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ID
1284289
Banca
FCC
Órgão
TRT - 1ª REGIÃO (RJ)
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

           A cultura brasileira em tempos de utopia

     Durante os anos 1950 e 1960 a cultura e as artes brasileiras expressaram as utopias e os projetos políticos que marcaram o debate nacional. Na década de 1950, emergiu a valorização da cultura popular, que tentava conciliar aspectos da tradição com temas e formas de expressão modernas.

     No cinema, por exemplo, Nelson Pereira dos Santos, nos seus filmes Rio, 40 graus (1955) e Rio, zona norte (1957) mostrava a fotogenia das classes populares, denunciando a exclusão social. Na literatura, Guimarães Rosa publicou Grande sertão: veredas (1956) e João Cabral de Melo Neto escreveu o poema Morte e vida Severina - ambos assimilando traços da linguagem popular do sertanejo, submetida ao rigor estético da literatura erudita.

     Na música popular, a Bossa Nova, lançada em 1959 por Tom Jobim e João Gilberto, entre outros, inspirava-se no jazz, rejeitando a música passional e a interpretação dramática que se dava aos sambas-canções e aos boleros que dominavam as rádios brasileiras. A Bossa Nova apontava para o despojamento das letras das canções, dos arranjos instrumentais e da vocalização, para melhor expressar o “Brasil moderno”.

     Já a primeira metade da década de 1960 foi marcada pelo encontro entre a vida cultural e a luta pelas Reformas de Base. Já não se tratava mais de buscar apenas uma expressão moderna, mas de pontuar os dilemas brasileiros e denunciar o subdesenvolvimento do país. Organizava-se, assim, a cultura engajada de esquerda, em torno do Movimento de Cultura Popular do Recife e do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE), num processo que culminaria no Cinema Novo e na canção engajada, base da moderna música popular brasileira, a MPB.

            (Adaptado de: NAPOLITANO, Marcos e VILLAÇA, Mariana. História para o ensino médio. São Paulo: Atual, 2013, p. 738)

É preciso corrigir, por apresentar falha estrutural, a redação da seguinte frase:

Alternativas
Comentários
  • O emprego de ponto-e-vírgula está correto nas frases das letras "a" e "b" porque as orações que as compõem possuem verbos conjugados e não são iniciadas por conjunções.

  • Alguém poderia comentar o erro da letra C?

  • O erro talvez seja até simples de se identificar, a conjunção "Já que" da letra (C) tem o mesmo sentido de: Uma vez que, Visto que, Desde que. Assim se trocarmos as locuções conjuntivas notamos a falta de coesão. Acho que é isso.

  • Bom, a questão quer saber do candidato se ele conhece da colocação dos pronomes átonos: próclise, mesóclise e ênclise.

    somente a alternativa C apresenta de forma incorreta a colocação do pronome SE, pois no caso, em vez de próclise(pronome antes do verbo), deveria utilizar-se a ênclise(pronome após o verbo). 

    ...disseminaram-se.

    abç

  • Aprendi o seguinte: quando a questão fala em estrutura da frase, a gente deve analisar como as ideias se relacionam dentro dessa frase. Na questão C, a locução conjuntiva "já que" costuma iniciar orações subordinadas adverbiais causais. No texto, entretanto, a oração "na década de 60 as canções de protesto se disseminaram" não pode ser tomada como a causa de "em virtude de fortes interesses políticos". Portanto, não há uma oração subordinada adverbial causal de verdade. Entendo ser este o erro da questão.

    Obs.: a próclise em "se disseminaram" está correta (no caso, tanto faz a próclise como a mesóclise)


  • Alguém poderia comentar o erro na letra E?


  • A questão pede a alternativa que precisa ser corrigida, ou seja, pede aquela que esteja errada estruturalmente. Sendo assim, a letra C é a alternativa que deve ser assinalada. Portanto, não há erro na letra E. Ela está correta.

  • Letra C. A segunda oração é inconsistente e não tem ligação lógica com o proposto na primeira

  • Marquei a letra "e" em virtude dos "ques" que aparecem na frase e também em virtude das vírgulas. Gostaria de saber a função de cada "que" e também das vírgulas. Pensei que o erro estava ali.

  • Acho que vale à pena levar em conta o "sexto sentido" nas horas de interpretação, pois em muitas ocasiões o fato de soar "estranho", ajuda-nos a optar pela melhor resposta! =P

  • Letra C:  sem coerência, sem sentido.

    Letra E:  naquelas duas décadas, se empenharam na renovação da nossa cultura. ( o correto seria empenharam-se, devido estar após pontuação.


    Pra mim tem duas incorretas mesmo sendo por motivos diferentes


  • A letra E está correta:

    Não há como ignorar o precioso legado artístico que nos deixaram os artistas que, naquelas duas décadas, se empenharam na renovação da nossa cultura.

    a expressão: naquelas duas décadas está entre vírgulas e é um adjunto adverbial de tempo, nesse caso, mesmo que haja vírgula após a expressão a partícula se pode ficar antes ou depois do verbo, ambas as formas estarão corretas.

    Explicação do professor Pestana

  • GABARITO: C

    Há um truncamento sintático na alternativa C. A frase não faz sentido algum.

  • Achei um erro na opção "A":

    Há quem conteste a influência que a Bossa Nova supostamente teria recebido do jazz; seja como for, é incontestável o valor das canções de um Tom Jobim.

    Acredito que a vírgula após o "seja como for" está errada, ela quebrou o curso da oração. Se retirarmos o "seja como for" a frase perde o sentido.


  • Quanto à letra A

    Depois da palavra "jazz" existe um ponto e vírgula! Quando li achei que fosse só uma vírgula e fiquei confusa, pode ser que mais alguém tenha o mesmo estranhamento. Ou sou eu que preciso de óculos... Rs.

  • Dennis.

    Quis dizer que deveria ser "disseminaram-se" pelo fato de não ter palavra atrativa que fizesse atrair o "se" e ficar em próclise? E outra... Pode ocorrer próclise mesmo não tendo palavra atrativa? Obrigado.
  • Carlos Alessandro, a próclise é mais "forte" do que as outras, na verdade, nesse caso em específico, tanto faz utilizar pro ou en.
    Não havendo palavra atrativa, também não sendo após "," e "."(regra geral), torna-se facultativo. Porém os gramáticos mais conservadores nos indicam a utilizar a próclise, mesmo em casos facultativos.

  • Erro da C é pq ela nao apresenta oração principal! aprendi com a FLavia Rita