SóProvas


ID
2091415
Banca
AOCP
Órgão
Prefeitura de Juiz de Fora - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O difícil, mas possível, diálogo entre a arte e a ciência

                                                                                                                                         Daniel Martins de Barros

Estabelecer pontes entre a ciência e a arte não é tarefa fácil. Se a revolução científica, com sua valorização da metodologia experimental e sua necessidade de rigor, trouxe avanços inegáveis para a humanidade, por outro lado também tornou o trabalho científico distante do homem comum. Com isso, distanciou-o também da arte, que talhada para captar a essência humana, o faz de maneira basicamente intuitiva. Tentativas de reaproximação até existem, mas a inconstância e variabilidade no seu sucesso atestam a dificuldade da empreitada. Um dos diálogos mais interessantes entre ciência e arte se deu nas primeiras décadas do século 20, na relação entre o surrealismo e a psicanálise.

Os sonhos eram considerados proféticos e reveladores, até que, em 1899, Sigmund Freud apresentou uma das primeiras tentativas de interpretá-los cientificamente no livro A Interpretação dos Sonhos.Simplificando bastante, sonhos seriam um momento em que conteúdos inconscientes surgiriam para nós, ainda que disfarçados, e caberia à psicanálise desmascarar seu real significado.

O movimento artístico do surrealismo imediatamente se apropriou dessas teorias. Os surrealistas já nutriam um interesse especial pelo inconsciente, tentando retratar esses conteúdos em suas obras, mas após a tradução do livro de Freud para o espanhol, o pintor catalão Salvador Dalí tornou-se um dos maiores entusiastas da obra freudiana. Segundo ele mesmo, o objetivo de sua pintura era materializar as imagens de sua “irracionalidade concreta”.

Desde que se tornou fã declarado do médico austríaco, Dalí tentou se encontrar com ele. Tanto insistiu que conseguiu, quando Freud já estava idoso e bastante doente. A reunião não foi das mais frutíferas, já que os dois eram incapazes de conversar: Dalí não falava alemão nem inglês, e Freud, além do câncer de mandíbula, não estava ouvindo bem. A interação ficou limitada: Freud analisou um quadro recente de Dalí, enquanto esse passava o tempo desenhando o psicanalista e o observava a conversar com o amigo e escritor Stephan Zweig.

O resultado tímido do encontro poderia bem ser emblemático da complicada engenharia que é construir pontes entre tão distantes universos. As conversas nem sempre são frutíferas, as trocas muitas vezes são frustrantes. Mas a retomada desse episódio na peça Histeria, do dramaturgo Terry Johnson, mostra que não desistimos, e que  novas maneiras podem ser tentadas. Usando a liberdade que só se encontra na arte, Johnson expande o diálogo que não aconteceu, mostrando – ainda que numa realidade alternativa e em chave cômica – que os caminhos que ligam arte e ciência podem ser acidentados, mas não deixam de ser possíveis. Embora a psicanálise não seja mais considerada científica pelos critérios atuais e o surrealismo já não exista como movimento organizado, o encontro dessas duas formas de saber, no alvorecer do século 20, persiste como emblema de um diálogo que, mesmo que cheio de ruídos, não pode ser abandonado.


Adaptado de: http://m.cultura.estadao.com.br/noticias/teatro-e-danca,analise-o-dificil--mas-possivel--dialogo-entre-a-arte-e-a-ciencia,10000048930 Acesso em 17 de maio de 2016.

No trecho “A reunião não foi das mais frutíferas, já que os dois eram incapazes de conversar [...]”, a expressão em destaque introduz uma oração que denota

Alternativas
Comentários
  • Causais: introduzem uma oração que é causa da ocorrência da oração principal.

     

    São elas: porque, que, como (= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde que, etc.

  • A causa da reuniã não ter sido muito frutífera: os dois eram incapazes de conversar

    Sendo assim, percebe-se que a expressão da alternativa denota CAUSA, conforme afirmação do gabarito C

     

  • IDEIA DE CAUSA!

  • A reunião não foi das mais frutíferas (consequencia) , já que os dois eram incapazes de conversar (causa)  - LETRA C. 

  • c)

    causa.

  • Causa:

    Já que, porquanto, pois, uma vez que, como= porque, visto que..

    Trocar sempre pelo JÁ QUE

  • O FATO DE (causa) os dois estarem incapacitados de conversar FEZ COM QUE (consequencia) a reunião não fosse das mais frutíferas.

  • A  conjunção está em uma oração de dá ideia de causa. A causa vem antes da consequencia.

  • Indicam que a oração subordinada por elas introduzida exerce a função de adjunto adverbial da principal. De acordo com a circunstância que expressam, classificam-se em:

     

     Causais: introduzem uma oração que é causa da ocorrência da oração principal. São elas: porque, que, como (= porque, no início da frase), pois que, visto que, uma vez que, porquanto, já que, desde que, etc.

     

    Por exemplo:

    Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
    Como não se interessa por arte, desistiu do curso.

     

    Fonte: https://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf86.php

  • GABARITO: C


    Já que, porque, pois...

     

    Toda causa necessita de consequência.

     

    A consequência de os dois serem incapazes de conversar, consequentemente atrapalhou a reunião.

  • Dica para causa :   Quando a conjunção está introduzindo uma ideia que aconteceu ANTES do termo que está subordinado, e tem de haver uma consequência !!!

     

    A reunião não foi das mais frutíferas, já que os dois eram incapazes de conversar

     

    -> O fato de "os dois serem incapazes de conversar" aconteceu antes da reunião não ser frutífera correto ?    e houve consequência , pois este mesmo fato foi o que tornou a reunião infrutífera correto ! temos então CAUSA!

     

     

    CUIDADO:

    Mas se introduzir uma ideia que acontedeu DEPOIS , temos explicação:

    Choveu ontem , já que as ruas estão molhadas.

     

    O fato das ruas estarem molhadas aconteceu DEPOIS de chover correto ?  Então beleza , já não pode ser causa.  Neste caso temos explicação , seria a gente fornecer uma informação para confirmar o que dizemos anteriormente.   (Choveu ontem ...  beleza , mas como você sabe?   - as ruas estão molhadas)

  • O FATO DE serem incapazes de conversar (CAUSA)
    FEZ COM QUE o encontro fosse infrutífero (CONSEQUÊNCIA)

    GABA: C

  • errei marque letra E  06/06/2018 oração sobordinativas /causais ;justificam uma ação porque ,visto que ,ja que...

  • JAQUE é a causa do problema. 

  • A reunião não foi das mais frutíferas, já que os dois eram incapazes de conversar

    Causais – introduzem uma oração que é causa da ocorrência da oração principal .

    São elas : PORQUE, QUE , COMO (=PORQUE) , POIS QUE , UMA VEZ QUE , VISTO QUE , PORQUANTO , JÁ QUE , etc ..

    Ex : Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios

  • Gabarito: C

    “A reunião não foi das mais frutíferas, já que os dois eram incapazes de conversar."

    () Os dois eram incapazes de conversar foi a causa (2º) da reunião não ser das mais frutíferas.

  • Locução conjuntiva:

    Não obstante, no entanto: ideia de oposição;

    Pois que, visto que, já que: ideia de causa;

    Ao passo que: ideia de proporcionalidade;

    Para que: ideia de finalidade;

    Logo que,assim que: tempo:

    A menos que: condição;

    Ainda que: concessão;

    A fim de que: finalidade

    A medida que: Proporcionalidade

    Resposta: C

  • consequência. - A reunião não foi das mais frutíferas,

    causa. - já que os dois eram incapazes de conversar

  • gab. C.

    anota aí, meu chapa:

    conjunção subordinada Causal: Como, porque, visto que, já que, uma vez que, porquanto, na medida em que, se, pois que.