  • Possa prevalecer na mente daqueles. Logo, poder auxilia o verbo prevalecer.

  • Pessoal, por qual motivo não poderia ser a A?

  • Questão bizarra, só entendi porque o colega Diego jogou o texto na ordem direta.

  • A Língua portuguesa sempre inovando.