- ID
- 2521318
- Banca
- FCC
- Órgão
- DPE-RS
- Ano
- 2017
- Provas
-
- FCC - 2017 - DPE-RS - Analista - Administração
- FCC - 2017 - DPE-RS - Analista - Arquitetura
- FCC - 2017 - DPE-RS - Analista - Arquivista
- FCC - 2017 - DPE-RS - Analista - Assistente Social
- FCC - 2017 - DPE-RS - Analista - Banco de Dados
- FCC - 2017 - DPE-RS - Analista - Biblioteconomia
- FCC - 2017 - DPE-RS - Analista - Comunicação Social
- FCC - 2017 - DPE-RS - Analista - Contabilidade
- FCC - 2017 - DPE-RS - Analista - Desenvolvimento de Sistemas
- FCC - 2017 - DPE-RS - Analista - Economia
- FCC - 2017 - DPE-RS - Analista - Engenharia Civil
- FCC - 2017 - DPE-RS - Analista - Engenharia Elétrica
- FCC - 2017 - DPE-RS - Analista - Farmácia
- FCC - 2017 - DPE-RS - Analista - Infraestrutura e Redes
- FCC - 2017 - DPE-RS - Analista - Psicologia
- FCC - 2017 - DPE-RS - Analista - Segurança da Informação
- Disciplina
- Português
- Assuntos
[Uma espécie complicada]
O grande biólogo norte-americano Richard Dawkins acredita sem qualquer hesitação na teoria de Darwin acerca da sobrevivência dos mais fortes e capazes e na importância da adaptação a mutações fortuitas na evolução das outras espécies, mas se declara contra a ideia do darwinismo social na evolução da sua própria espécie. Aceitar o darwinismo social seria aceitar posições conservadoras em matéria de política e economia, o que vai contra suas convicções progressistas.
Já os conservadores, que negam a teoria de Darwin sobre a origem e o desenvolvimento das espécies, pregam o darwinismo social sob vários nomes: liberalismo, antidirigismo, antiassistencialismo etc. A sobrevivência, portanto, dos mais competitivos e sortudos, como no universo neutro de Darwin.
Esquerda progressista e direita conservadora trocam incoerências. A direita abomina a ideia de que o homem descende de animais inferiores, mas não tem problema com a ideia de que ele deve seu progresso à ganância que tem em comum com os chimpanzés. A esquerda aceita a ascendência de macacos e a evolução da sua espécie, mas não quer outra coisa senão um planejamento inteligente, humanista, para organizar a sua sociedade.
Progressistas costumam ser a favor do direito do aborto e contra a pena de morte. Conservadores, que denunciam a interferência indevida do Estado na vida das pessoas, invocam a santidade da vida para que o Estado proíba o aborto, e geralmente são a favor da pena de morte, a mais radical interferência possível do Estado na vida de alguém. Enfim, seja como for que chegamos a isto, somos uma espécie complicada.
(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando O mundo é bárbaro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008, p. 163-164)