SóProvas


ID
2521342
Banca
FCC
Órgão
DPE-RS
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                              Sem privacidade


      Ainda é possível ter privacidade em meio a celulares, redes sociais e dispositivos outros das mais variadas conexões? Os mais velhos devem se lembrar do tempo em que era feio “ouvir conversa alheia”. Hoje é impossível transitar por qualquer espaço público sem recolher informações pessoais de todo mundo. Viajando de ônibus, por exemplo, acompanham-se em conversas ao celular brigas de casal, reclamações trabalhistas, queixas de pais a filhos e vice-versa, declarações românticas, acordo de negócios, informações técnicas, transmissão de dados e um sem-número de situações de que se é testemunha compulsória. Em clara e alta voz, lances da vida alheia se expõem aos nossos ouvidos, desfazendo-se por completo a fronteira que outrora distinguia entre a intimidade e a mais aberta exposição.

      Nas redes sociais, emoções destemperadas convivem com confissões perturbadoras, o humor de mau gosto disputa espaço com falácias políticas – tudo deixando ver que agora o sujeito só pode existir na medida em que proclama para o mundo inteiro seu gosto, sua opinião, seu juízo, sua reação emotiva. É como se todos se obrigassem a deixar bem claro para o resto da humanidade o sentido de sua existência, seu propósito no mundo. A discrição, a fala contida, o recolhimento íntimo parecem fazer parte de uma civilização extinta, de quando fazia sentido proteger os limites da própria individualidade.

      Em meio a tais processos da irrestrita divulgação da personalidade, as reticências, a reflexão silenciosa e o olhar contemplativo surgem como sintomas problemáticos de alienação. Impõe-se um tipo de coletivismo no qual todos se obrigam a se falar, na esperança de que sejam ouvidos por todos. Nesse imenso ruído social, a reclamação por privacidade é recebida como o mais condenável egoísmo. Pretender identificar-se como um sujeito singular passou a soar como uma provocação escandalosa, em tempos de celebração do paradigma público da informação.

                                                                             (Jeremias Tancredo Paz, inédito

Perdeu-se a antiga privacidade, enterramos a antiga privacidade sob os conectores modernos, tornamos esses conectores modernos nossos deuses implacáveis, sob o comando desses conectores modernos trocamos escandalosamente todas as informações mais pessoais.


Evitam-se as viciosas repetições do período acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:

Alternativas
Comentários
  • Verbos terminados em R, S, Z - lo, la, los, las;

    Verbos terminados em sons nasais - no, na, nos, nas.

    LHE- OBJETO INDIRETO.

  • "...enterramos a antiga privacidade.." => Objeto Direto - pode ser substituído por o(s), a(s), lo(s), la(s), no(s) ou na(s). Como o verbo transitivo direto termina em s e o objeto direto é feminino singular, tem-se a forma enterramo-la.  

    "...tornamos esses conectores modernos..." => Objeto Direto - raciocínio igual ao anterior, porém agora tem-se a forma tornamo-los.

    Portanto, resposta letra A.

  • Esse " sob cujo comando " da letra A ficou bem esquisito, resolvi por eliminação.

  • Pessoal, vamos pedir comentários do professor..

    Usei a lógica de que o pronome cujo(a) se refere ao substantivo que vem a seguir, mas percebam que nesse caso o termo a qual está ligado vem antes (conectores modernos),  por isso achei que estaria errado usar o cujo, alguém sabe dizer?? 

     

     

     

     

  • Adriana Marques,

    Cujo(a) é um pronome relativo anafórico. Sempre fará referência ao elemento anterior. 

  • Obrigada Lilian...depois do seu comentário percebi que somente a concordância do termo CUJO(os) , CUJA(as) é com termo posterior, o que nao quer dizer que o termo que ele faz referência é o posterior.

    Assim, esta escrito no livro do Diogo Arrais 

    "a concordância, em gênero e número dá-se sempre com o elemento posterior".

     

  • CUJO: sempre refere-se ao termo anterior, mas sua concordância se dá com o termo posterior. 

  • GAB A

     

    Emprego dos pronomes pessoais:

    O e LHE

    ●        LHE / A ELE (A)- substituir complementos preposicionados (O.I.)

    ●        O (s) A(s) LO (s) LA (s)- substituir complementos sem preposição (O.D.)

    ○                        Termina em som nasal = fizeram-na

    ○                        Termina em R/S/Z: terminar = terminar-la

     

    Regras do CUJO, para quem ficou com dúvida:

    Uso do CUJO e flexões

    ·         Relação de posse DO 2° P/ O 1° entre 2 substantivos (a música cujo autor...o autor da música)

    ·         Concorda com o subst. a que se refere, que vem depois

    ·         Não pode ser trocado por outro relativo

    ·         Nunca seguido de verbo

    ·         Nunca seguido de artigo: cujo o (errado)

    ·         ATENÇÃO se for necessário há pronome antes do cujo: a cujo me refiro, de cujo falaram etc (ex: abaixo)

    “É bom o livro cujos autores elogiaste.”

    (Os autores do livro)

    Fonte: Adriana Figueiredo

  • Regência com pronomes

    Verbo terminado em R,S,Z(retira a última letra e acrescenta) --------------------->lo(s)/la(s)

                  Ex: Cantar a música. --------------------------->Vou cantá-la.

                         Refiz o trabalho. ----------------------------> Refi-lo.

    Verbo terminado em 'M' ou 'ÕE'  acrescenta o "N" (nesse caso não é necessário a retirada de nenhuma letra).

                   Ex: Cantam a música. --------------------------> Cantam-na.

                         Põe a música.--------------------------------> Põe-na.

     

     

  • Esse Arenildo não explica p#@$%¨&* nenhuma...e chia como uma chaleira! Parbéns a Lia Beranardo pela explicação

  • Concordo com o Daniel Branco. O professor Arenildo não ajuda em nada.

    Por isso devemos marcar "não gostei!" nos comentários das perguntas dele.

    Assim como de qualquer professor que disponibilizar um comentário ruim.

  • Também fiquei com dúvida com o CUJO - pronome relativo

    Pesquisei na gramática do BECHARA. Cujo, como pronome relativo, traduz a idéia de POSSE , com o valor de dele(dela), do qual (da qual):

    Sendo assim o trecho " sob o comando desses conectores modernos" ficaria... sob cujo comando... (= os comandos dele, os seus comandos)....E a Flavia Rita fala que o pronome relativo cujo pode também vir preposicionado.(por isso a preposição SOB aparece ali, confunde pois ele geralmente aparece entre substantivos) EX: Este é o vilarejo POR cujos caminhos nós ja passamos.

     

  • Arenildo é o pior prof. de Português, não serve para comentar.

     

    Tomem cuidado com a vírgula (ou qualquer pausa) e a colocação do pronome oblíquo.

     

    Gabarito A

  • Não esqueçam de marcar "NÃO GOSTEI" nos comentários desse professor ¬¬ 

  • a-

    O pronome oblíquo átono quando for objeto direto é a,o, as, os. Quando o verbo termina em som nasal, o pronome fica no, nos, na, nas.

    viram + o: viram-no

    repõe + os = repõe-nos

  • Por favor , coloque Alexandre Soares para explicar as questões da FCC, pois esse Arenildo fala muito e não se entende nada.

  • com todo respeito as opiniões em contrario... mas esse professor é show....

  •  esse professor de portugues fala muito  rapido 

  • Essas explicações dessas questões de Português....São terriveis!!!

  • Bolsonaro Concurseiro,

    Seu respeito pelo professor diz muita coisa sobre seu carater, bem típico de quem vota nesse presidenciável...

  • Questão muito bem comentada e com aula (de revisão) com parte dos temas exidos na questão:

     

    PRONOMES ÁTONOS – "O" x "LHE"
    https://www.youtube.com/watch?v=lnqmr9OGM_s

    Prof. João Batista Gomes

     

     

  • Nas letras C, D e E a ênclise era obrigatória. Portanto, há próclises indevidas (os tornamos, a enterramos e lhes tornamos, respectivamente).

    Já na B, o pronome "lhe" foi usado indevidamente nas duas ocorrências, haja vista tratar-se de objeto direto.


    Só aí já acabava a questão e por eliminação não precisava analisar o terceiro item - bem esquisito, diga-se de passagem.

  • Bruno A.,todo mundo gosta de respeito mesmo! Mas o que tem a ver o voto com isso? Se for pra generalizar posso dizer que todo Petista é ladrão? rsrsrsrsrs

  • Os pronomes o(s), a(s), como complementos verbais, substituem objetos diretos. Já os pronomes lhe(s), como complementos verbais, substituem objetos indiretos. No trecho “enterramos a antiga privacidade”, devemos substituir o objeto direto “a antiga privacidade” pelo oblíquo átono “a”. Após vírgula, não se emprega próclise, forçando-se a ênclise. Como a forma verbal termina em S, este é suprimido e o pronome “a” se transforma em LA. Isso posto, a forma resultante será “enterramo-la”.

    Já no trecho “tornamos esses conectores modernos”, devemos substituir o objeto direto “esses conectores modernos” pelo oblíquo átono “os”.

    Após vírgula, não se emprega próclise, forçando-se a ênclise. Como a forma verbal termina em S, este é suprimido e o pronome “os” se transforma em LOS. Isso posto, a forma resultante será “tornamo-los”.

    Por fim, o trecho “sob o comando desses conectores modernos” equivale a “esses conectores modernos sob cujo comando”. Como já citamos várias vezes “esses conectores modernos”, é possível subentendê-los, resultando na construção “sob cujo comando”.

    Resposta: A 

  • ANALISANDO A PARTE

    SOB O COMANDO DE DESSES

    CUJO = POSSE.

    NOME ------ NOME

    O COMANDO ESTÁ SOB ( ABAIXO) ENTAO PERTENCE

    ENTAO

    SOB CUJO COMANDO