O psicodiagnóstico e a psicoterapia, como práticas de um serviço socialmente regulamentado, ou seja, em
sua dimensão pública, articulam-se com instituições e organizações que se situam "fora" do conjunto
delimitado pelo terapeuta e pelo paciente na sociedade à qual pertencem. Essa articulação começa pela
pré-definição institucionalizada dos papéis de cada um dos sujeitos que se engajam na relação. Esses
papéis, complementares entre si, definem uma assimetria hierarquizada bidirecional em que, por um lado,
um (o diagnosticador/psicoterapeuta) detém o saber especializado, "científico", e o outro (o
diagnosticado/paciente) é objeto/beneficiário desse saber, e, pelo lado oposto, o outro (o cliente/consumidor) compra/recebe o serviço e o um (o terapeuta/prestador de serviço) vende/presta esse
serviço.