SóProvas


ID
2509876
Banca
FCC
Órgão
ARTESP
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                           Ciência e religião


      A prestigiosa revista semanal norte-americana Newsweek publicou um surpreendente artigo intitulado “A ciência encontra Deus”. Esse foi o artigo de capa, a qual mostrava o vitral de uma igreja com anjos substituídos por cientistas em seus jalecos brancos e cruzes substituídas por telescópios e microscópios. Planetas, estrelas e galáxias adornam essa imagem central, que é finalmente emoldurada pela estrutura helicoidal de uma molécula de DNA. O artigo sugere que a ciência moderna precisa de Deus.

      Não existe nenhum conflito em uma justificativa religiosa ou espiritual para o trabalho científico, contanto que o produto desse trabalho satisfaça às regras impostas pela comunidade científica. A inspiração para se fazer ciência é completamente subjetiva e varia de cientista para cientista. Mas o produto de suas pesquisas tem um valor universal, fato que separa claramente a ciência da religião.

      Quando tantas pessoas estão se afastando das religiões tradicionais em busca de outras respostas para seus dilemas, é extremamente perigoso equacionar o cientista com o sacerdote da sociedade moderna. A ciência oferece-nos a luz para muitas trevas sem a necessidade da fé. Para alguns, isso já é o bastante. Para outros, só a fé pode iluminar certas trevas. O importante é que cada indivíduo possa fazer uma escolha informada do caminho que deve seguir, seja através da ciência, da religião ou de uma visão espiritual do mundo na qual a religião e a ciência preenchem aspectos complementares de nossa existência.

(GLEISER, Marcelo. Retratos cósmicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p. 46-47) 

Está plenamente clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto.

Alternativas
Comentários
  •  a) Sendo o autor do texto um cientista, um renomado nome da astrofísica, é natural que se penda um pouco para o lado de seus companheiros de investigação, e não para (o lado) dos religiosos. 

     b) Um cientista que se preze não abre mão dos procedimentos que sua comunidade considere obrigatórios, para que se alcance a universalidade do valor de uma pesquisa.  CORRETO

     c) Nada obsta de (não tem esse DE) que um cientista tenha também (acho que não precisa desse também por causa do termo além) fé, além dos procedimentos habituais de sua atividade, quais sejam: o rigor, a disciplina e o consenso dos resultados neles (procedimentos) obtidos.  

     d) A prestigiada revista norte-americana não hesitou em se propor uma analogia, em cuja tanto um cientista quanto um devoto fervoroso se equivalem à medida em que se conciliam. CONSTRUÇÃO EQUIVOCADA APÓS O USO DO "EM CUJA"

     e) Não costumam (costuma) faltar aos maiores cientistas alguma alta inspiração, o que não implica em (implicar no sentido de acarretar é VTD) que o resultado de suas pesquisas se traduzam em conquistas de fato objetivas.

     

    Caso encontrem erros, por favor me avisar. Abraços e bons estudos. 

  • Pegano o embalo da excelente resposta do colega Lucas mandel, só para acresentar.

    a) Sendo o autor do texto um cientista, um renomado nome da astrofísica, (aposto explicativo, por isso a vírgula) é natural que se penda um pouco para o lado de seus companheiros de investigação, e não para (o lado) dos religiosos.

    c) Nada obsta (sem a preposição DE porque este verbo é TD) que (o que introduz uma Oraç.Sub.Subs.OD, nada obsta isso, por isso mais uma vez o DE tá errado) um cientista tenha também fé (esse também está indicando que um cientista pode também ter fé, então está ok, mas ficaria melhor assim "tenha fé também"), além dos procedimentos habituais de sua atividade, quais sejam: o rigor, a disciplina e o consenso dos resultados neles (procedimentos) obtidos.

    d) A prestigiada revista norte-americana não hesitou em se propor (aqui temos um verbo pronominal e está no sentido reflexivo, a revista propôs a si mesmo.. a frase fica incoerente) uma analogia, em cuja tanto um cientista quanto um devoto fervoroso se equivalem à medida em que se conciliamCONSTRUÇÃO EQUIVOCADA APÓS O USO DO "EM CUJA". Está equivocada porque o CUJO geralmente fica entre dois substantivos, neste caso ele está entre um substantivo e uma oração sub.adv. Comparativa "tanto..quanto; tanto.. como". E por útlimo, NÃO EXISTE à medida em que e sim à medida que e na medida em que.

     

  • Qual a necessidade da vírgula na letra b? 

  • Yeda Nascimento,

     

    a vírgula neste caso é facultativa (portanto, não há erro em colocá-la), pois a oração adverbial está em sua posição "normal" (após a oração principal).  Caso a oração viesse deslocada, a vírgula seria obrigatória.

     

    "Um cientista que se preze não abre mão dos procedimentos que sua comunidade considere obrigatórios, para que se alcance a universalidade do valor de uma pesquisa" (oração subordinada adverbial final). 

  • Obrigada Vivi .