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Questões de Formas de Governo: Democracia e Representatividade


ID
154717
Banca
FGV
Órgão
Senado Federal
Ano
2008
Provas
Disciplina
Filosofia
Assuntos

A primeira e mais clara fonte de poder numa organização é a autoridade formal, um tipo de poder legitimado que é respeitado e conhecido por aqueles com quem interage. A legitimidade é uma forma de aprovação social essencial para a estabilidade das relações de poder; ela aparece quando as pessoas reconhecem que alguém tem direito de mandar em alguma área da vida humana e quando aquele que é mandado considera como um dever obedecer. Essa caracterização da legitimidade das relações de poder foi estudada pelo seguinte pensador:

Alternativas
Comentários
  • Max Weber estudou os Três Tipos Puros de Poder Legítimo:
     
    Poder legal ---> em virtude de estatuto. O tipo mais puro é o poder burocrático 

    Poder tradicional  --> em virtude da fé na santidade dos ordenamentos e dos poderes senhoriais desde sempre presentes. O tipo mais puro é a
    dominação patriarcal.
     
    Poder carismático --> mediante a dedicação afectiva à pessoa do senhor e aos seus dons gratuitos (carisma), em especial: capacidades mágicas, revelações ou heroísmo, poder do espírito e do discurso. O eternamente novo, o fora do quotidiano, o nunca acontecido e a sujeição emocional são aqui as fontes da rendição pessoal. Os tipos mais puros são a autoridade do profeta, do herói guerreiro, do grande demagogo.
  • Max Weber desenvolveu um importante trabalho de sociologia política através da sua teoria dos tipos de dominação8 . Dominação é a possibilidade de um determinado grupo se submeter a um determinado mandato. Isso pode acontecer por motivos diversos, como costumes e tradição. Weber define três tipos de dominação que se distinguem pelo caráter da dominação (pessoal ou impessoal) e, principalmente, pela diferença nos fundamentos da legitimidade. São elas: legal, tradicional e carismática.

    • Dominação legal: a obediência está fundamentada na vigência e aceitação da validade intrínseca das normas e seu quadro administrativo é mais bem representado pela burocracia. A ideia principal da dominação legal é que deve existir um estatuto que pode ou criar ou modificar normas, desde que esse processo seja legal e de forma previamente estabelecido. Nessa forma de dominação, o dominado obedece à regra, e não à pessoa em si, independente do pessoal, ele obedece ao dominante que possui tal autoridade devido a uma regra que lhe deu legitimidade para ocupar este posto, ou seja, ele só pode exercer a dominação dentro dos limites pré-estabelecidos. Assim o poder é totalmente impessoal, onde se obedece à regra estatuída e não à administração pessoal. Como exemplo do uso da dominação legal podemos citar o Estado Moderno, o município, uma empresa capitalista privada e qualquer outra organização em que haja uma hierarquia organizada e regulamentada. A forma mais pura de dominação legal é a burocracia9 .
    • Dominação tradicional: Se dá pela crença na santidade de quem dá a ordem e de suas ordenações, sua ordem mais pura se dá pela autoridade patriarcal onde o senhor ordena e os súditos obedecem e na forma administrativa isso se dá pela forma dos servidores. O ordenamento é fixado pela tradição e sua violação seria um afronto à legitimidade da autoridade. Os servidores são totalmente dependentes do senhor e ganham seus cargos seja por privilégios ou concessões feitas pelo senhor, não há um estatuto e o senhor pode agir com livre arbítrio.
    • Dominação carismática: nesta forma de dominação os dominados obedecem a um senhor em virtude do seu carisma ou seja, das qualidades execpcionais que lhe conferem especial poder de mando. A palavra carisma é de inspiração religiosa e, no contexto cristão, lembra os dons conferidos pelo Espírito Santo aos cristãos. A palavra foi reinterpretada em sentido sociológico como dons e carismas do próprio indivíduo e, foi nesta forma que Weber a adotou. Weber considerou o carisma uma força revolucionária na história, pois ele tinha o poder de romper as formas normais de exercício do poder. Por outro lado, a confiança dos dominados no carisma do líder é volúvel e esta forma de dominação tende para a via tradicional ou legal.
  • Max Weber foi o responsável pelo estudo das razões de legitimidade. Segundo esse autor, há três espécies de poder:

    Poder legal: poder encontra legitimidade nas normas e regulamentos. Tipo de poder presente dentro da teoria da burocracia.

    Poder tradicional: poder da tradição, das instituições que perduram no tempo. É o poder que fundamenta, por exemplo, os regimes monárquicos, nos quais o poder é transmitido de forma hereditária.

    Poder Carismático: poder decorrente da admiração pessoal ao líder, dominador. Muito presente nos regimes populistas da América Latina, nos quais os líderes são tidos como indivíduos com capacidades superiores.

    Gabarito: A

  • E eis você aqui, na única questão de Filosofia da FGV aqui no QC!

    Bons estudos!


ID
2422357
Banca
IFB
Órgão
IFB
Ano
2017
Provas
Disciplina
Filosofia
Assuntos

Não se pode conceber um educador que não discuta os fundamentos antropológicos da educação. O que é o homem? Esta é para Gramsci, a primeira e principal pergunta da filosofia (Concepção Dialética da História). Indique qual das afirmações abaixo mais se aproxima da antropologia de Gramsci:
I) O homem é um ser histórico e o Espírito é a matéria da história. O homem é a criatura na qual o Espírito trabalha.
II) O homem é vontade concreta: isto é, aplicação efetiva do querer abstrato ou do impulso vital aos meios concretos que realizam esta vontade.
III) O homem é uma série de relações ativas (um processo). Uma individualidade composta de: indivíduo, os outros homens e a natureza.
IV) O homem deve ser concebido como um bloco histórico de elementos puramente subjetivos e individuais e de elementos de massa – objetivos ou materiais – com os quais o indivíduo está em relação ativa.
V) O homem é um ser dominado pelo desejo de absoluto. Seu destino supremo é cumprir-se como ser racional livre.
As afirmações que estão de acordo com a antropologia de Gramsci são:

Alternativas
Comentários
  • Gramsci é famoso principalmente pela elaboração do conceito de hegemonia e bloco hegemônico e também por focar no estudo dos aspectos culturais da sociedade como elemento a partir do qual poder-se-ia realizar uma ação política e como uma das formas de criar e reproduzir a hegemonia.

    No entanto, a resposta pode ser encontrada com base em seus pensamentos sobre o materialismo histórico:

    "O homem conhece objetivamente enquanto o conhecimento é real para todo o gênero humano, historicamente unificado num sistema cultural unitário."

    Gramsci, a exemplo de Marx quando moço, enfaticamente defendia o historicismo. A partir desta perspectiva, todo significado se deriva da relação entre a atividade prática (ou 'práxis') e os processos sociais e históricos 'objetivos' dos quais formamos parte.

    II) O homem é vontade concreta: isto é, aplicação efetiva do querer abstrato ou do impulso vital aos meios concretos que realizam esta vontade.

    III) O homem é uma série de relações ativas (um processo). Uma individualidade composta de: indivíduo, os outros homens e a natureza.

    IV) O homem deve ser concebido como um bloco histórico de elementos puramente subjetivos e individuais e de elementos de massa – objetivos ou materiais – com os quais o indivíduo está em relação ativa.

    Fonte: Wikipédia - Antonio Gramsci

    GABARITO: B


ID
2726158
Banca
INEP
Órgão
ENEM
Ano
2010
Provas
Disciplina
Filosofia
Assuntos

A ética exige um governo que amplie a igualdade entre os cidadãos. Essa é a base da pátria. Sem ela, muitos indivíduos não se sentem “em casa”, experimentam-se como estrangeiros em seu próprio lugar de nascimento.

SILVA, R. R. Ética, defesa nacional, cooperação dos povos. OLIVEIRA, (. R (Org.) Segurança & Defesa Nacional: da competição à cooperação regional. São Paulo: Fundação Memorial da América Latina, 2007 (adaptado).

Os pressupostos éticos são essenciais para a estruturação política e integração de indivíduos em uma sociedade. De acordo com o texto, a ética corresponde a

Alternativas
Comentários
  • A sociedade brasileira jamais partilhou de valores e costumes. Uma, porque não tem valores, outra, porque se perdeu ao longo da história velha brasileira, seus valores e costumes. E se apegou crescentemente a costumes europeus, principalmente, dos Estados Unidos da América.

  • Apenas queria traçar uma reflexão crítica sobre o gabarito apontado como correto. Segundo a resposta oficial, o texto teria afirmado que a ética consiste em homenagear os ideais da maioria. Entretanto, ao se observar com mais crítica, percebe-se nele justamente um apontamento ao que se chama de busca pela igualdade material, ou seja, tratar os desiguais na medida de suas desigualdades. Quando não se há igualdade, até as pessoas "de casa" se sentem estrangeiras (marginalizados sociais, por exemplo, sentem-se estrangeiros em um país desigual).Em outras palavras, uma conduta ética deveria respeitar as diferenças e o Estado ético deveria atenuar as diferenças e proteger o direito das minorias. A ética, assim, não estaria relacionada à proteção da maioria e sim da isonomia, da equidade, o que se assemelha muito à ideia aristotélica da justiça (mediania). Com a máxima vênia de quem pensa o contrário, embora tenha acertado a questão por exclusão, não vislumbro alternativa correta e sim uma "menos errada".
  • gab A... sem viajar na maionese pessoal

  • A questao trata acerca do conceito de ética. Invariavelmente, temos que nos remeter a Aristóteles, o grande pensador original da ética em seu livro, dedicado a seu filho, "Ética a Nicômaco". É nesta obra que Aristóteles estabelece a concepção original da ética fundada na relação social e no equilíbrio entre desejos, vícios, aptidões, possibilidades. Aristóteles está preocupado com a normatividade da vida coletiva, em como fazer para que as relações da sociedade tendam para uma realização ótima. É nesse sentido que seu conceito de "eudaimonia" é cunhado. Para Aristóteles, a função da sociedade é a de promover a felicidade coletiva permitindo que cada indivíduo realize sua potencialidade naquilo que seja positivo para a sociedade. A condução para este fim é o papel da política, por isso a ética antecede a política na concepção aristotélica sendo, a política, uma ferramenta fundamental para o bem coletivo.
    Ao longo da história da filosofia, autores como Kant, Espinoza, Hume dentre outros, dedicaram-se a pensar a ética e seus sentidos dentro das relações humanas. Apesar de distintas aplicações e explicações, o tema sempre referiu-se às normas que constituem as relações sociais de uma dada sociedade a partir dos valores compartilhados e por ela gerados. É nesse sentido que o autor refere-se a sentir-se "em casa", pois é o que nos confere estabilidade das relações quando compartilhada por uma grande parcela da população.

    Resposta, portanto, letra A.

  • Concordo com a análise do Evaldo, é preciso analisar cada questão de forma profunda, pois há questões que só podem ser resolvidas dessa forma. As vezes é preciso "viajar na maionese" para acertar uma questão e alcançar a tão esperada aprovação.

  • Ridículo.

  • ooo odio, o que a letra A tem haver com o texto ?

  • Como o texto diz, sem a ética, os indivíduos não se sentem em "casa". Isso dá a entender que a ética consiste a valores compartilhados entre o cidadãos da sociedade, que seriam os cidadãos dessa "casa"

  • Sem aprofundar a análise, resposta correta letra A


ID
2833600
Banca
FUNTEF-PR
Órgão
IF-PR
Ano
2018
Provas
Disciplina
Filosofia
Assuntos

   “Odeio os indiferentes (...) Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão e partidário. (...) A indiferença é o peso morto da história. É a bola de chumbo para o inovador, é a matéria inerte na qual freqüentemente se afogam os entusiasmos mais esplendorosos. (...) A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. (...) O que acontece, o mal que se abate sobre todos, o possível bem que um ato heróico (de valor universal) pode gerar, não se deve tanto à iniciativa dos poucos que atuam, quanto à indiferença de muitos. (...) Os fatos amadurecem na sombra porque mãos, sem qualquer controle a vigiá-las, tecem a teia da vida coletiva e a massa não sabe, porque não se preocupa com isso. Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões restritas, os objetivos imediatos, as ambições e paixões pessoais de pequenos grupos ativos, e a massa dos homens ignora, porque não se preocupa”. (GRAMSCI)

A partir do texto acima e da perspectiva de análise filosófica sobre política, participação e cidadania, podemos inferir que: 

Alternativas

ID
3678496
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
SED-MS
Ano
2006
Disciplina
Filosofia
Assuntos

Há, na prática democrática e nas idéias democráticas, uma profundidade e uma verdade muito maiores e superiores ao que a ideologia democrática percebe e deixa perceber. Dizemos que uma sociedade — e não um simples regime de governo — é democrática, quando, além de eleições, partidos políticos, divisão dos três poderes da república, respeito à vontade da maioria e das minorias, institui algo mais profundo, que é condição do próprio regime político, ou seja, quando institui direitos.

                              Marilena Chauí. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1995, p. 430 (com adaptações).

Com relação ao confronto entre doutrinas democráticas, assinale a opção correta.

Alternativas
Comentários
  • Apesar das diferenças ideológicas, existem algumas características em comum entre os três regimes totalitários citados, mas é importante frisar que cada um dos regimes totalitários enfocados neste texto possuíam características que eram peculiares a si exclusivamente. As características em comum eram:

    • Culto ao líder: o líder era reverenciado em todos os três regimes, e imagens deles eram espalhadas em todo o país.
    • Censura: os meios de comunicação não podiam emitir opiniões que não fossem aprovadas pelo governo. A existência de opositores também era proibida e eles eram calados à força.
    • Supressão dos partidos políticos: nos três regimes, somente existia o partido do governo. Todos os outros eram proibidos.
    • Criação de inimigos internos e/ou externos: a retórica totalitária criava inimigos internos/externos, e o combate a esses grupos justificavam a tomada de medidas extremamente autoritárias.

    Os regimes totalitários, além disso, promoviam a centralização do poder no líder ou no partido, doutrinavam ideologicamente sua população, promoviam o terror para intimidar os opositores etc.


ID
3803533
Banca
UPENET/IAUPE
Órgão
UPE
Ano
2016
Provas
Disciplina
Filosofia
Assuntos

Leia o texto a seguir sobre o Estado Democrático.

Para Aristóteles, o motivo pelo qual nasce o Estado é o de tornar possível a vida e também uma vida feliz. De fato, a meta final da vida humana é a felicidade. Por isso, a razão de ser do Estado é facilitar o acesso a essa meta.
MONDIN, B. O homem, quem é ele? São Paulo: Edições Paulinas, 1980, p. 157.

Na citação acima, o autor faz uma reflexão filosófica sobre a dimensão do Estado, afirmando que

Alternativas

ID
4074061
Banca
UEM
Órgão
UEM
Ano
2010
Provas
Disciplina
Filosofia
Assuntos

Lutas populares intensas e profundas crises econômicas forçaram o Estado liberal a tornar-se uma República democrática representativa, ampliando a cidadania política. Com base nessa afirmação, assinale o que for correto

O Welfare State (Estado de bem-estar social), com fundamentos da teoria do economista John Maynard Keynes, representa uma ruptura com a concepção da ortodoxia liberal de um Estado minimalista.

Alternativas

ID
4074064
Banca
UEM
Órgão
UEM
Ano
2010
Provas
Disciplina
Filosofia
Assuntos

Lutas populares intensas e profundas crises econômicas forçaram o Estado liberal a tornar-se uma República democrática representativa, ampliando a cidadania política. Com base nessa afirmação, assinale o que for correto

O neoliberalismo amplia a política social do Welfare State, reforçando a intervenção do Estado no sentido de defender e garantir direitos e benefícios sociais no campo da previdência social.

Alternativas

ID
4187854
Banca
UPENET/IAUPE
Órgão
UPE
Ano
2017
Provas
Disciplina
Filosofia
Assuntos

Leia o texto a seguir sobre a concepção do Estado Democrático.


Segundo Karl Marx, o Estado é o organismo de dominação de classe, de opressão de uma classe por outra. O Estado representa a violência estabelecida e organizada, a violência legal. Ele é um instrumento, não de conciliação, mas sim de luta das classes.

(POLITZER, Georges. Princípios Fundamentais de Filosofia. São Paulo: Hemus, 1954, p. 328.)


Na citação acima, o autor configura uma leitura crítico-reflexiva sobre a concepção do Estado na perspectiva da filosofia de Karl Marx. Com relação a essa temática, é CORRETO afirmar que

Alternativas
Comentários
  • C - o Estado é um meio suplementar de exploração das classes oprimidas, ou seja, o instrumento de dominação da classe economicamente mais poderosa.