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ID
175729
Banca
FCC
Órgão
TRT - 9ª REGIÃO (PR)
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Pensando os clássicos

Os pensadores da antiguidade clássica deixaram-nos um
tesouro nem sempre avaliado em sua justa riqueza. O filósofo
Sêneca, por exemplo, mestre da corrente estoica, legou-nos
uma série preciosa de reflexões sobre a tranquilidade da alma
- este é o título da tradução para o português. É ler o livrinho
com calma e aprender muito. Reproduzo aqui três fragmentos,
para incitar o leitor a ir atrás de todo o restante.

I. Quem temer a morte nunca fará nada em prol dos
vivos; mas aquele que tomar consciência de que
sua sorte foi estabelecida já na sua concepção
viverá de acordo com a natureza, e saberá que
nada do que lhe suceda seja imprevisto. Pois,
prevendo tudo quanto possa de fato vir a suceder,
atenuará o impacto de todos males, que são fardos
somente para os que se creem seguros e vivem na
expectativa da felicidade absoluta.

II. Algumas pessoas vagam sem propósito, buscando
não as ocupações a que se propuseram, mas
entregando-se àquelas com que deparam ao acaso.
A caminhada lhes é irrefletida e vã, como a das
formigas que trepam nas árvores e, depois de subir
ao mais alto topo, descem vazias à terra.

III. Nossos desejos não devem ser levados muito
longe; permitamos-lhes apenas sair para as proximidades,
porque não podem ser totalmente reprimidos.
Abandonando aquilo que não pode acontecer
ou dificilmente pode, sigamos as coisas próximas
que favorecem nossa esperança (...). E não
invejemos os que estão mais alto: o que parece
altura é precipício.

São princípios do estoicismo: aprender a viver sabendo
da morte; não se curvar ao acaso, mas definir objetivos; viver
com a consciência dos próprios limites. Nenhum deles é fácil de
seguir, nem Sêneca jamais acreditou que seja fácil viver. Mas a
sabedoria dos estoicos, que sabem valorizar o que muitos só
sabem temer, continua viva, dois mil anos depois.

(Belarmino Serra, inédito)

Está correto o emprego do elemento sublinhado na frase:

Alternativas
Comentários
  • Resposta : Letra e)

    a) de cujo - reconhecimento do valor

    b) de cujo - temor da morte

    c) aos quais

    d) em cujo - estamos assegurados no domínio ( em que domínio ?)

    e) Correta - de que - "...jamais descuram de um dos princípios ..."

  • a) "O pensamento clássico encerra uma riqueza em cujo valor poucos prestam o devido reconhecimento."  ERRADA. Quem presta reconhecimento presta reconhecimento A ALGUMA COISA. Portanto: A CUJO

    b) "A morte, cujo o temor nos faz querer esquecer dela, é uma questão permanente da filosofia estoica." ERRADA. Quem esquece esquece alguma coisa. Não tem preposição. Portanto: CUJO. Obs.: "CUJO O" NÃOOOOOO EXISTE!!!! É simplesmente "cujo".

    c) "Quase nunca atentamos para os limites a que devemos impor aos nossos desejos." ERRADA. Quem impõe impõe alguma coisa. Não tem preposição! Portanto: "QUE DEVEMOS IMPOR", simples assim!

    d) "Nossas esperanças não devem projetar-se para além do espaço cujo domínio estamos assegurados." ERRADA. Neste caso, quem está assegurado está assegurado DE alguma coisa. Portanto: "DE CUJO domínio estamos assegurados.

    e) CORRETA!!! Justificativa: quem se descura se descura DE alguma coisa.

  • Complementando a colega, o verbo descurar pode ser tanto transito, intransitivo, bitransitivo, quanto transitivo pronominal. Porém, no caso, a frase pede a preposição:

    Quem vagueia sem propósito pela vida fere um dos princípios de que os estóicos jamais descuram.

    Os Estóicos jamais descuram (sentido de "descuidar") de um dos princípios que quem vagueia sem propósitos pela vida fere.
  • QUEM ESTÁ ASSEGURADO ESTÁ ASSEGURADO EM