SóProvas


ID
2517286
Banca
FCC
Órgão
POLITEC - AP
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                  Da morte para a vida


      Um velho professor e médico cardiologista foi abordado pelo jovem aluno: − Mestre, dizem as estatísticas que é altíssima a incidência de mortes por causas cardíacas. O professor respondeu prontamente: − E do que você preferiria que as pessoas morressem? Lembrava ao discípulo, com isso, os limites do homem e da ciência, que fazem frente às aspirações ideais das criaturas, ao seu anseio de imortalidade.

      Sendo inevitável, nem por isso deixa a morte de prestar algum serviço aos vivos. Não, não me refiro à morte dos monstros antropomórficos que volta e meia põem em risco nossa humanidade; falo dos corpos que continuam de alguma forma vivos nos órgãos transplantados, nas aulas de anatomia, corpos que, investigados, ajudam a esclarecer os caminhos da moléstia que os vitimou. Falo dos préstimos que os homens sabem tomar da morte.

      Também no plano filosófico a morte pode surgir como estímulo para viver melhor. É o que afirmavam os velhos pensadores estoicos, quando lembravam que o bem viver é também a melhor preparação possível para a morte. Lembrarmo-nos sempre de nossa finitude é mais do que uma lição de humildade: é um convite para intensificar o sentido do tempo de que dispomos para seguir na vida. É de Sêneca esta lição: “Vivo de modo que cada dia seja para mim a vida toda; e não me apego a ele como se fosse o último, mas o contemplo como se pudesse também ser o último”.

                                                                 (Anastácio Fontes Ribeiro, inédito

Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

Alternativas
Comentários
  • Na D, o erro é que o verbo lembrar é VTD, diferentemente de "lembrar-se" que é VTI.

    [...] lembrando-lhe que a morte não vê causas [...]

  • Significado de Porquanto

    conjunção

    Porque; visto que: não foi ao casamento, porquanto perdeu o avião.

     

    [Gramática] Utilizada para unir orações ou períodos que possuam as mesmas características sintáticas.

     

    [Gramática] Tendo em conta o sentido, pode ser utilizada como conjunção explicativa, explicando ou justificando aquilo que havia sido dito ou escrito anteriormente.Etimologia (origem da palavra porquanto): por + quanto.

     

    Sinônimos de Porquanto

     

    Porquanto é sinônimo de: pois, porque

     

    Definição de Porquanto

    Classe gramatical: conjunção coordenativa explicativa
    Separação silábica: por-quan-to

  •  a) Tal como se propagava Sêneca em seus escritos, à humildade de viver devemos com que cada dia seja aproveitado como se ali sentíssemos ultimar a nossa vida. 

    Acredito que, nesse sentido, o verbo propagar não seria pronominal, mas transitivo. Além disso, há presença de duas preposições para o verbo dever faz com que esse verbo fique com dois complementos verbais preposicionados. 

    pro·pa·gar - Conjugar

    verbo transitivo

    1. Multiplicar pela via de reprodução.

    2. [Figurado]  Difundir, tornar conhecido, fazer propaganda de.

    3. Propalar.

    verbo intransitivo

    4. Multiplicar-se, reproduzir-se.

    5. Diligenciar, fazer prosélitos.

    verbo pronominal

    6. Multiplicar-se, reproduzir-se, fazer prole.

    7. Propalar-se, estender-se, generalizar-se, conquistar terreno.

    8. Transmitir, percorrer o espaço.

    9. Comunicar-se, pegar-se por contágio.

    "propagar", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/propagar [consultado em 19-09-2017].

     b) Há médicos que, por deliberação ou não, acreditam que possam salvar a vida eternamente, esquecendo-se assim da condição de mortalidade que a todos nos assolam

    O verbo assolar deveria estar no singular, porque seu sujeito é o pronome relativo "que" o qual está se referindo ao termo "mortalidade". 

     c)É próprio do homem saber retirar proveito de seus infortúnios, porquanto mesmo dos mortos mostra-se capaz de colher benefícios para os vivos. 

     d)O velho professor deu uma aula de humanidade ao jovem aluno, lembrando-lhe de que a morte não vê causas próprias de acordo com nosso ideal de longevidade. 

    Só haverá a preposição "DE", quando o verbo lembrar (ou esquecer) for pronominal.  

     e)Há pessoas que à partir da própria experiência, julgam que a morte possa ser sanada tal e qual a induziu o jovem aluno de medicina diante do velho professor. 

    o correto é a partir de, porque não se usa crase antes de verbo. 

    Além disso, para mim, há um erro de pontuação, pois há a separação do sujeito e do verbo, pois a vírgula antes do "julgam" deveria ter como par uma outra vírgula antes da locução "a partir de". Assim, o correto seria "há pessoas que, a partir da própria experiência, julgam que...". (sublinhei o sujeito e o verbo). 

  • Cuidado, tem um erro na letra b) que passou despercebido.

    b) Há médicos que, por deliberação ou não, acreditam (pres. ind) que possam (imp. afir) salvar a vida eternamente, esquecendo-se assim da condição de mortalidade que a todos nos assolam.


    Trata-se de correlação verbal. O certo poderia ser (a depender do sentido):

    1 - Há médicos que, por deliberação ou não, acreditam (pres. do ind) que podem (pres. ind)
    2 - Há médicos que, por deliberação ou não, acreditam (pres. do ind) que poderão (fut. pres. ind)
    3 - Há médicos que, por deliberação ou não, acreditam (pres. do ind) que poderiam (fut. pret. ind)

    Espero ter ajudado. Se errei , corrijam-me!
    _______________________________________________________________________________________________________________________

    Pessoal eu errei neste comentário.

    A correlação verbal se dá através do sentido, e se percebermos, o sentido está preservado na questão.

    b)Há médicos que, por deliberação ou não, acreditam que possam salvar a vida eternamente..
    O presente do indicativo, pode indicar além de fato que ocorre no momento em que se fala, um fato habitual, corriqueiro, frequente, e isso é preservado nessa correlação entre o presente do indicativo e o imperativo afirmativo na questão (tanto que o prefessor Arenildo, no vídeo, não fala sobre esse "erro").

    Errei no meu comentário porque me guiei apenas pela "lista" que tenho sobre correlações, sendo que a correlação se dá pelo sentido e não por um holl taxativo de correlações. É lógico que temos figuras carimbadas em questões de correlação, mas há infinitas possibilidades como disse o professor Pestana.

    Agradeço ao colega Godzilla~ por me notificar e conversar sobre ela.

  • A Questão tá difícil, corre pra letra C, vários concursos que não passei porque troquei a assertiva C pela letra B e me dei mal.

  • Marquei C porque achei um errinho na Letra B: a vírgula atrai a partícula SE: se esquecendo.

     

     

  • Resumindo:

    O texto sobre fala sobre os proveitos que podemos tirar sobre a morte. O médico lembra ao discípulo dos limites do homem e da ciência e do anseio do homem quanto a imortalidade. Há benefícios da morte: permite estudar as moléstia que vitimou corpos. A morte é um estímulo para viver melhor.

    c) C. Que benefícios seriam esses? os órgãos transplantados, os corpos nas aulas de anatomia que ajudam a entender as moléstias. Veja 2º parágrafo completo.

  • c-

    A questao inteira depende de saber o que é "porquanto". 

    Visto que, porque etc. Denota causa.

    Comparem com "conquanto", o qual é conjuncao subordinada adverbial concessiva: apesar de, embora que...

    Logo, o periodo deveria ser:

    É próprio do homem saber retirar proveito de seus infortúnios, porque mesmo dos mortos mostra-se capaz de colher benefícios para os vivos. 

  • Acredito que a colega Renata Chiabai esteja equivocada em seu comentário sobre a alternativa B, pois, no caso referido por ela não há atração da próclise e sim obrigatoriedade da ênclise, assim como colocado. O erro da B foi muito bem esclarecido pelo colega Leandro Franco, mas acho que poderia citar-se mais um, no final da frase: "...mortalidade que a todos nos assolam."....o correto seria: mortalidade que a todos assola.

     

    Corrijam-me caso eu tenha cometido algum erro em meu comentário, aqui estamos para aprender juntos.

     

    Bons Estudos!!!

  •  a) Tal como se propagava Sêneca em seus escritos, à humildade de viver devemos com que cada dia seja aproveitado como se ali sentíssemos ultimar a nossa vida. 

    Para mim, a frase não tem sentido algum. Não é clara e não se extrai coerência. 

    b) Há médicos que, por deliberação ou não, acreditam que possam salvar a vida eternamente, esquecendo-se assim da condição de mortalidade que a todos nos assolam

    O verbo assolar deveria estar no singular, pois está se referindo ao termo "condição". 

    c) É próprio do homem saber retirar proveito de seus infortúnios, porquanto mesmo dos mortos mostra-se capaz de colher benefícios para os vivos. 

    Correta.

    d)O velho professor deu uma aula de humanidade ao jovem aluno, lembrando-lhe de que a morte não vê causas próprias de acordo com nosso ideal de longevidade. 

    Quem lembra, lembra alguém de alguma coisa. Portanto, o correto seria lembrando-o.  

     e)Há pessoas que à partir da própria experiência, julgam que a morte possa ser sanada tal e qual a induziu o jovem aluno de medicina diante do velho professor.

    Não há crase antes do termo "partir". 

  • LETRA C

     

    Acredito que o letro da alternativa D seja porque o verbo lembrar neste caso seja VTDI. Observem:

     

    O velho professor deu uma aula de humanidade ao jovem aluno, lembrando-lhe de que a morte não vê causas próprias de acordo com nosso ideal de longevidade. 

     

    Lembrar como verbo transitivo direto e indireto

    Com o sentido de prevenir, advertir ou sugerir, o verbo lembrar pode ser complementado por um objeto direto e por um objeto indireto, apresentando duas possíveis estruturas frásicas.

    Fonte: https://www.conjugacao.com.br/regencia-do-verbo-lembrar/

     

    Portanto, o correto seria:  ...lembrando-o (OD) de que a morte (OI)...

     

    Qualquer coisa avisem, por favor...

  • alguém poderia explicar na alternatica C o verbo " mostra-se" está no singular ? eu pensei que tivesse que concordar com os vivos??

    grata.

  • Olà Isabel,

    o verbo concorda com "homem". 

    O homem mostra-se capaz de colher...

  • Bgd Leandro Franco.

    Leandro Franco, eu acho que o erro da B é de regência. Pois quem acredita, ACREDITA EM alguma coisa. E a preposição "em" deve ficar , nesse caso, antes do pronome relativo "que"--> (Há medicos em que...). Por favor alguem poderia analisar minha teoria e comentar,ficaria muito grato.

  • Simon mendes, como você pediu para alguém analisar, lá vai...

    Quem acredita, pode acredita no sentido de:

    1) Ter ou aceitar como verdadeiro, real ou sincero; CRER ( neste caso, é VTD)
    2) Ter confiança (em); CONFIAR (neste caso, VTD + preposição em).

    fonte: http://www.aulete.com.br/acreditar

    Na questão b) temos: Há médicos que, por deliberação ou não, acreditam que possam salvar a vida eternamente. Eles creem? Ou confiam?
    > Eles acreditam que podem, logo creem, portanto, neste caso, o verbo acreditar está como VTD.
    Cuidado, pois a depender do contexto, a transitividade verbal pode mudar.

  • Lucia Helena, lembrando-o.

  • Renata Chiabai, concordo com Marcos Andreico, a vírgula não é atrativo de próclise, pelo contrário!

  • No caso da "D", creio que o erro seja o "de". Nesse contexto, o medico lembra alguma coisa "que a morte não vê causas próprias de acordo com nosso ideal de longevidade" a alguém (ao aluno). 

  • Portugues da FCC é perigoso porque você primeiramente tem que entender o que pede a questão, e depois fazer.

    Achei que fosse questão de interpretação e era questao de pontuação e gramática rsrsrs

  • O errdo da letra d) é que o verbo lembrar é bi-transitivo e exige um OD(complemento sem preposição) e um OI (complemento com preposição.

    Lembrar alguém de algo, ou lembrar algo a alguém. No caso da frase:...lembrando-lhe de que a morte - há dois complementos preposicionados e deveria retirar esse conectivo de um deles. 

  • RESPOSTA: C

     

    porquanto

    conjunção coordenativa

    sintaticamente, liga orações ou períodos que apresentam as mesmas propriedades sintáticas; quanto ao sentido, é us. como conj.expl., introduzindo o segmento que, basicamente, denota uma justificação, explicação para o que foi dito anteriormente: porque; visto que, já que.

    "não aceitou o convite para jantar, p. antipatizava secretamente com o anfitrião"

     

    Gente, vamos indicar para comentário do prof!!! Facilita muito o entedimento da questão!!!

  • Desculpem-me os demais colegas, mas acho que, às vezes, quando alguém pergunta por qual motivo a alternativa X está errada, o pobre está precisando de algo mais simples e eu percebo que, no intuito de ajudar, diversas pessoas vêm e comentam. No entanto, se me permitem, pode ser algo mais simples que gramáticas, dicionários...

    Um colega perguntou o erro da alternativa B, então, ei-lo, espero que de forma mais simples: comentário do enunciado diz: "livre comentário sobre o texto"

    Trata-se, portanto, de um erro de interpretação chamado de : EXTRAPOLAÇÃO. Em nenhum momento no texto se pode inferir que médico algum queira salvar alguém ETERNAMENTE. Ocorre no texto que um jovem estudante espanta-se com as estatísticas de mortes por problemas do coração. Vejam, certa vez meu ortopedista disse que o avô dele e o seu pai morreram do coração e que ele tem problema do coração. Ora, não se quer salvar ninguém eternamente, mas talvez ainda seja alarmante, em tempo de realidades virtuais, foguetes explorando marte, etc., que morramos tanto daquilo que vitimou nossos avós. Ali, na alternativa B houve clara extraploração do sentido do texto, tanto ao se atribuir, a partir de um referencial estudantil o pensamento de toda uma classe mais madura; quanto, e aí mais claramente, ao usar o advérbio ETERNAMENTE que, em nenhum momento foi aludido no texto.

    b) Há médicos que, por deliberação ou não, acreditam que possam salvar a vida eternamente, esquecendo-se assim da condição de mortalidade que a todos nos assolam. 

  • Olá pessoal.

    O gabarito da questão é a letra C, mas qual o motivo ?

    Sucintamente, ao analisar a concordância temos que: "É próprio do homem saber retirar proveito de seus infortúnios, porquanto mesmo dos mortos mostra-se capaz de colher benefícios para os vivos''. O ''se'' grifado, nesta questão é Indice de Indeterminação do Sujeito, e a regra do jogo gramatical é clara ao determinar que índices de indeterminação do sujeito devem estar OBRIGATORIAMENTE na 3º do singular. Alguns poderiam dizer que se tem uma '' elipse'' do termo '' homens'' constante na primeira oração, mas não vejo sentido neste arranjo frase, pois o '' se'' foi colocado na frase exatamente para indeterminar o sujeito. 

    Quanto as outras alternativas, os colegas já destrincharam todos os pontos. 

    Obs. O comentário do colega João, com a devida vênia, não faz o menor sentido. 

    Bons Estudos. 

  • O erro da Letra "D" é por conta do pronome possessivo NOSSO.

     

    O velho professor deu uma aula de humanidade ao jovem aluno, lembrando-lhe de que a morte não vê causas próprias de acordo com nosso ideal de longevidade. 

     

    A todo momento é utilizado a 3º pessoa na frase: "deu uma aula ao jovem(ele) aluno" e "lembrando-Lhe".O Lhe também é um pronome obliquo de 3º pessoa. No mesmo período foi utilizado o pronome possessivo  NOSSO que equivale a "nós" ( 1ºpessoa do plural). Para que a frase esteja correta é necessário a uniformidade de tratamento para manter o mesmo tipo pronominal em todo o período.

     

    O correto seria:

     

    "O velho professor deu uma aula de humanidade ao jovem aluno, lembrando-lhe de que a morte não vê causas próprias de acordo com SEU ideal de longevidade." 

     

     

    Foco e fé...

  • Lucas Carvalho

    Com a devida vênia, seu comentário não me parece correto. O verbo "mostrar" não é VI ou VTI, logo o "se" não pode ser índice de indeterminação do sujeito. 

  • Galera, eu acho que o erro esta no verbo lembrar que é um verbo pronominal. "lembrando-lhe de que a morte não vê causas [...]"

    lembrando ao aluno que a morte não vê causas [...] - Não fazem parte do mesmo corpo, o professor esta lembrando algo ao aluno

     

    Os verbos pronominais tem preposição quando estiverem se referindo ao mesmo corpo, a pessoa pratica a ação para ela mesma.

     

    Ele se lembra de algo - O pronome esta na terceira pessoa e a preposição se refere à terceira pessoa

     

    Eu me lembro do fato - O pronome esta na primeira pessoa e a preposição se refere à primeira pessoa

     

     

  • Em 02/04/2018, às 00:45:14, você respondeu a opção C.Certa!

    Em 02/03/2018, às 04:04:34, você respondeu a opção B.Errada!

    Em 07/10/2017, às 00:04:36, você respondeu a opção A.Errada!

  • a) Tal como se pro pagava Sêneca em seus escritos, à humildade de viver devemos com que cada dia seja aproveitado como se ali sentíssemos ultimar a nossa vida.

    b) Há médicos que, por deliberação ou não, acreditam que possam salvar a vida eternamente, esquecendo-se assim da condição de mortalidade que a todos nos assolam.

    c) É próprio do homem saber retirar proveito de seus infortúnios, porquanto mesmo dos mortos mostra-se capaz de colher benefícios para os vivos.

    d) O velho professor deu uma aula de humanidade ao jovem aluno, lembrando-lhe (o) de que a morte não vê causas próprias de acordo com nosso ideal de longevidade.

    e) Há pessoas que à (não se usa crase antes de verbo) partir da própria experiência, julgam que a morte possa ser sanada tal e qual a induziu o jovem aluno de medicina diante do velho professor.