A famosa Déclaration des Droits de l’Homme et du Citoyen, de 1789, sob
a influência do discurso burguês, cindiu os direitos do "Homem" e do
"Cidadão", passando a expressão Direitos do Homem a significar o conjunto
dos direitos individuais, levando-se em conta a sua visão extremamente
individualista, cuja finalidade da sociedade era a de servir aos indivíduos, ao
passo que a expressão Direitos do Cidadão significaria o conjunto dos direitos
políticos de votar e ser votado, como institutos essenciais à democracia
representativa. Com o triunfo do liberalismo, sufocou-se, então, a idéia de
democracia, que só ocorre quando todas as camadas da sociedade têm as
mesmas oportunidades de participação no processo econômico. Não era esta a
preocupação da burguesia do Estado Liberal, no século XVIII. Na lição lapidar
do Prof. José Afonso da Silva: "A idéia de representação, que está na base no
certos bens ou rendas".