SóProvas


ID
1474291
Banca
VUNESP
Órgão
UNESP
Ano
2014
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A questão toma por base uma passagem de um romance de Autran Dourado (1926- 2012).

                              A gente Honório Cota

            Quando o coronel João Capistrano Honório Cota mandou erguer o sobrado, tinha pouco mais de trinta anos. Mas já era homem sério de velho, reservado, cumpridor. Cuidava muito dos trajes, da sua aparência medida. O jaquetão de casimira inglesa, o colete de linho atravessado pela grossa corrente de ouro do relógio; a calça é que era como a de todos na cidade - de brim, a não ser em certas ocasiões (batizado, morte, casamento - então era parelho mesmo, por igual), mas sempre muito bem passada, o vinco perfeito. Dava gosto ver:
            O passo vagaroso de quem não tem pressa - o mundo podia esperar por ele, o peito magro estufado, os gestos lentos, a voz pausada e grave, descia a rua da Igreja cumprimentando cerimoniosamente, nobremente, os que por ele passavam ou os que chegavam na janela muitas vezes só para vê-lo passar.
            Desde longe a gente adivinhava ele vindo: alto, magro, descarnado, como uma ave pernalta de grande porte. Sendo assim tão descomunal, podia ser desajeitado: não era, dava sempre a impressão de uma grande e ponderada figura. Não jogava as pernas para os lados nem as trazia abertas, esticava-as feito medisse os passos, quebrando os joelhos em reto.
            Quando montado, indo para a sua Fazenda da Pedra Menina, no cavalo branco ajaezado de couro trabalhado e prata, aí então sim era a grande, imponente figura, que enchia as vistas. Parecia um daqueles cavaleiros antigos, fugidos do Amadis de Gaula ou do Palmeirim, quando iam para a guerra armados cavaleiros.

                                                                                                                              (Ópera dos mortos, 1970.)

No início do segundo parágrafo, por ter na frase a mesma função sintática que o vocábulo “vagaroso” com relação a “passo”, a oração “de quem não tem pressa” é considerada

Alternativas
Comentários
  • Gab. c)

    ninguém sem limites de questões pode resolver essas questões?? :(

  • eu resolvi assim: se o enunciado da questão afirma que a oração “de quem não tem pressa” está exercendo a mesma função sintática de "vagaroso" e "vagaroso" está funcionando como adjetivo, então essa oração deve exercer uma função adjetiva. Logo, gabarito C.


    Obs: só não entendi o fato da oração (“de quem não tem pressa”) funcionar como subordinada. Não há outra oração funcionando como principal ali... alguém poderia esclarecer?

  • Pablo, as orações que fornecem um valor de adjetivo são subordinadas. A frase "o passo vagoroso" é dependente sintaticamente da outra oração, mesmo que tenha sentido sozinha.

    Corrijam-me se tiver algo errado na minha explicação, por favor hehe

     

  • Apresento a análise, eliminando informações supérfluas, para facilitar o entendimento.

    O passo [de quem não tem pressa] descia a rua da Igreja cumprimentando cerimoniosamente

    A oração destacada é sub adj restritiva, por qualificar o substantivo "passo". O núcleo verbal da OP é "descia".

  • ninguem fala o mais importante ,que o QUEM e pronome relativo por retomar um termo antecedente ,e ser precedido por preposiçao . resultando em uma oraçao subordinada adjetiva.