SóProvas


ID
2176975
Banca
IBADE
Órgão
Prefeitura de Rio Branco - AC
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Diploma não é solução
    Vou confessar um pecado: às vezes, faço maldades. Mas não faço por mal. Faço o que faziam os mestres zen com seus “koans”. “Koans” eram rasteiras que os mestres passavam no pensamento dos discípulos. Eles sabiam que só se aprende o novo quando as certezas velhas caem. E acontece que eu gosto de passar rasteiras em certezas de
jovens e de velhos...
    Pois o que eu faço é o seguinte. Lá estão os jovens nos semáforos, de cabeças raspadas e caras pintadas, na maior alegria, celebrando o fato de haverem passado no vestibular. Estão pedindo dinheiro para a festa! Eu paro o carro, abro a janela e na maior seriedade digo: “Não vou dar dinheiro. Mas
vou dar um conselho. Sou professor emérito da Unicamp. O conselho é este: salvem-se enquanto é tempo!”.Aí o sinal fica verde e eu continuo.
    “Mas que desmancha-prazeres você é!”,
vocês me dirão. É verdade. Desmancha-prazeres.
Prazeres inocentes baseados no engano. Porque
aquela alegria toda se deve precisamente a isto: eles
estão enganados.
    Estão alegres porque acreditam que a universidade é a chave do mundo. Acabaram de chegar ao último patamar. As celebrações têm o mesmo sentido que os eventos iniciáticos – nas culturas ditas primitivas, as provas a que têm de se
submeter os jovens que passaram pela puberdade. Passadas as provas e os seus sofrimentos, os jovens deixaram de ser crianças. Agora são adultos, com todos os seus direitos e deveres. Podem assentar-se na roda dos homens. Assim como os nossos jovens agora podem dizer: “Deixei o cursinho. Estou na universidade”.
    Houve um tempo em que as celebrações eram justas. Isso foi há muito tempo, quando eu era jovem. Naqueles tempos, um diploma universitário era garantia de trabalho. Os pais se davam como prontos para morrer quando uma destas coisas
acontecia: 1) a filha se casava. Isso garantia o seu sustento pelo resto da vida; 2) a filha tirava o diploma de normalista. Isso garantiria o seu sustento caso não casasse; 3) o filho entrava para o Banco do Brasil; 4) o filho tirava diploma.
    O diploma era mais que garantia de emprego. Era um atestado de nobreza. Quem tirava diploma não precisava trabalhar com as mãos, como os mecânicos, pedreiros e carpinteiros, que tinham mãos rudes e sujas.
    Para provar para todo mundo que não trabalhavam com as mãos, os diplomados tratavam de pôr no dedo um anel com pedra colorida. Havia pedras para todas as profissões: médicos, advogados, músicos, engenheiros. Até os bispos
tinham suas pedras.
    (Ah! Ia me esquecendo: os pais também se davam como prontos para morrer quando o filho entrava para o seminário para ser padre – aos 45 anos seria bispo – ou para o exército para ser oficial – aos 45 anos seria general.)
    Essa ilusão continua a morar na cabeça dos pais e é introduzida na cabeça dos filhos desde pequenos. Profissão honrosa é profissão que tem diploma universitário. Profissão rendosa é a que tem diploma universitário. Cria-se, então, a fantasia de que as únicas opções de profissão são aquelas
oferecidas pelas universidades.
    [...]
    Alegria na entrada. Tristeza ao sair. Forma-se, então, a multidão de jovens com diploma na mão, mas que não conseguem arranjar emprego. Por uma razão aritmética: o número de diplomados é muitas vezes maior que o número de empregos.
    [...]
    Tive um amigo professor que foi guindado, contra a sua vontade, à posição de reitor de um grande colégio americano no interior de Minas. Ele odiava essa posição porque era obrigado a fazer discursos. E ele tremia de medo de fazer discursos. Um dia ele desapareceu sem explicações. Voltou
com a família para o seu país, os Estados Unidos.
Tempos depois, encontrei um amigo comum e perguntei: “Como vai o Fulano?”. Respondeu-me: “Felicíssimo. É motorista de um caminhão gigantesco que cruza o país!”. ALVES, Rubem. Diploma não é solução, Folha de S. Paulo, 25/05/2004. (Adaptado).

Na frase “Para provar para todo mundo QUE NÃO TRABALHAVAM COM AS MÃOS.”, a oração em destaque apresenta relação:

Alternativas
Comentários
  • Basta substituir a oração destacada por ISSO. Veja:

    Para provar para todo mundo ISSO.

     

    Logo, é uma oração SUBSTANTIVA

  • (No mesmo sentido do comentário do Rodrigo Marcelo) Basta substituir a oração por "isso" e, para uma fácil compreensão, reescrever a frase na ordem direta:

    Para provar isso para todo mundo. 

  • Oração substantiva objetiva direta.

  •  “Para provar para todo mundo QUE NÃO TRABALHAVAM COM AS MÃOS.”

    I-)Para provar para todo mundo=Oração subordinada adverbial final.Bizú 1:Quando tiver preposição + verbo no infinitivo se atentar à possibilidade de a frase ser final.Bizú 2:Trocar o para por:Porque,que,para que,a fim de que e,se fizer sentido,temos uma oração subordinada adverbial final.

     QUE NÃO TRABALHAVAM COM AS MÃOS.Oração subordinada substantiva subjetiva

  • Afinal a oração "QUE NÃO TRABALHAVAM COM AS MÃOS" é subjetiva(sujeito oracional) ou objetiva direta ( objeto direto oracional) ?

     

    Acredito que seja OD pois quem provaprova ALGO(QUE NÃO TRABALHAVAM COM AS MÃOS) para ALGUEM( TODO MUNDO) .

  • Se for assim José Neto, creio que seria objetiva direta e indireta, pois ao passo que prova ALGO (OD), prova-o a ALGUÉM (OI), mas posso estar errado.

    De qualquer maneira, não seria subjetiva, pois uma oração substantiva subjetiva é iniciada por um verbo.

  • a) Oração Adjetiva: Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam, as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou especificam o sentido do termo a que se referem, individualizando-o.

    b) Oração adverbiais: é aquela que exerce a função de adjunto adverbial do verbo da oração principal. Dessa forma, pode exprimir circunstância de tempomodofimcausacondiçãohipótese, etc. Quando desenvolvida, vem introduzida por uma das conjunções subordinativas (com exclusão das integrantes). Classifica-se de acordo com a conjunção ou locução conjuntiva que a introduz.

    c) Oração substantiva: É quando  exerce a função sintática de sujeito do verbo da oração principal. (Exemplo: É fundamentalo / seu comparecimento à reunião (SUJEITO). ALTERNATIVA CORRETA.

  • Galera é so prestar atenção no ''Que'', a mesma está sendo equivalente a ''isso'' sendo portanto uma conjunção integrante.

    E o que deviramos de uma conjunção integrante? Elas introduzem orações subordinadas substantivas.

    SIMPLES E PRÁTICO SEM COMPLICAR.

     

    FÉ.

  • (Para) (provar) (isso) (para todo mundo.)

      Conj   VTD&I   OD         OI

     

    Acredito que seja isso!

     

    Forte abraço minha gente :)

  • “Para provar ISSO (QUE NÃO TRABALHAVAM COM AS MÃOS) para todo mundo!

    Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

  • “Para provar para todo mundo QUE NÃO TRABALHAVAM COM AS MÃOS.”

    “Para provar para todo mundo ISSO.”

    O "que", nesse contexto, é conjunção integrante, dessa forma inicia uma oração subrodinada substantiva objetiva direta. Pois quem prova, prova algo a/para alguém. (objeto direto) -> "..que não trabalham muito com as mãos." (resposta)

    -> "para todo mundo.."

  • Para os não assinantes: GAB C

    “Para provar para todo mundo QUE NÃO TRABALHAVAM COM AS MÃOS.

    “Para provar para todo mundo ISSO. → Quando o ''QUE'' ou o ''SE'' puder ser trocado por ISSO/DISSO será O.Subordinada Substantiva.

    Para provar o quê? ISSO. A oração terá valor de Obj Direto, caracterizando-a como Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta.

    Na ordem direta: Para provar isso para todo mundo.

    VTDI OD OI

  • Substantiva , magote de sem sombras

  • Para prova para todo mundo isso.

  • A questão quer saber a classificação da oração em destaque em "Para provar para todo mundo QUE NÃO TRABALHAVAM COM AS MÃOS.". Vejamos:

    A adjetiva.

    Orações Subordinadas Adjetivas: têm o valor e a função próprios do adjetivo. São iniciadas por pronomes relativos: que, o qual (e variações), onde, quem, cujo (e variações). Podem ser: explicativas e restritivas. 

    B adverbial.

    Orações Subordinadas Adverbiais: funcionam como adjuntos adverbiais da oração principal. Aparecem introduzidas por conjunções adverbiais. Sua classificação é feita conforme o sentido da circunstância adverbial que expressam. Podem ser: temporais, proporcionais, finais, causais, consecutivas, conformativas, condicionais, comparativas e concessivas. 

    C substantiva.

    Orações Subordinadas Substantivas: têm as funções sintáticas próprias do substantivo (complementos verbais, complemento nominal, sujeito...) e são introduzidas por conjunções subordinativas integrantes (geralmente "que" e "se"). Podem ser: objetiva direta, objetiva indireta, completiva nominal, predicativa, apositiva ou subjetiva. 

    D conjuntiva.

    Não existe.

    E causal.

    Oração subordinada adverbial causal: exprime ideia de causa do fato expresso na oração principal. É introduzida pelas conjunções porque, porquanto, uma vez que, visto que, já que, como... 

    Ex.: Já que você estudou muito, suas chances de passar são enormes. 

    .

    Em relação à questão, em "Para provar para todo mundo QUE NÃO TRABALHAVAM COM AS MÃOS, temos em vermelho uma oração subordinada substantiva objetiva direta. (= para provar para todo mundo o quê? "ISSO" = que não trabalhavam com as mãos)

    Oração subordinada substantiva objetiva direta: funciona como objeto direto do verbo da oração principal.  

    Esqueminha: VTD + QUE ou SE 

    Ex.: Eu quero que você passe em um concurso público. (= Eu quero o quê? ISSO = que você passe...) 

    Gabarito: Letra C

  •  Para provar para todo mundo que não trabalhavam com as mãos

    O.S.S.S.