SóProvas


ID
1166065
Banca
FCC
Órgão
TRT - 16ª REGIÃO (MA)
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                        Da utilidade dos prefácios

           Li outro dia em algum lugar que os prefácios são textos inúteis, já que em 100% dos casos o prefaciador é convocado com o compromisso exclusivo de falar bem do autor e da obra em questão. Garantido o tom elogioso, o prefácio ainda aponta características evidentes do texto que virá, que o leitor poderia ter muito prazer em descobrir sozinho. Nos casos mais graves, o prefácio adianta elementos da história a ser narrada (quando se trata de ficção), ou antecipa estrofes inteiras (quando poesia), ou elenca os argumentos de base a serem desenvolvidos (quando estudos ou ensaios). Quer dizer: mais do que inútil, o prefácio seria um estraga-prazeres.

          Pois vou na contramão dessa crítica mal-humorada aos prefácios e prefaciadores, embora concorde que muitas vezes ela proceda - o que não justifica a generalização devastadora. Meu argumento é simples e pessoal: em muitos livros que li, a melhor coisa era o prefácio - fosse pelo estilo do prefaciador, muito melhor do que o do autor da obra, fosse pela consistência das ideias defendidas, muito mais sólidas do que as expostas no texto principal. Há casos célebres de bibliografias que indicam apenas o prefácio de uma obra, ficando claro que o restante é desnecessário. E ninguém controla a possibilidade, por exemplo, de o prefaciador ser muito mais espirituoso e inteligente do que o amigo cujo texto ele apresenta. Mas como argumento final vou glosar uma observação de Machado de Assis: quando o prefácio e o texto principal são ruins, o primeiro sempre terá sobre o segundo a vantagem de ser bem mais curto.
          Há muito tempo me deparei com o prefácio que um grande poeta, dos maiores do Brasil, escreveu para um livrinho de poemas bem fraquinhos de uma jovem, linda e famosa modelo. Pois o velho poeta tratava a moça como se fosse uma Cecília Meireles (que, aliás, além de grande escritora era também linda). Não havia dúvida: o poeta, embevecido, estava mesmo era prefaciando o poder de sedução da jovem, linda e nada talentosa poetisa. Mas ele conseguiu inventar tantas qualidades para os poemas da moça que o prefácio acabou sendo, sozinho, mais uma prova da imaginação de um grande gênio poético.

                                                                                                    (Aderbal Siqueira Justo, inédito)


O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se de modo a concordar com o elemento sublinhado na frase:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: C


    A) A que deve atender um prefácio......

    B) Há casos em que o prefácio se revela....

    C) As páginas ganham mais destaque....(GABARITO)

    D) Não é comum que se recorra a frases....

    E) O autor confessa o que a muitos parece...

  • a) As características a que DEVE (dever) atender um prefácio podem torná-lo um estraga-prazeres. DEVE = o prefácio deve atender...

    b)  casos em que o prefácio se REVELA (revelar) um componente inteiramente inútil de um livro. REVELA = o prefácio se revela...

    c) Às vezes, numa bibliografia GANHAM (ganhar) mais destaque as páginas de um prefácio do que o texto principal de um livro. GANHAM = as páginas ganham mais destaque. Assim, como PÁGINAS está sublinhado e o verbo entre parenteses GANHAR deve com ela concordar, a letra C é a resposta CORRETA.

    d) Não é incomum que se RECORRA (recorrer) a frases de Machado de Assis para glosá-las, dada a graça que há nelas. RECORRA = não é comum que se recorra a...

    e) O autor confessa o que a muitos PARECE (parecer) impensável: é possível gostar mais de um prefácio do que do restante da obra. PARECE = o que parece....

  • C) Às vezes, numa bibliografia (ganhar) mais destaque as páginas de um prefácio do que o texto principal de um livro.

    A questão está correta porque o sujeito da oração é: as páginas de um prefácio do que o texto principal de um livro, e procurando o núcleo do sujeito temos "páginas", então o verbo deve concordar em número e gênero com o núcleo do sujeito da oração.

  • ASSERTIVA CORRETA LETRA C

    Lembrando que o verbo deve concordar com o sujeito. Portanto, ao fazer a concordância verbal, deve-se procurar o sujeito.

    Vejamos:

    C) Às vezes, numa bibliografia (ganhar) mais destaque as páginas de um prefácio do que o texto principal de um livro.

    Sujeito: Páginas - Sofre a ação verbal de ganhar mais destaque. O verbo deve concordar com o sujeito: "As páginas ganham".

    Bons estudos!

  • O VERBO DEVE CONCORDAR COM O NÚCLEO DO SUJEITO - ESSA É A REGRA DE OURO.

  • C) Às vezes, numa bibliografia (ganhar) mais destaque as páginas de um prefácio do que o texto principal de um livro.

    As páginas de um prefácio ganham mais destaque numa bibliografia do que o texto principal, às vezes

  • Como o nosso tempo no desenrolar da prova vale ouro, ai vai uma dica;

    Assertivas "D" e "E" de fácil exclusão, pois o sujeito não pode ser preposicionado! 

    Bons estudos!

  • BIZU PARA OS FCCZEIROS !!!

     

    ORDEM "COMUM" NO PORTUGUÊS ===> S + V + C

    ORDEM "COMUM" PARA FCC ===> C + V + S