SóProvas


ID
1800202
Banca
AOCP
Órgão
INES
Ano
2013
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                            Monteiro Lobato?

                                     Não com o nosso dinheiro

                                                                                                        Leando Narloch

    1.§    O movimento negro me odeia. Desde que mostrei, com o livro Guia do Politicamente Incorreto da História do Brasil, que Zumbi mantinha escravos no Quilombo de Palmares, os ativistas das cotas não estão contentes comigo. Do lado de cá, eu também me irrito com boa parte do que eles defendem. Mas, existe um ponto em que eu preciso concordar com eles: a polêmica dos livros do Monteiro Lobato.

    2.§    Se você acaba de despertar de um coma, o que aconteceu foi que, em 2010, o Conselho Nacional de Educação decidiu impedir a distribuição do livro Caçadas de Pedrinho em bibliotecas públicas. Disseram que esse clássico da literatura infantil era racista por causa de frases como “Tia Anastácia trepou que nem uma macaca de carvão” ou “Não vai escapar ninguém, nem Tia Anastácia, que tem carne preta”. Muita gente esperneou contra a decisão, afirmando que se tratava de um exagero, uma patrulha ideológica e um ato de censura contra um dos maiores autores brasileiros.

    3.§    É verdade que é preciso entender a época de Monteiro Lobato, quando o racismo era regra não só entre brancos, mas mesmo entre africanos. Até Gandhi, o líder mundial do bom-mocismo, escreveu e repetiu frases igualmente racistas nos 20 e poucos anos que viveu na África do Sul.

    4.§    A questão, porém, é outra: o governo deve investir em obras que parecem preconceituosas a parte da população? O Conselho Nacional de Educação não defendeu a proibição dos livros de Monteiro Lobato: foi contra apenas a distribuição bancada pelo governo. Pois bem: o Ministério da Educação deve gastar seu disputado dinheiro com esses livros? Eu acredito que não.

    5.§    Os negros que pagam impostos e os outros contribuintes que consideram Monteiro Lobato racista não devem ser obrigados a bancar edições do escritor. É mais ou menos essa a posição do economista Walter Williams, um dos principais intelectuais libertários dos EUA. Defensor da ideia de que o Estado deve se meter o mínimo possível na vida, nas escolhas e no bolso das pessoas, esse economista negro prega a liberdade de se fazer o que quiser desde que isso não implique violência a terceiros. Se um grupo quiser, por exemplo, criar um clube de tênis só para brancos, ou só para negros, tudo bem – desde que não use verba pública e não tente proibir manifestações de repúdio. Se tiver verba pública, não pode discriminar.

    6.§    Para libertários como Williams, ninguém, nem o governo, tem o direito de ameaçar ou praticar violência contra indivíduos pacíficos. Não é correto ameaçar um indivíduo de prisão por sonegação fiscal se ele não topar contribuir com essa ou aquela prática do governo. Um grupo de políticos que defende uma guerra com o Iraque não deve obrigar os cidadãos a contribuir para essa guerra. Do mesmo modo, se uma turma acredita ter uma boa ideia ao criar uma universidade, um estádio de futebol ou um festival de curtas-metragens, essa ideia deixa de ser boa quando implica a ameaça contra aqueles que não querem contribuir.

    7.§    Nada impede, é claro, que os autores dessas ideias tentem convencer as pessoas de que seus projetos merecem contribuições. É o que fazem há séculos as melhores universidades americanas, as instituições de caridade, alguns tipos de fundos de investimento e, há poucos anos, os sites de crowdfunding, o “financiamento coletivo”. Nada impede, também, que os admiradores de Monteiro Lobato se organizem, reúnam doações e publiquem quantas edições quiserem das ótimas histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo.

                         Revista Superinteressante, edição 312, de dezembro de 2012.

“Para libertários como Williams, ninguém, nem o governo, tem o direito de ameaçar... (6.§)

A oração destacada funciona como

Alternativas
Comentários
  • Uma dica para matar 99% de questões com AA e CN.
    retire o termo da frase, se continuar com sentido é adjunto adnominal, senão é complemento nominal.

  • Rodrigo Marcelo, pode explicar melhor, por favor?

    Obrigada.


  • em: " direito de ameaçar "  "de ameaçar está completando o substantivo - Direito, que significa no contexto:  (PODER)  - TODA VEZ QUE O TERMO PROPOSTO ESTIVER COMPLETANDO UM SUSTANTIVO ABSTRATO, TEMOS UM COMPLEMENTO NOMINAL

      Poder

    S.m. masculino, simples, primitivo e abstrato ( depende de outro ser para existir )

     Capacidade ou possibilidade de fazer uma coisa.
    Direito de agir, de decidir, de mandar.
    Autoridade, governo de um país.
    Mandato, procuração.

    dicionario informal

  • e)complemento nominal.

    Quem tem direito, tem direito A algo. Quando um substantivo/adjetivo/advérbio etc exige preposição, temos CN. 

  • Complemento nominal (Sempre precedido de preposição) e pode ser satélite de: ASAA

     

    Adjetivo

    Substantivo Abstrato (valor paciente)

    Advérbio

     

    Adjunto adnominal (Precedido ou não de preposição) satélite de: SASC

     

    Substantivo Abstrato (Valor de agente)

    Substantivo Concreto

     

    "Para libertários como Williams, ninguém, nem o governo, tem o direito de ameaçar ou praticar violência contra indivíduos pacíficos."

     

    "de ameaçar" satélite de (direito) que é um substantivo abstrato. O substantivo abstrato é aquele que só existe enquanto alguém produz

     

    Nesse caso com valor paciente, pois: Os indivíduos sofrem a violência e são ameaçados

     

    Bons estudos

     

     

     

  • Excelente, Rodrigo!

     

  • De fato, o complemento nominal nunca estará ligado a substantivo concreto.

    No adjunto adnominal dá para substituir por "dele", "seu" (ideia de posse)

    Peguei o exemplo do colega Martin: A construção do engenheiro terminou = A construção dele terminou.

    No outro exemplo a construção não é da casa. (dela)

    AVANTE!

  • Para distinguir complemento nominal e o adjunto adnominal, deve-se levar em consideração:

     

    1) Somente o complemento nominal pode ligar-se a adjetivos ou advérbios.

     

    Exemplos:

    Ele é perito (adjetivo) em cirurgia (complemento nominal).

    Ela está longe (advérbio) da verdade (complemento nominal).

     

    2) Somente o adjunto adnominal pode ligar-se a substantivos concretos.

     

    Exemplos:

    Recebi o livro (subst. concreto) de literatura (adj. adnominal).

    Há homens (subst. concreto) sem responsabilidades (adj. adnominal).

  • Rodrigo Marcelo quis dizer com o seu comentário que o Adj. Adnominal é termo acessório, ou seja, quando retirado do ponto de vista sintatico nao faz falta. Já o Complemento nominal se retirado faz falta porque é termo integrante, ou seja, prejudica a sintaxe da oração. Bons estudos, Guerreiros
  • GABARITO: E

     

  • GABARITO: E


    A preposição "de" se encontra no contexto devido à regência do substantivo "direito".

     

    Trata-se, portanto, de um caso de regência nominal.

     

    A preposição exigida pela regência nominal inicia o complemento nominal.

  • Gente uma duvida aqui


    tem é verbo transitivo direto e no caso o direito é objeto direto?

  • Por que não é objeto indireto?

  • galera , rlx , DICÃO agora :

    A) O direito de ameaçar ______ o ''de'' é preposição, mas ''o direito'' não é verbo (é tudo menos verbo).

    B) Precisa nem explicar

    C) O ''de'' é preposição , OD não são preposicionados .

    D) AA ''especifica'' um substantivo ou um adjetivo , é representado por um artigo, numeral , pronome, adjetivo ou locução adjetiva. " o direito de ameaçar '' ______ Ameaçar especifica o direito , mas não segue as outras regras.

    E) CN = ''referi-se'' ao um adjetivo ou substantivo, Sempre regido por preposição , no caso o ''DE''

    além de completar o sentido ou palavra que ''não seja verbo '' , a palavra ''direito'' não é verbo.

    é dificil mas fazer oq né kkkk , são regras ,

  • "o direito" = substantivo abstrato

    "de ameaçar" = complemento nominal

    complemento nominal= complementa o sentido do substantivo abstrato, adjetivo e advérbio, sempre por meio de preposição.

  • direito de 

  • Gab. E

    Porém, fiz esse questionamento a um professor de português e obtive a seguinte resposta.

    "Direito" aqui é substantivo abstrato. Nesse caso, " de ameaçar" é adjunto adnominal, uma vez que possui natureza ativa

    =REVISANDO=

    Complemento Nominal=

    -termo obrigatoriamente preposicionado;

    -completa adjetivo, advérbio e substantivo abstrato (qdo tem natureza passiva) Amor à mãe é relevante (mãe é amada)

    Adjunto Adnominal=

    -pode ser preposicionado

    -pode ser representado por adjetivo, artigo, pronome, numeral, locução

    artigo-numeral-adjetivo-sub.concreto- adjetivo--verbo-- subs (Morfologia)

    As duas últimas casas de madeira tinham defeitos

    A.Adj A.Adj A.Adj Suj. A.Adj VTD OD (Sintáxe)

    -termo que se refere a subs. concreto ou abstrato (qdo tem natureza ativa) Ex. Amor de mãe é relevante (mãe ama)

    Portanto, o gabarito deveria ser alterado para a letra D.

  • "2ª.dica: Os complementos que vierem sob a forma verbal são complementos nominais por apresentarem essa idéia passiva. Exemplos:   “osso duro de roer” = a idéia é “duro de ser roído” – idéia passiva è complemento nominal Medo de cair = a idéia é “de sofrer uma queda” – idéia passiva è complemento nominal Essa notícia é difícil de acreditar = a idéia é “difícil de ser acreditada” – idéia passiva è complemento nominal." https://www.pontodosconcursos.com.br/artigo/13853/claudia-kozlowski/ainda-diferenca-entre-complemento-nominal-e-adjunto-adnominal
  • Alguém explica porque não é Objeto indireto ????

  • QUESTÃO DIFÍCIL ! PENSEI ASSIM: ... " NINGUÉM , NEM O GOVERNO, TEM DIREITO DE AMEAÇAR ..."

    NINGUÉM TEM OQUÊ ?

    O DIREITO .

    Até aqui , a oração já faz sentido. Agora analisemos: NINGUÉM TEM O DIREITO DE FAZER OQUÊ ?

    DE AMEAÇAR !!!!!

    ESSE " DE AMEAÇAR " É EFEITO DE UM DIREITO, OU SEJA, PACIENTE.

    SENDO ASSIM, C.N !!!

  • Eu marquei letra D) . A palavra DE AMEAÇAR é o termo que modifica o substantivo Abstrato, que neste caso esta vindo como um termo agente, pois a ação de AMEAÇAR está sendo praticada pelo direito do governo.

  • COMPLEMENTO NOMINAL: completa sentido de substantivo abstrato, advérbio ou adjetivo

    Sempre vem antecedido por preposição

  • como diria Pedro Lima . bracinho do armiloque na questão . vamos ao bizu : "de Ameaçar " preposição de preposição nao vai do céu ou vem do verbo ou vem do nome Se vem do verbo - O.I Se vem do nome - C.N tem direito de Ameaçar . logo completa o nome direito . que é oque ele tem ... espero ter ajudado
  • sempre aquela dúvida entre adjunto adnominal e complemento nominal..

  • Direito é um substantivo abstrato, pois depende da existência de alguém para existir. E o direito recai sobre a palavra "ameaçar", por isso é complemento nominal.

  • Se o SUBSTANTIVO ABSTRATO for alvo da ação = CN. Se o SUBSTANTIVO ABSTRATO for o agente= ADJUNTO ADNOMINAL. Caso seja SUBSTANTIVO CONCRETO= ADJUNTO ADNOMINAL