SóProvas


ID
74839
Banca
FCC
Órgão
TRT - 21ª Região (RN)
Ano
2003
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Urbanização abala a saúde de moradores do interior da
Amazônia

Mesmo que aumente o conforto, as conseqüências
do ingresso na vida moderna - com alimentos prontos,
televisão, telefone e máquina de lavar roupa - não são nada
boas para a saúde. Hilton Pereira da Silva, médico e
antropólogo do Museu Nacional, encontrou uma taxa elevada
de hipertensão arterial na população de três comunidades rurais
do Pará que gradativamente deixaram o extrativismo (*) e
começaram a usar bens de consumo tipicamente urbanos.
Aracampina, a maior comunidade estudada,

localizada na ilha de Ituqui, às margens do rio Amazonas, tem
cerca de 600 habitantes. Eram 460 há sete anos, quando Hilton
Silva chegou lá pela primeira vez e notou que a vida mudava
rapidamente - conseqüência da proximidade com Santarém, a
quatro horas de barco. "Quando ocorre a transição para o estilo
de vida moderno e urbano, a primeira mudança é a dieta", diz
ele. "Aumenta o consumo de sal, de enlatados e de comida
industrializada, cheia de aditivos químicos."

Nas primeiras vezes em que esteve lá, o
pesquisador notou que os caboclos pescavam intensamente.
Completavam a alimentação com farinha de mandioca, frutas,
feijão e milho. "Hoje, os caboclos deixaram o extrativismo,
trabalham na pesca industrial, para as madeireiras ou em
fazendas e compram carne em conserva, açúcar, café e
biscoitos", relata. "As mudanças na dieta estão causando uma
mudança gradual na fisiologia do organismo, que leva à
hipertensão."

Ainda não há água encanada em Aracampina, mas
os caboclos agora têm luz elétrica, graças ao gerador a diesel,
fogão a gás, televisão ligada a bateria de carro e telefone que
funciona por meio de rádio. Em conseqüência, houve uma
redução da atividade física que ajuda a equilibrar a pressão
arterial. "Por terem acesso a fogão a gás, não buscam mais
lenha na mata", exemplifica Hilton Silva. "E já usam fralda
descartável, que também reduz o trabalho das mulheres". Mas
surgem outras fontes de estresse, como a necessidade de
ganhar mais dinheiro para comprar comida, relógios, bicicletas e
aparelhos de som.

(Pesquisa. São Paulo: Fapesp, abril 2003.)

(*) extrativismo = atividade que consiste em extrair da natureza
quaisquer produtos que possam ser cultivados para fins
comerciais ou industriais.

Estão corretos o emprego e a posição de ambos os pronomes sublinhados na frase:

Alternativas
Comentários
  • a) Muita gente diz: - Se é para eu desistir das vantagens do progresso, por que todo mundo fala bem do que é moderno? b) Os avanços tecnológicos a que os caboclos haviam SE submetido os trouxeram também algumas desvantagens. c) Há quem diga: - Não sei POR QUE tantas pessoas trocam o prazer da vida natural pelas complicações que o progresso as trazem. d) Se cada um de nós SE preocupasse mais com a saúde, não SE queixaria mais tarde. e) Não SE deve dar ouvidos a quem nos vende a idéia de que tudo o que é novo só traz-nos benefícios.
  • Casos que exigem Próclise:1 - Conectivos de oração subordinada (substantiva, adjetiva ou adverbial)2 - Advérbios, quando sem pausa (vírgula)3 - Pronomes indefinidos e demonstrativos (tudo, nada isso, aquilo, etc.)4 - "em" + pronome oblíquo átono + gerúndio (ex. em se tratando dos fatos)5 - "por" + pronome oblíquo átono + particípio (ex. por se tratarem das coisas)6 - Palavras com idéia negativa (não, nunca, jamais, etc.)Casos que exigem Mesóclise:1 - Futuro do presente (terminação rei)2 - Futuro do pretérito (terminação ria)Bizu: Quando o REI RIA põe no meio.Casos que exigem Ênclise:1 - Advérbio com pausa (ex. Aqui, reúnem-se alunos aprovados)2 - Imperativo (ex. Levante-se3 - Conectivo "e" (ex. Falou e disse-me verdades)Nunca utilizar pronome átono:1 - ínicio de frase2 - depois de futuro (Rei - Ria)3 - depois de particípio (Ado - Ido)
  • a - lembrando que 'mim' não conjuga verbo. emprego do 'por que' corretob - 'os' seria objeto direto, mas os avanços tecnológicos trouxeram 'algumas desvantagens' 'aos índios'. ou seja, 'algumas...' - obj. direto e 'aos índios' - obj. indireto, não podendo o 'os' e sim o 'lhes'.c - emprego do 'porquê' errado. seria 'por que'. de 'por que razão', digamos...d - caso de próclise no 'não se queixaria', pois o 'não' puxa o 'se'.
  • Olá,

    Letra B:

    Verbo principal no particípio NUNCA poderá haver ênclise ao verbo principal.

    Abraços!

  • Mas o EU veio preposicionado, e segundo a regra não pode!!!!
    Tem algum caso em que essa regra não se aplica???
  • B) Os avanços tecnológicos a que os caboclos haviam SE submetidos trouxeram também algumas desvantagens, PARTICÍPIO NÃO ADMITE ÊNCLISE 
    C) Há quem diga: - Não sei PORQUE tantas pessoas trocam o prazer da vida natural pelas complicações que o progresso as trazem. 
    D) Se cada um de nós nos preocupasse mais com a saúde, não SE queixaria mais tarde. 
    E) Não SE deve dar ouvidos a quem nos vende a idéia de que tudo o que é novo só traz-nos benefícios.

  • e) (...) tudo o que é novo só traz-nos benefícios. (só nos traz)

    só -> advérbio, por ser palavra atrativa puxa o pronome para a frente do verbo (próclise obrigatória). 

  • gab a

     

  • Kassio você deve perguntar ao verbo. 

    Quem deve desistir das vantagens? Eu ou Mim? Nesse caso EU. 

     

    se estiver errado me avisem! Bons estudos!

  • Eu   = sujeito ativo

    Mim = Sujeito paciente

     

    Eu estudo  =Pratico o verbo

    Por mim.    =Sofro a ação do verbo. (No sentido literal, porque licitações é coisa de outro planeta.)

  • Explico a concordância verbal que poucos observaram na alternativa D.

    (D)Se cada um de nós nos preocupasse mais com a saúde, não queixaria-se mais tarde.

    O verbo preocupasse faz a concordância obrigatória com a locução pronominal indefinida cada um, poder-se-ia fazer a concordância com o pronome reto se a locução estivesse no plural - tratando-se dessa locução especificamente nem variar ela pode.