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ID
1226275
Banca
VUNESP
Órgão
EMPLASA
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder às questões de números 01 a 07.

A bruxa nos relógios

      Vou me concentrar no possível: os afetos, o trabalho, a vida. Então falo aqui de um tema que me fascina, sobre o qual já tenho refletido muito.
      Quando criança, eu achava que no relógio de parede do sobrado de uma de minhas avós, aquele que soava horas, meias horas e quartos de hora que me assustavam nas madrugadas insones em que eu eventualmente dormia lá, morava uma feiticeira que tricotava freneticamente, com agulhas de metal, tique-taque, tique-taque, tecendo em longas mantas o tempo de nossa vida.
      Nessas reflexões mais uma vez constatei o que todo mundo sabe: vivemos a idolatria da juventude – e do poder, do dinheiro, da beleza física e do prazer. Muitos gostariam de ficar para sempre embalsamados em seus 20 ou 30 anos. Ou ter, aos 60, “alma jovem”, o que acho discutível, pois deve ser melhor ter na maturidade ou na velhice uma alma adequada, o que não significa mofada e áspera.
      A maturidade pode ter uma energia muito boa, pensamento e capacidade de trabalho estão no auge, os afetos mais sólidos, a capacidade de enfrentar problemas e compadecer-se dos outros mais refinada. Passada (ou abrandada) a insegurança juvenil, é possível desafiar conceitos que imperam, limpar o pó desse uniforme de prisioneiros, deixar de lado as falas decoradas, a tirania do que temos de ser ou fazer. Pronunciar a nossa própria alforria: vai ser livre, vai ser você mesmo, vai tentar ser feliz.
      Portas continuam se abrindo: não apenas sobre salas de papelão pintado, porém sobre caminhos reais. Correndo pela floresta das fatalidades, encontramos clareiras de construir. De se renovar, não importa a cifra indicando a nossa idade. E sempre que alguém resolver não pagar mais o altíssimo tributo da acomodação, mas dar sentido à sua vida, verá que a bruxa dos relógios não é inteiramente má. E vai entender que o tempo não só nega e rouba com uma das mãos, mas também, com a outra, oferece – até mesmo a possibilidade de, ao envelhecer, alargar ainda mais as varandas da alma.

(Lya Luft. Revista Veja, edição 2344, 23.10.2013. Adaptado)


Considere os períodos do texto:

E sempre que alguém resolver não pagar mais o altíssimo tributo da acomodação...

... que o tempo não só nega e rouba com uma das mãos, mas também, com a outra, oferece – até mesmo a possibilidade de ...

É correto afirmar que as expressões destacadas estabelecem, entre as orações, relações de sentido de

Alternativas
Comentários
  • ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma.

    - Ela foi ao cinema e ao teatro.
    - Minha amiga é dona-de-casa e professora.
    - Eu reuni a família e preparei uma surpresa.
    - Ele não só emprestou o joguinho como também me ensinou a jogar.

    Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também, não só...como também.

  • Aditiva estava fácil, agora esse "sempre que" sendo temporal pra mim foi novidade 

  • Tempo

    As orações subordinadas adverbiais temporais acrescentam uma ideia de tempo ao fato expresso na oração principal, podendo exprimir noções de simultaneidade, anterioridade ou posterioridade.

    Principal conjunção subordinativa temporal: QUANDO

    Outras conjunções subordinativas temporais: enquantomal e locuções conjuntivas: assim que, logo que, todas as vezes que, antes que, depois que, sempre que, desde que, etc.

    Exemplos:

    Quando você foi embora, chegaram outros convidados.
    Sempre que ele vem, ocorrem problemas.
    Mal você saiu, ela chegou.
    Terminada a festa,todos se retiraram. (= Quando terminou a festa) (Oração Reduzida de Particípio)


    Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint43.php