SóProvas


ID
1752571
Banca
FCC
Órgão
TRT - 9ª REGIÃO (PR)
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: A questão refere-se ao texto que segue.

                                                     Questão de ênfase

A ênfase é um modo suspeito de expressão. Se há casos em que ela se torna indispensável, como nas tragédias ou na comicidade extrema, na maioria das vezes é um artifício do superficial que se deseja profundo, do lateral que aspira ao centro, do insignificante que se pretende substancial. É a fala em voz gritada, o gargalhar sistemático, a cadeia de interjeições, a produção de caretas, o insistente franzir do cenho, o repetitivo arquear de sobrancelhas, a pronúncia caprichosa de palavras e frases que se querem sentenciosas e inesquecíveis.
Na escrita, a ênfase acusa-se na profusão de exclamações, na sistemática caixa alta, nos grafismos espaçosos. Na expressão oral, a ênfase compromete a verdade de um sentimento já de si enfático: despeja risadas antecipando o final da própria piada, força o tom compungido antes de dar a má notícia e se marca no uso indiscriminado de termos como “com certeza" e “literalmente", por exemplo: “Esse aluno está literalmente dando o sangue na prova de Física." Com a ênfase, todos os gestos compõem uma dramaturgia descontrolada.
A ênfase também parece desconfiar do alcance de nossa percepção usual, e nos acusa, se reclamamos do enfático. Este sempre acha que ficaremos encantados com a medida do seu exagero, e nos atribui insensibilidade se não o admiramos. Em suma: o enfático é um chato que se vê a si mesmo como um superlativo. Machado de Assis, por exemplo, não suportava gente que dissesse “Morro por doce de abóbora!". Por sua vez, o poeta Manuel Bandeira enaltecia a “paixão dos suicidas que se matam sem explicação". Já o enfático vive exclamando o quão decisivo é ele ser muito mais vital do que todos os outros seres humanos.

(Augusto Tolentino, inédito)

Nos casos de uso indiscriminado da ênfase, atribui-se à ênfase um efeito retórico que na verdade enfraquece a ênfase, em vez de explorar os atributos da ênfase que podem justificar a ênfase como um expediente de bom estilo.

Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo-se corretamente os elementos sublinhados, na ordem dada, por:

Alternativas
Comentários
  • Alguém explica esse atribui-se a ela? pois, a frese atribui-se à ênfase possui o "a" craseado logo é objeto indireto. Então não ficaria "se lhe atribui"?

  • Atribui-se........ VTDI...  atribui-se ALGO ( efeito ratorico..)  A ALGUEM ( a ela).

  • Gabarito Letra B

    tentarei explicar:

    atribui-se a ela → sem partícula atrativa, portanto ênclise. e sem crase, já que não há crase, em regra, antes de pronomes

    a enfraquece → aqui pega desavisados, vejam que a partícula atrativa "que" está meio longe pq a FCC colocou o "na verdade" entre os dois termos, ai o candidato lê e não percebe que há PA, mas esse é um caso de Próclise. como o verbo é VTD não usamos o -lhe

    explorar seus atributos → confesso que fiz por eliminação, mas não acho o mais adequado o uso de possessivos "seu" e "sua", já que a chances deles criarem ambiguidade no texto é grande, por tabela, já dava para marcar esse. No caso do "seu" é a substituição de "atributos = masculino.

    justificá-la → Verbo VTD, terminado em -r e sem partícula atrativa, correto.

    bons estudos

  • b)

    atribui-se a ela – a enfraquece − explorar seus atributos − justificá-la.

  • b)

    atribui-se a ela – a enfraquece − explorar seus atributos − justificá-la.

  • ...em vez de explorar os atributos da ênfase que podem justificar a ênfase como um expediente de bom estilo.

     

    Na última alteração para "justificá-la" existe na oração um "que", isso não atrairia o pronome?

     

  • Gio Carv, na última oração o que está antes do "podem" e não antes do justificar. 

  • Tb.  quando existem palavras atrativas diante de locuçoes verbais, que(pronome relativo) +  "podem justificar" , admitem-se as seguintes construçoes : Nas formas Infinitivo/Gerundio( ênclise/próclise com relação ao verbo principa)l ou (ênclise com relação ao verbo auxililar) . As mesmas contruçoes para o Participio com exceção da próclise quanto ao verbo principal, essa forma verbal não a admite.

  • A regra diz que pronome relativo atrai o pronome oblíquo átono, a regra também diz que em locuções verbais, desde que o verbo principal não esteja na forma de particípio, a colocação pronominal é livre. Fiquei com a dúvida porque na passagem "que podem justificar a ênfase", temos dois casos a serem analisados: 1º) temos pronome relativo, e locução verbal. Nesses casos como fica a colocação pronominal? Qual regra vale mais que a outra?

  • "NÃO" e "que" ATRAEM  PRÓCLISE

     

     

    Q468684     Q262495     Q278066

     

     

    ANTES do verbo = PRÓCLISE

     


       DEPOIS do verbo = ÊNCLISE


        MEIO do verbo = MESÓCLISE

     

    CASOS DE PRÓCLISE OBRIGATÓRIA:

     

    Deve-se usar a Próclise diante dos seguintes atrativos:

    1.     Advérbios ou locuções adverbiais sem pausa (sem vírgula)

    2. Conjunção

    3. Palavra negativa

    4. Pronome indefinido

    5. Pronome interrogativo

    6. Pronome relativo

    -   Orações subordinadas

    -     Gerúndio precedido da preposição "EM"

     

     

     

    PRONOMES

     

    COMPLEMENTO NOMINAL:   LHE, LHES, NOS, VOS, ME, TE

     

    Verbos terminados em:      -R, -S, -Z      +    o, a, os, as  =          Lo, La, Los, Las


    Verbos terminados em:  - M, - ÃO, -ÕE    +     o, a, os, as     =      no, na, nos, nas

     

    VIDE     Q584898  Q720483       Q584065

     

    VERBO TERMINADO “M” ou “ÕE” os pronomes O, A, OS, AS   =   NO, NA, NOS , NAS

     

    TRAGA M  +     o       =  tragam -  NO

    P ÕE +  os    =        põe - NOS

     

     

    VERBO TERMINADO  MOS      seguido de NOS  ou VOS retira o “S”

     

    Encontramo - no

    Solicitamo - VOS

     

     

     

    VERBO TERMINADO R, S, Z   =      L     os pronomes  O, A, OS  recebem   “ L

     

    TRAZE   R     +  as       =      traz ê- las

     

    PERDE     S        +  as    =     PERDE-LAS

     

    SEDU   Z  + as   =    sedu-las

    REF I Z       +  o  =        refi-LO

    FIZ            + o      =   FI -LO

    ......................

    VERBO TERMINADO  EM “S” SEGUIDO DE LHE, LHES NÃO RETIRA A TERMINAÇÃO “S”

     

    OBEDECEMOS  - LHE cegamente.  OBJETO INDIRETO. MANTÉM O S

     

     

              Q701725

                                                 OBJETO DIRETO =       VTD

     

    -  PRONOMES OBLÍQUOS  =       O, A, Os, As, Lo, La, Los, Las, No, Na, Nos, Nas    funcionam somente como OBJETO DIRETO.

     

     

    -   PRONOMES ÁTONOS =   ME, TE, SE, O, A, NOS, VOS,  OS , AS    =    OBJETO DIRETO  (NÃO TEM  LHE- LHES)       

     

     

                                     OBJETO INDIRETO        =  VTI     

     

    LHE, LHES, SE, TE, ME, NOS, VOS

     

     

     

    Q87913

    EXCEÇÃO:  AO VTI – LHES     esta regra não vale para a FCC, ela é a única banca que admite o lhe substituindo coisa.   


    1 - Verbo ASSISTIR com ideia de VER e PRESENCIAR é Verbo Transitivo Indireto, porém NÃO admite o pronome LHE (pron. obliquo).

    2 - Verbo VISAR no sentido de DESEJAR é Verbo Transitivo Indireto, porém NÃO admite o pronome LHE (pron. obliquo).

    3 - Verbo ASPIRAR no sentido de DESEJAR é Verbo Transitivo Indireto, porém NÃO admite o pronome LHE (pron. obliquo).

  • Gio Carv, em relação a sua dúvida, de fato o termo que é palavra atrativa, no entanto, quando o verbo estiver no INFINITIVO, que é o caso de JUSTIFICAR, a PRÓCLISE se torna facultativa, podendo ser utilizada a ÊNCLISE.

    ...em vez de explorar os atributos da ênfase que podem justificar a ênfase ... (justificá-la / a justificar)

    OUTRO EXEMPLO:

    O governo pediu para não manifestar-se sobre o caso.

    o governo pediu para não se manifestar sobre o caso.

    Apesar de haver palavra atrativa (NÃO), as duas formas estão corretas porque o verbo esta no INFINITIVO

  • Ótima questão para revisar colocação pronominal.

  • Quem atribui, atribui algo a alguém. Note que o verbo atribuir é um VTDI. Logo precisamos de um pronome para substituir o objeto indireto. O correto é: atribui-se a ela. Aqui não é permitido crase, porque antes de pronomes de tratamento (ex: você,senhor,...) não se usa crase. 
    Quem enfraquece, emfraquece algo. Note que o verbo enfraquecer é um VTD. Precisamos de um pronome que substitua o objeto direto. O correto é: a enfraquece. Não podemos usar o pronome 'lhe', porque ele recupera um objeto indireto (no sentido de 'para ela/ele).
    Quem justifica, justifica algo. O verbo 'justificar' é um VTD. 
    Precisamos de um pronome que substitua o objeto direto. O correto é: justificá-la.
    Gabarito: B

  • Questões da FCC são excelentes para revisar conteúdo . 

     

  • Este professor do QC conversa igual ao Marcelo Rezende kkk

  • Na alternativa A, mesmo a particula atrativa estando longe ela atrai do mesmo jeito ? Ou tem que estar logo atras da palavra ?

  • Atribuir-se a ela ==> trocando por ''ao ele'' veremos que não tem crase.

     

    ...um efeito retórico que na verdade enfraquece a ênfase... VTD

    - Relação de posse (por meio do pronome possessivo)

    - Se é Objeto Direto, substitui por: a, o, as, os.

  • "atribui-se à ênfase." (a substituição correta seria "atribui-se a ela.")

    "lhe" não pode, porque não se trata de pessoa;

    "à ela" não pode, porque antes do pronome "ela" não há crase;

    "a ela se atribui" não pode, porque não há palavra atrativa que justifque a próclise;

     

    "enfraquece a ênfase." (a substituição correta seria "a enfraquece.")

    "lhe" não pode, porque não se trata de pessoa;

    "enfraquece-a" não pode, pois o pronome relativo justifica a próclise;

     

    "explorar os atributos da ênfase." (a substituição correta seria "explorar seus atributos.")

    nenhuma das demais alternativas mantém a ideia de posse que, semanticamente, o trecho original deseja passar. Na correção, o pronome possessivo traz essa ideia. Também estaria correto se a substituição fosse "explorar os atributos dela.", pois o adjunto adnominal também traz, semanticamente, essa ideia de posse.

     

    "justificar a ênfase." (a substituição correta seria "justificá-la.")

    "lhe" não pode, porque não se trata de pessoa;

     

    Quem escolheu a busca não pode recusar a travessia - Guimarães Rosa

    ------------------- 

    Gabarito: B

     

  • Letra B.

    Cuidado com o primeiro trecho em destaque! Sabemos que “à ênfase” é o OI, todavia, não seria adequado usar o pronome “lhe”, uma vez que o verbo “atribui-­se” já está acompanhado pelo pronome “se” (pense no quanto seria estranha a construção atribui­-se-­lhe). Então, opta-­se pelo pronome oblíquo tônico a ela (e isso nos permite eliminar as letras a, d e e). No segundo trecho destacado, “a ênfase” é OD do verbo “enfraquece” (e isso nos permite eliminar a letra c). Para confirmar a letra b como correta, note que foi usado um pronome possessivo no terceiro trecho, na medida em que há uma relação de posse entre “atributos” e “ênfase”, e que “a ênfase” é OD do verbo “justificar”.

     

     

    Questão comentada pelo Prof. Elias Santana