SóProvas


ID
2521345
Banca
FCC
Órgão
DPE-RS
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                              Sem privacidade


      Ainda é possível ter privacidade em meio a celulares, redes sociais e dispositivos outros das mais variadas conexões? Os mais velhos devem se lembrar do tempo em que era feio “ouvir conversa alheia”. Hoje é impossível transitar por qualquer espaço público sem recolher informações pessoais de todo mundo. Viajando de ônibus, por exemplo, acompanham-se em conversas ao celular brigas de casal, reclamações trabalhistas, queixas de pais a filhos e vice-versa, declarações românticas, acordo de negócios, informações técnicas, transmissão de dados e um sem-número de situações de que se é testemunha compulsória. Em clara e alta voz, lances da vida alheia se expõem aos nossos ouvidos, desfazendo-se por completo a fronteira que outrora distinguia entre a intimidade e a mais aberta exposição.

      Nas redes sociais, emoções destemperadas convivem com confissões perturbadoras, o humor de mau gosto disputa espaço com falácias políticas – tudo deixando ver que agora o sujeito só pode existir na medida em que proclama para o mundo inteiro seu gosto, sua opinião, seu juízo, sua reação emotiva. É como se todos se obrigassem a deixar bem claro para o resto da humanidade o sentido de sua existência, seu propósito no mundo. A discrição, a fala contida, o recolhimento íntimo parecem fazer parte de uma civilização extinta, de quando fazia sentido proteger os limites da própria individualidade.

      Em meio a tais processos da irrestrita divulgação da personalidade, as reticências, a reflexão silenciosa e o olhar contemplativo surgem como sintomas problemáticos de alienação. Impõe-se um tipo de coletivismo no qual todos se obrigam a se falar, na esperança de que sejam ouvidos por todos. Nesse imenso ruído social, a reclamação por privacidade é recebida como o mais condenável egoísmo. Pretender identificar-se como um sujeito singular passou a soar como uma provocação escandalosa, em tempos de celebração do paradigma público da informação.

                                                                             (Jeremias Tancredo Paz, inédito

Considere as seguintes orações:


I. Perdeu-se a antiga privacidade.

II. No lugar da antiga privacidade está uma irrestrita conectividade.

III. Não há mais recolhimento íntimo duradouro.


Essas orações articulam-se num período cuja redação é clara, correta e coesa em:

Alternativas
Comentários
  • Acertei a questão por eliminação através dos conectivos que alteram o sentido da oração.

    a)Como = comparação

    b)Não... Sem = eliminando a primeira oração.

    c)Conquanto = concessivo

    d)Essa eu achei sem sentido, pois condiciona o recolhimento e vem a conjunção "com".

    Gab.E

  • a) Como não há mais recolhimento íntimo e duradouro, já que a antiga privacidade deu lugar à irrestrita conectividade, ei-la perdida. (errada)

    final ruim... ''ei-la perdida''? A antiga privacidade está perdida, isso não fica claro na frase.

     

     

    b) Não havendo mais a antiga privacidade, sem recolhimento íntimo duradouro, está em seu lugar a irrestrita conectividade. (errada)

    pra mim o problema dessa é o ''sem recolhimento íntimo duradouro'' entre vírgulas. Não faz muito sentido, mas não sei explicar bem.

    outra coisa: é ''uma irrestrita...'' e não ''a irrestrita...''. Detalhe, mas...

     

     

    c) Uma vez perdida a antiga privacidade, conquanto em seu lugar esteja uma irrestrita conectividade, já não há mais recolhimento íntimo duradouro. (errada)

    ''embora em seu lugar esteja uma irrestrita conectividade...'' não, não é concessivo.

    Poderia ser: ''Uma vez que a antiga privacidade foi perdida e esteja uma irrestrita conectividade em seu lugar, não há mais recolhimento íntimo duradouro''

     

     

    d) O recolhimento íntimo duradouro, perdeu-se com a antiga privacidade, em cujo lugar agora é ocupado por uma irrestrita conectividade. (errada)

    1) o recolhimento não perdeu-se ''com'' a antiga privacidade

    2) cujo lugar, não em cujo

     

     

    e) Já não há recolhimento íntimo duradouro, visto que no lugar da antiga privacidade está agora uma irrestrita conectividade. (correta)

    não há recolhimento íntimo duradouro porque a antiga privacidade se perdeu, e agora existe uma irrestrita conectividade em seu lugar.

  • Parecia que estava respondendo raciocínio lógico. Tava buscando uma teoria pra resolver, mas acertei.

  • QUESTÃO FÁCIL. É SÓ OLHAR A RELAÇÃO DE CAUSA E CONSEQUENCIA!

  • "Considere as seguintes orações:

     

    I. Perdeu-se a antiga privacidade.

    II. No lugar da antiga privacidade está uma irrestrita conectividade.

    III. Não há mais recolhimento íntimo duradouro."

     

    Letra E: "Já não há recolhimento íntimo duradouro (III), visto que no lugar da antiga privacidade está agora uma irrestrita conectividade (II)."

     

    É impressão minha ou o gabarito excluiu a primeira oração? Isso poderia tornar a questão nula?

  • Acertei, mas nao sei oq essas questoes querem afinal???!!

  • O problema da D é que houve a separação entre o sujeito e o verbo através da vírgula. Além da falta de sentido. 

  • mais uma para dar aquela pseudo-esperança na hora da prova

  • Senti falta de vírgulas no "visto que" da letra E, e por isso não marquei....acabei indo na B. E ainda não entendi por que não pode ser a B.

  • OK! Alternativa E. Mas cadê a oração I? Alguém pode ajudar?

  • A oração "I" perdeu-se ... =P

  • Alguém pode explicar o erro da letra B? Obrigada

  • A alternativa B expressa valor semântico CONDICIONAL; o que não é coerente com o contexto.

    "Não havendo..." - caso não haja...

    A alternativa correta "E" tem valor semântico CAUSAL -  visto que.

  • Não marquei a letra E por não achar a oração 'I' inclusa na redação, Mesmo sabendo que "...no Lugar da antiga privacidade..." presupõe que ela fora substituída ou, no caso da oração 'I' perdida. Casca de banana pesada da FCC

  • GAB E

    é errando que se aprende kk

    Em 21/01/2018, às 17:24:06, você respondeu a opção E.Certa!

    Em 16/12/2017, às 07:20:33, você respondeu a opção B.Errada!

    Em 14/10/2017, às 12:32:47, você respondeu a opção C.Errada!

     

    Comentando as erradas cfe prof. Arenildo do QC

     

    a) Como não há mais recolhimento íntimo e duradouro, já que a antiga privacidade deu lugar à irrestrita conectividade, ei-la perdida. (o pronome oblíquo átono gera ambiguidade, não deixa claro se se refere à privacidade ou conectividade.)

     b) Não havendo mais a antiga privacidade, sem recolhimento íntimo duradouro, está em seu lugar a irrestrita conectividade.  (a redação não tem clareza, não se sabe se "recolhimento" está atrelado à privacidade ou ao momento atual.)

     c) Uma vez perdida a antiga privacidade, conquanto em seu lugar esteja uma irrestrita conectividade, já não há mais recolhimento íntimo duradouro. (não cabe conjunção concessiva, não há oposição, mas sim uma coisa levou à outra.)

     d) O recolhimento íntimo duradouro, perdeu-se com a antiga privacidade, em cujo lugar agora é ocupado por uma irrestrita conectividade.  (""perdeu-se" = verbo separado do sujeito; depois de "cujo" não há verbo)

  • Galera , esse padrão de questão tá caindo muito nesse novo modelo da FCC... MINHA DICA É : PRATIQUEM AO MÁXIMO ESSE TIPO DE QUESTÃO , PQ NA SUA PRÓXIMA PROVA DA FCC IRÁ CAIR .. . 

     

    OUTRAS DO MESMO MODELO : 

    +ANTIGAS >   Q53902    / Q1389/ Q176272 /Q5760 /Q408442/ Q214921/Q216372 

     

    +RECENTES >  Q853057 /  Q839614

     

    ESPERO QUE EU TENHA SIDO CLARO . ABRAÇO E BONS ESTUDOS PESSOAL !