SóProvas


ID
1813753
Banca
FUNCAB
Órgão
Faceli
Ano
2015
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção ao Sábado

    Acho que sábado é a rosa da semana; sábado de tarde a casa é feita de cortinas ao vento, e alguém despeja um balde de água no terraço; sábado ao vento é a rosa da semana; sábado de manhã, a abelha no quintal, e o vento: uma picada, o rosto inchado, sangue e mel, aguilhão em mim perdido: outras abelhas farejarão e no outro sábado de manhã vou ver se o quintal vai estar cheio de abelhas.
      No sábado é que as formigas subiam pela pedra.
      Foi num sábado que vi um homem sentado na sombra da calçada comendo de uma cuia de carne-seca e pirão; nós já tínhamos tomado banho.
     De tarde a campainha inaugurava ao vento a matinê de cinema: ao vento sábado era a rosa de nossa semana.
    Se chovia só eu sabia que era sábado; uma rosa molhada, não é?
    No Rio de Janeiro, quando se pensa que a semana vai morrer, com grande esforço metálico a semana se abre em rosa: o carro freia de súbito e, antes do vento espantado poder recomeçar, vejo que é sábado de tarde.
    Tem sido sábado, mas já não me perguntam mais.
    Mas já peguei as minhas coisas e fui para domingo de manhã.
    Domingo de manhã também é a rosa da semana. 
    Não é propriamente rosa que eu quero dizer.

LISPECTOR, Clarice.Para não esquecer . São Paulo: Editora Siciliano, 1992. 

No trecho “a casa é feita de cortinas ao vento, e alguém despeja um balde de água no terraço", a vírgula antes do E justifica-se:

Alternativas
Comentários
  •  Alternativa correta:

    d) pelos diferentes sujeitos interligados.

     

    ATENÇÃO

    Embora a conjunção "e" seja aditiva, há três casos em que se usa a vírgula antes de sua ocorrência:

     

    1) Quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes.

    Por Exemplo:

    Neste caso, "O homem" é sujeito de "vendeu", e "A mulher" é sujeito de "protestou". 

    O homem vendeu o carro, e a mulher protestou.

     

    2) Quando a conjunção "e" vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto).

    Por Exemplo:

    E chora, e rie grita, pula de alegria.

     

    3) Quando a conjunção "e" assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, consequência, por exemplo)

    Por Exemplo:

    Coitada! Estudou muitoe ainda assim não foi aprovada.

    Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono30.php

  • USAR-SE  COM A CONJUNÇÃO  ( E )  NOS SEGUINTES CASOS 

    1- Em orações com sujeitos diferentes 

    ex: chegaram os livros, e senti-me melhor.

    2- Com conjunçao adversativa ( e = mas) 

    ex: Comprou passagens, e desistiu da viagem.

    3- No polissíndeto 

    ex: Passaram os anos, e os amores, e a vida, e a felicidade.

     

  • GABARITO D

     

     “a casa é feita de cortinas ao vento, e alguém despeja um balde de água no terraço"

           

      Quem é feita de cortinas ao vento? A CASA (sujeito I)

      Quem despeja um balde de água no terraço? ALGUÉM (sujeito II)

     

    Logo, temos diferentes sujeitos interligados.

     

     

    bons estudos

  •  “a casa é feita de cortinas ao vento, e alguém despeja um balde de água no terraço"

    Primeira oração:

    sujeito: a casa

    loc. verbal: é feita de (VTI)

    complemento verbal: cortinas ao vento

    Segunda Oração:

    Sujeito: Alguem

    verbo: despeja (VTDI)

    complemento: um balde (OD) de água (Complemento Nominal do objeto Direto) no terraço (OI)

    Logo, a virgula tem como objetivo separar as duas orações, pois os verbos se relacionam com sujeitos distintos.