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Interpretação do gabarito segundo a caracterização do processo psicodiagnóstico de Ocampo & Arzeno.
Institucionalmente, o processo psicodiagnóstico configura uma situação com papéis bem definidos com um contrato no qual uma pessoa (o paciente) pede ajuda, e outra (o psicólogo) aceita o pedido e se compromete a satisfazê-lo de acordo com suas possibilidades. É uma situação bem pessoal (psicólogo-paciente ou psicodiagnosticador-casal ou grupo familiar), duração limitada, os objetivo é conseguir uma descrição e compreensão, a mais profunda e completa possível, da personalidade total daquele que o procura. É importante ressaltar que o pedido de ajuda tem duas vertentes: o explícito conhecido como queixa e o subjacente (latente). Assim, na avaliação psicológica é importante levar em conta o motivo latente, o que não foi dito que habita o subterrâneo do paciente e interagem com a queixa. Não podemos ficar apenas naquilo que é motivo explícito da procura, uma vez que uma dinâmica será ativada durante o processo investigatório. Por essas razões é que a queixa principal poderá desaperecer, ser ampliada, ficar conectada com outros aspectos não ditos ou mesmo se resolver pelo simples fato da catarse. O processo psicodiagnóstico enfatiza também a investigação de algum aspecto em particular, segundo a sintomatologia corporal, pois muitos problemas médicos ou psiquiátricos escondem conflitos psicológicos não resolvidos. Assim, o olhar do psicólogo para esses fatores de ordem somática são importantes também (se houver). Abrange os aspectos passados, presentes (diagnóstico) e futuros (prognóstico) desta personalidade ou grupo. O psicodiagnóstico para alcançar tais objetivos utiliza-se de certas técnicas tais como: Entrevista semidirigida, técnicas projetivas, jogos, a hora lúdica, entrevista de devolução e encaminhamentos possíveis.
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definir o enquadre (ou enquadramento) permite dar garantias de que no processo de psicodiagnóstico o paciente não tenha contato com aspectos da sua infância já que são muito regressivos, dificultando a entrevista - errado
a entrevista inicial é caracterizada como uma entrevista dirigida, que permite ao entrevistador ter a liberdade de investigar as principais questões foco da avaliação psicológica. - errado
a entrevista clínica é uma técnica insubstituível, pois cumpre os objetivos do processo psicodiagnóstico, sendo a utilização de testes facultativa, uma vez que são apenas complementares. errado, pois depende
ao planejar a bateria de testes a ser utilizada no psicodiagnóstico, é importante discriminar a sequência em que os testes escolhidos serão aplicados, sendo que os primeiros devem ser os que mobilizam a conduta que corresponde ao sintoma do avaliado. errado
na entrevista clínica deve-se observar o motivo latente, subjacente ao manifesto, sem ater-se à queixa que preocupa o paciente e pode manter-se, anular-se e ampliar-se. certo
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Gostei muita desse vídeo do prof. Fábio Pedroso, ele explica muito bem a questão pq ele fala das páginas do livro para cada alternativa.
https://youtu.be/D8ptNRclm5E
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GABARITO E
Segundo Ocampo e Arzeno:
Não se pode definir o enquadramento com maior precisão porque seu conteúdo e seu modo de formulação dependem, em muitos aspectos, das caracterrísticas do paciente e dos pais.
Entrevista semidirigida- é a entrevista inicial quando o paciente tem liberdade para expor seus problemas começando por onde preferir e incluindo o que desejar.
A entrevista clínica é "uma" técnica e não "a" técnica. É insubstituível enquanto cumpre certos objetivos do processo psicodiagnóstico, mas os testes (projetivos) apresentam certas vantagens que os tornam insubstituíveis e imprescindíveis.
O teste que mobiliza uma conduta que corresponde ao sintoma nunca deve ser aplicado 1º, pois isso supõe colocar o paciente na situação mais ansiógena ou deficitária sem o prévio estabelecimento de uma relação adequada.
Na entrevista clínica deve-se observar o motivo latente, subjacente ao manifesto, sem ater-se à queixa que preocupa o paciente e pode manter-se, anular-se e ampliar-se.
Fonte: slides do vídeo https://youtu.be/D8ptNRclm5E
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--> Não se pode definir o enquadramento com maior precisão porque seu conteúdo e seu modo de formulação dependem, em muitos aspectos, das características do paciente e dos pais.
--> Entrevista semi-dirigida- é a entrevista inicial quando o paciente tem liberdade para expor seus problemas começando por onde preferir e incluindo o que desejar.
--> A entrevista clínica é "uma" técnica e não "a" técnica. É insubstituível enquanto cumpre certos objetivos do processo psicodiagnóstico, mas os testes (projetivos) apresentam certas vantagens que os tornam insubstituíveis e imprescindíveis.
--> O teste que mobiliza uma conduta que corresponde ao sintoma nunca deve ser aplicado 1º, pois isso supõe colocar o paciente na situação mais ansiógena ou deficitária sem o prévio estabelecimento de uma relação adequada.
--> Na entrevista clínica deve-se observar o motivo latente, subjacente ao manifesto, sem ater-se à queixa que preocupa o paciente e pode manter-se, anular-se e ampliar-se.
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A questão requer conhecimentos específicos acerca do psicodiagnóstico, de acordo com Ocampo & Arzeno.
Psicodagnóstico é um método científico em que o profissional, limitado no tempo, utiliza técnicas e testes psicológicos, levanta hipóteses e testa-as para fins específicos, seja para entender problemas à luz de pressupostos teóricos, identificar e avaliar aspectos específicos, seja para classificar o caso e prever seu curso possível, comunicando os resultados, na base dos quais são propostas soluções, se for o caso.
As etapas de um processo diagnóstico para os autores são:
a) Primeiro contato e entrevista inicial com o paciente:
b) Aplicação de testes e técnicas projetivas
c) Encerramento do processo:
d) Informe escrito ou laudo, no caso de encaminhamento para outro profissional ou devolução para a fonte solicitante do psicodiagnóstico.
Vamos às alternativas:
- ERRADA
A atividade clínica, principalmente no processo do psicodiagnóstico deve ser iniciado pelo enquadre. O enquadre varia em alguns aspectos, como a abordagem do profissional, principalmente a demanda e a personalidade do próprio analisando. Por isso, não se tem como meta evitar aspectos da infância do sujeito, pois a depender do enquadre, é uma etapa necessária para o trabalho do profissional.
- ERRADA
Na entrevista inicial é o primeiro contato com o avaliando. É a partir dela que é possível conhecer o paciente e qual a demanda que ele traz, para que assim seja possível estabelecer as hipóteses iniciais e planejar a bateria de testes que deverão ser aplicados posteriormente.
- ERRADA
Para Ocampo e Arzeno, a bateria de testes é imprescindível no processo do psicodiagnóstico. É a partir dos testes que será possível comprovar ou refutar as hipóteses que foram estabelecidas na entrevista inicial com o avaliando.
- ERRADA
A bateria de testes deve ser aplicada em uma sequência específica, considerando o aspecto avaliado por cada um, seu nível de estruturação e caráter ansiogênico. Testes mobilizadores, por exemplo, devem ser evitados ao serem aplicados no início para não causar resistência ou desistência do paciente.
- CERTA
Ao realizar a entrevista e assim, conhecer o paciente e o que levou a procurar o profissional, o avaliador deve fazer observação clínica adequada para hipotetizar se existem outros motivos inconscientes que demonstram conflitos latentes. No decorrer do processo, a queixa pode ser intensificada ou alterada por uma queixa que antes estava latente ou pode, inclusive (como diz a questão) “manter-se, anular-se e ampliar-se".
Gabarito da Professora: Letra E.