SóProvas


ID
1544212
Banca
FCC
Órgão
TCM-GO
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Pátrio poder

Pais que vivem em bairros violentos de São Paulo chegam a comprometer 20% de sua renda para manter seus filhos em escolas privadas. O investimento faz sentido? A questão, por envolver múltiplas variáveis, é complexa, mas, se fizermos questão de extrair uma resposta simples, ela é "provavelmente sim". Uma série de estudos sugere que a influência de pais sobre o comportamento dos filhos, ainda que não chegue a ser nula, é menor do que a imaginada e se dá por vias diferentes das esperadas. Quem primeiro levantou essa hipótese foi a psicóloga Judith Harris no final dos anos 90.

Para Harris, os jovens vêm programados para ser socializados não pelos pais, como pregam nossas instituições e nossa cultura, mas pelos pares, isto é, pelas outras crianças com as quais convivem. Um dos muitos argumentos que ela usa para apoiar sua teoria é o fato de que filhos de imigrantes não terminam falando com a pronúncia dos genitores, mas sim com a dos jovens que os cercam.

As grandes aglomerações urbanas, porém, introduziram um problema. Em nosso ambiente ancestral, formado por bandos de no máximo 200 pessoas, o "cantinho" das crianças era heterogêneo, reunindo meninos e meninas de várias idades. Hoje, com escolas que reúnem centenas de alunos, o(a) garoto(a) tende a socializar-se mais com coleguinhas do mesmo sexo, idade e interesses. O resultado é formação de nichos com a exacerbação de características mais marcantes. Meninas se tornam hiperfemininas, e meninos, hiperativos. O mau aluno encontra outros maus alunos, que constituirão uma subcultura onde rejeitar a escola é percebido como algo positivo. O mesmo vale para a violência e drogas. Na outra ponta, podem surgir meios que valorizem a leitura e a aplicação nos estudos.

Nesse modelo, a melhor chance que os pais têm de influir é determinando a vizinhança em que seu filho vai viver e a escola que frequentará.

(Adaptado de: SCHWARTSMAN, Hélio. Folha de São Paulo, 7/12/2014)

Está inteiramente adequada a pontuação da seguinte frase:

Alternativas
Comentários
  • Gab. A

    Uso das vírgulas

    1- Não se coloca vírgula entre sujeito e verbo
    2 - Não se coloca vírgula entre verbo e objeto.

  • O termo "ainda hoje" está deslocado e deve vir entre vírgulas. Assim, resta a alternativa "A".

  • Para aqueles que têm acesso limitado: GABARITO LETRA A. 

  • Note as expressões intercaladas, as quais são separadas por dupla vírgula na alternativa (A). Observe que as demais alternativas apresentam alguns desses termos intercalados com apenas uma vírgula. Isso já nos faz eliminá-las. Assim, ao comentarmos a alternativa (A), que é a correta, já sabemos o que está errado nas demais.

    Muita gente imagina, ainda hoje, que o convívio familiar, dado sempre como fator principal na formação de um jovem, tenha ainda um papel decisivo, quando, na verdade, essa função, para o bem ou para o mal, é exercida no interior dos grupos de colegas e amigos.
    As expressões “ainda hoje”, “na verdade” são adjuntos adverbiais intercalados e de pequena extensão, por isso podem ficar entre vírgulas ou não receber nenhuma.
    A expressão “dado sempre como fator principal na formação de um jovem” é uma oração subordinada adjetiva explicativa reduzida de particípio, por isso está entre vírgulas.
    A expressão “para o bem ou para o mal” é um comentário à parte do autor, por isso deve ficar separada por dupla vírgula.

    Gab. A

    Prof. Décio Terror - Estratégia Concursos

  • Muita gente imagina,

    ainda hoje,

    que o convívio familiar,

    dado sempre como fator principal na formação de um jovem,

    tenha ainda um papel decisivo,

    quando,

    na verdade,

    essa função,

    para o bem ou para o mal,

    é exercida no interior dos grupos de colegas e amigos.

     

    ----

    "Sendo o fim doce, que importa que o começo amargo fosse?"

  • b) Muita gente imagina ainda hoje, (não se usa vírgula entre o verbo e seu complemento) que o convívio familiar dado sempre como fator principal na formação de um jovem, tenha ainda um papel decisivo, quando na verdade essa função, para o bem ou para o mal, é exercida no interior dos grupos de colegas e amigos.

    c) Muita gente imagina ainda hoje que, (não se usa vírgula logo após conjunção integrante, salvo se intercalada) o convívio familiar, dado sempre como fator principal na formação de um jovem, tenha ainda, um papel decisivo, quando na verdade, essa função para o bem ou para o mal, é exercida no interior dos grupos de colegas e amigos.

    Fonte: Pestana