SóProvas


ID
2489140
Banca
COPEVE-UFAL
Órgão
MPE-AL
Ano
2012
Provas
Disciplina
Direito Administrativo
Assuntos

Dadas características abaixo, relativas às precondições operativas da Administração Pública Gerencial


I. A competição entre organizações públicas e entre organizações públicas e privadas.

II. O uso de práticas de gestão provenientes da administração privada.

III. Atenção à disciplina e parcimônia.

IV. Administradores empreendedores sem autonomia para decidir.


verifica-se que está(ao) correta

Alternativas
Comentários
  • C)

     

    3.4.1. O novo gerencialismo público ou nova gestão pública
    Em termos mais simples possíveis, a New Public Management nada mais é que “um conjunto de doutrinas administrativas”, surgidas na década 1970, que orientaram as reformas realizadas na Administração Pública em nível mundial. A NPM pretendia que os princípios gerenciais utilizados nas empresas privadas fossem também aplicados no meio público.
    Segundo Donald Kettl (2001), “a ideia de reformar o setor governamental, no sentido de aprimorá-lo, é algo tão antigo como a própria ideia de governo”, porém, o esforço despendido nas décadas de 1970, 1980 e 1990, certamente, foram os maiores. Dois grandes fatores impulsionaram esses esforços: a democracia e a globalização. A democracia cobra eficiência, participação nas decisões e accountability governamental, e a globalização traz as tecnologias da informação e da comunicação, e a competitividade.
    Às vésperas das grandes reformas, tanto as mundiais quanto a brasileira, ganha destaque a afirmação de que “os estados encontravam-se com menos recursos e com menos poder”: a maioria dos governos não tinha mais como financiar seus déficits públicos.
    O fato é que as reformas se tornaram indispensáveis: tanto no que se refere à promoção do desenvolvimento econômico num mundo globalizado, quanto ao bem-estar geral da sociedade de cada nação, com a prestação de serviços e a redução das desigualdades sociais (estas, especialmente na América Latina).
    Atenção → Não obstante as reformas, é possível afirmar que o Estado continua a atuar como o principal instrumento de desenvolvimento econômico, social e político das nações. Ao mesmo tempo em que se afasta da produção direta de bens e serviços, amplia sua atuação no campo da regulação, fiscalização e controle.
    O novo gerencialismo ou nova Administração Pública surge primeiro na Europa, como resposta do Estado à crise econômica mundial, que pôs fim à “era de prosperidade” dos países capitalistas (crises do petróleo de 1973 e 1979, e a estagnação econômica das nações europeias e dos Estados Unidos), e que resultou numa crise fiscal dos Estados (Estados sem recursos); da necessidade de um novo direcionamento para a atuação dos Estados, que agora deveriam concentrar-se nas questões estratégicas para o bem comum e deixar as demais ações por conta da iniciativa privada, diretamente ou compartilhadas num campo público não estatal; e da necessidade de um novo modelo de administração capaz de atender às demandas dos cidadãos.

  • A redação utilizada no enunciado da presente questão parece um tanto obscura, carecendo, pois, de alguma reflexão prévia. Com efeito: por "precondições operativas" parece legítimo considerar como características próprias ao modelo de Administração Pública Gerencial.

    Deve-se, portanto, dentre as quatro assertivas propostas, identificar aquelas que, de fato, constituem características adequadas ao referido modelo de Administração.

    Antes do exame de cada assertiva, pode-se lançar algumas luzes mínimas acerca do que vem a ser a denominada Administração Pública Gerencial. Como ensina a doutrina administrativista, cuida-se de modelo baseado, sobretudo, na inserção do princípio da eficiência, na implantação de técnicas administrativas próprias da iniciativa privada, na priorização do controle de resultados (ao invés do controle de atividade-meio), no incremento da autonomia das entidades e até mesmo dos órgãos integrantes da Administração Pública - para o quê ganha relevo o chamado contrato de gestão, dentre outras.

    Vejamos, agora, cada afirmativa, separadamente:

    I- Certo:

    A competição entre organizações públicas e e entre organizações públicas e privadas constitui medida salutar, à luz do princípio da eficiência, que, como visto acima, constitui viga-mestra do modelo de Administração Pública Gerencial.

    Afinal, qualquer espécie de competição faz com que os que dela participam sintam-se estimulados - e até mesmo compelidos - a buscarem o melhor rendimento possível dentro de sua esfera de competências, o que vai na linha da busca por melhores resultados, outra característica importante do mencionado modelo.

    Correta, pois, esta primeira assertiva.

    II- Certo:

    Esta característica já havia sido indicada acima, nos comentários introdutórios, e é, portanto, realmente, uma das notas marcantes do modelo de Administração Pública Gerencial. Como exemplo, podemos citar a flexibilização da estabilidade dos servidores públicos, mediante instiuição, via EC 19/98, das hipóteses de perda do cargo público previstas no art. 41 da CRFB/88, o que, em certa medida, aproximou os agentes públicos dos trabalhadores da iniciativa privada. Refira-se, ademais, que a própria aquisição da estabilidade passou a estar condicionada a uma avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade, conforme previsão lançada no §4º do mencionado preceito constitucional.

    III- Certo:

    Embora um tanto quanto lacônica, pode-se argumentar que uma atuação administrativa disciplinada e comedida, parcimoniosa, sobretudo no que tange à utilização de recursos públicos, se revela em sintonia com o princípio da eficiência, o qual constitui, refira-se uma vez mais, o postulado mais importante do Estado Gerencial. A correlação em tela, a despeito de não se mostrar muito óbvia, é possível de ser estabelecida. De tal maneira, apesar de este comentarista reconhecer que a Banca não foi muito clara neste item específico, não se afigura incorreto considerá-lo acertado.

    IV- Errado:

    Conforme anteriormente referido, na realidade, a Administração Pública Gerencial se caracteriza por promover e estimular um aumento da autonomia dos órgãos e entidades públicos, notadamente através do instrumento concebido no §8º do art. 37 da CRFB/88 (contrato de gestão), razão pela qual, ao se mencionar, nesta assertiva, administradores públicos "sem autonomia para decidir", a afirmativa vai na contramão das ideiais que norteiam o sobredito modelo administrativo, de sorte que está equivocada a presente assertiva.


    Gabarito do professor: C
  • Gabarito''C''. Está(ao) correta I, II e III, apenas.

     Administração Pública Gerencial

    I. A competição entre organizações públicas e entre organizações públicas e privadas.

    II. O uso de práticas de gestão provenientes da administração privada.

    III. Atenção à disciplina e parcimônia.

    Estudar é o caminho para o sucesso.

  • Parcimônia significa fazer economia, poupar.