SóProvas


ID
1711159
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
EBSERH
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A CHAVE
Ela abre mais do que uma porta, inaugura um novo tempo
IVAN MARTINS
    Certos objetos dão a exata medida de um relacionamento. A chave, por exemplo. Embora caiba no bolso, ela tem importância gigantesca na vida dos casais. O momento em que você oferece a chave da sua casa é aquele em que você renuncia à sua privacidade, por amor. Quando pede a chave de volta - ou troca a fechadura da porta - está retomando aquilo que havia oferecido, por que o amor acabou.
    O primeiro momento é de exaltação e esperança. O segundo é sombrio. 
   Quem já passou pela experiência sabe como é gostoso carregar no bolso - ou na bolsa - aquela cópia de cinco reais que vai dar início à nova vida. Carregada de expectativas e temores, a chave será entregue de forma tímida e casual, como se não fosse importante, ou pode vir embalada em vinho e flores, pondo violinos na ocasião. Qualquer que seja a cena, não cabe engano: foi dado um passo gigantesco. Alguém pôs na mão de outro alguém um totem de confiança.
    Não interessa se você dá ou ganha a chave, a sensação é a mesma. Ou quase.
    Quem a recebe se enche de orgulho. No auge da paixão, e a pessoa que provoca seus melhores sentimentos (a pessoa mais legal do mundo, evidentemente) põe no seu chaveiro a cópia discreta que abre a casa dela. Você só nota mais tarde, quando chega à sua própria casa e vai abrir a porta. Primeiro, estranha a cor e o formato da chave nova, mas logo entende a delicadeza da situação. Percebe, com um sorriso nos lábios, que suas emoções são compartilhadas. Compreende que está sendo convidado a participar de outra vida. Sente, com enorme alívio, que foi aceito, e que uma nova etapa tem início, mais intensa e mais profunda que anterior. Aquela chave abre mais do que uma porta. Abre um novo tempo.
    O momento de entregar a chave sempre foi para mim o momento de máximo otimismo.
    [...]
    Você tem certeza de que a outra pessoa ficará feliz e comovida, mas ao mesmo tempo teme, secretamente, ser recusado. Então vê nos olhos dela a alegria que havia antecipado e desejado. O rosto querido se abre num sorriso sem reservas, que você não ganharia se tivesse lhe dado uma joia ou uma aliança. (Uma não vale nada; para a outra ela não está pronta). Por isto ela esperava, e retribui com um olhar cheio de amor. Esse é um instante que viverá na sua alma para sempre. Nele, tudo parece perfeito. É como estar no início de um sonho em que nada pode dar errado. A gente se sente adulto e moderno, herdeiro dos melhores sonhos da adolescência, parte da espécie feliz dos adultos livres que são amados e correspondidos - os que acharam uma alma gêmea, aqueles que jamais estarão sozinhos.
    Se as chaves de despedida parecem a pior coisa do mundo, não são.
    [...]
    A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas é tão bonito. 
   Pode ser que dentro de três meses ou três anos a chave inútil e esquecida seja encontrada no bolso de uma calça ou no fundo de uma bolsa. Ela já não abrirá porta alguma exceto a da memória, que poderá ser boa ou ruim. O mais provável é que o tato e a visão daquela ferramenta sem propósito provoquem um sorriso agridoce, grisalho de nostalgia. Essa chave do adeus não dói, ela constata e encerra.
  Nestes tempos de arrogante independência, em que a solidão virou estandarte exibido como prova de força, a doação de chaves ganhou uma solenidade inesperada. Com ela, homens e mulheres sinalizam a disposição de renunciar a um pedaço da sua sagrada liberdade pessoal. Sugerem ao outro que precisam dele e o desejam próximo. Cedem o seu terreno, correm o risco. É uma forma moderna e eloquente de dizer “eu te amo". E, assim como a outra, dispensa “eu também". Oferece a chave quem está pronto, aceita a chave quem a deseja, reciproca, oferecendo a sua, quem sente que é o caso, verdadeiramente. Nada mais triste que uma chave falsa. Ela parece abrir uma esperança, mas abre somente uma ilusão.

Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2015/04/chave.html

Em “A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas é tão bonito.", existe uma inadequação gramatical quanto à

Alternativas
Comentários
  •  A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas são tão bonitas."

  • “A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas são tão bonitas."

    Letra: D.

    Deve-se flexionar corretamente o verbo e o adjetivo, para que haja concordância com "essas coisas".

  • Às vezes tem crase, mas nem todas as vezes

    Com ou sem crase?

    “Iracema as vezes vai à praia, mas nem todas as vezes banha-se no MAR.”

    Dica de Cabral, antigo leitor do MAR: substitua a palavra feminina “vezes” por uma masculina. Se antes da palavra masculina empregada vier um “AO”, antes de “vezes” ocorrerá crase.

    Em vez de “vezes”, escreverei “domingos” (ou outra palavra masculina qualquer):

    “Iracema AOS domingos vai à praia, mas nem todos OS domingos banha-se no MAR.”

    Conclusão: graças a navegantes como Cabral, escrevemos:

    “Iracema às vezes vai à praia, mas nem todas as vezes banha-se no MAR.”

    Comprove a dica relendo o título do post.


    Fonte: < h t t p : / / t r i b u n a d o c e a r a .u o l .c o m . b r /blogs/orlando-nunes/crase/vezes-tem-crase-mas-nem-todas-vezes/> Acessado em 13/nov/2015

  • São tao bonitas ( o correto).

  • "Ás vezes" tem crase, pois é uma locução adverbial feminina. É a preposição "a" + o artigo "a" trazido pela palavra feminina. Outras locuções possuem crase como: à direita, à força, à noite, à vontade, à uma hora (hora determinada), à toa, às voltas, às escuras, etc.

    Errei por achar que não tivesse crase!

    Gab: D

  • Lembrando: no logo no inicio da frase já não tem concordancia


    A gente =  nós
    "A gente sabemos"
  • Transcrevo o comentário do Jadir Junior, abaixo:

    Lembrando: no logo no inicio da frase já não tem concordância.
    A gente =  nós "A gente sabemos"

    Equivoca-se em relação ao uso da locução pronominal, segue:

    A expressão “a gente” é uma locução pronominal, que se refere a um conjunto de pessoa, semanticamente equivalente ao pronome pessoal reto nós e gramaticalmente equivalente ao pronome pessoal reto ela, devendo assim o verbo ser conjugado na terceira pessoa do singular. (Fonte: Dicionário online)

    Exemplo: “A gente somos inútil.” (incorreto)

      “A gente é inútil.” (Certo)

    Logo: A gente sabe... (está correto).

    Curiosidade: “Quando a Indesejada das gentes chegar.”

    Manuel Bandeira

  • Cá pra nós... A gente sabemos é feio "pra c...." kkkkkkkk

  • ENUNCIADO - “A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas é tão bonito."

    FORMA 1 - "A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas são tão bonitas" (Concordância Verbal)

    FORMA 2 - "A gente sabe que isso, às vezes, é tão efêmero, mas é tão bonito" (Concordância Nominal)

    alguém pode confirmar se as duas formas de concordâncias são cabíveis?!

  • A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas é tão bonito (ERRADO)

    A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas SÃO tão bonitAS ( CERTO)

  • Eu não sei hein, estou achando que o erro é esse "a gente" aí que caracteriza a oralidade , ao meu ver seria "Sabemos que essas coisas..."

  • O verbo para concordar com a gente (= nós) deve estar na terceira pessoa do singular. Ex.: a gente vai...

  • "A gente sabe" está correto. O erro está em "mas é tão bonito" , onde não há concordância com "essas coisas"

  • EU NÃO SEI DE NADA...

    SO SEI QUE NADA SEI...

  • “A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas são tão bonitas."

    (Concordância)

  • Concordância nominal

  • GAB.D

    Concordância nominal

  • “A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas são tão bonitas"   

     

     

     

    Gabarito: letra D (concordância).

  • """""essas coisas é tão bonito""""" rs

  • Errei pq nem li a questão toda, quando ví "às vezes craseado já chei que fosse errado. " Com essa questão eu aprendi que não devo ler o começo e ja marcar srsrsrrsrsrsrrsrsrsrs

  • Tem gente dizendo q o erro está em mas é tão bonito (mas são tão bonito)

     

    Porém, eu marquei concordância acreditando q o erro tb está no ''a gente sabe'' 

    acreditando ser ''nós sabemos''....

     

    OBS: Fui por eliminação

  • "A gente sabe" pode soar mal e não ser utilizada em uma linguagem formal, todavia está correto. O erro está em não ter concordado com "coisas", sendo o certo "mas são tão bonitas".

  • Desculpem minha ignorância, mas não entendi muito bem! Alguém poderia me ajudar?

    A frase dada na questão é: A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas é tão bonito.

    Transcrevendo a oracão que está sendo analisada fica: "..., mas (essas coisas) é tão bonito."

    Minha dúvida é o seguinte.... o é é verbo de ligacão e tão bonito seria o predicativo do sujeito, correto? Nesse caso, o verbo de ligacão não poderia concordar tanto com o sujeito (no plural), quanto com o predicativo (singular)???

    Grato!

  • “A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas são tão bonitAS."

  • MEU DEUS, EU JÁ LI CORRIGINDO E NÃO ACHEI O ERRO CERTO, PQ JÁ LI DE FORMA CORRETA KKKKKK ATENÇÃAAAAAAAAAAAAAO

  • A gente sabe que essas coisas, às vezes, são efêmeras, mas são tão bonitas.

    >>> Essas coisas são efêmeras

    >>> Essas coisas são tão bonitas

  • Ninguém pra explicar por que também não é erro de regência...