SóProvas


ID
2559880
Banca
CONSULPLAN
Órgão
TRE-RJ
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                           Uma hora de relógio

                                                                                                                            (Gregório Duvivier.)


      O tempo pro brasileiro é tão fluido que a gente inventou a expressão “hora no relógio” – na Bahia, diz-se “hora de relógio”. Nesse momento um suíço ou um inglês tem uma síncope. “Existe alguma hora que não seja de relógio?”

      Caro amigo, existe uma imensa variedade de horas. Na expressão “espera só meia horinha”, “meia horinha” costuma demorar duas horas de relógio, enquanto na frase “tô te esperando há horas”, “horas” pode significar só “meia horinha” de relógio. Por isso a importância da expressão “de relógio”: na hora do relógio, cada um dos minutos dura estranhos 60 segundos de relógio – não confundir, claro, com os segundinhos e os minutinhos, que podem durar horas de relógio. “O senhor tem cinco minutinhos?” “Tenho – mas no relógio só tenho uns dois”.

      Sim, o diminutivo muda tudo. Quando se marca “de manhãzinha”, é no início da manhã, de oito às dez, mas se por acaso marcarem “de tardinha”, estarão se referindo ao fim da tarde, de cinco às sete. Nada é tão simples: de noitinha volta a ser no início da noite, tornando tardinha e noitinha conceitos intercambiáveis. Que cara é essa, amigo saxão? Você mede comprimento com pés e polegadas.

Não pense que para por aí: tem surgido, cada vez mais frequente, o diminutivo do gerúndio. Ouvi de uma amiga: “outro dia te vi todo correndinho na Lagoa”. Nada mais ridículo do que achar que se estava correndo e descobrir que só se estava correndinho. Esse é o meu problema com esportes: só chego nos diminutivos. Não chego a me exercitar, só fico me exercitandinho. Antes disso, fico alongandinho. E depois reclamandinho. Diz-se de um casal que começa a namorar que ambos estão namorandinho – no entanto, não se diz que um homem que começa a morrer já está morrendinho.

      O diminutivo costuma recair sobre coisas pelas quais a gente tem ao menos um pouco de carinho. Por isso pode-se dizer criancinha, velhinho, mas jamais “adolescentezinho”. Pode-se dizer gatinho, cachorrinho, mas jamais “atendentinho de telemarketing”. A não ser, claro, no seu uso irônico: se te chamarem de “queridinho”, querem é que você exploda.

      Foi o Ricardo Araújo Pereira quem atentou para o fato de que pomos o diminutivo em advérbios. “É devagar, é devagar, devagarinho”, diz o poeta Martinho – que carrega o diminutivo no nome. Deve ser coisa nossa, pensei, orgulhoso, até ouvir “despacito”, o “devagarinho” deles. Estranhamente, o vocalista fala mil palavras por minuto – de relógio. Prefiro o Martinho.

(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2017/07/1899750-na-hora-do-relogio-cada-minuto-dura-estranhos- 60-segundos-de-relogio.shtml.)

Analise as afirmações apresentadas a seguir.


I. Em “Existe alguma hora que não seja de relógio?”, a oração sublinhada é uma oração subordinada adjetiva explicativa.

II. Em “[...] tem surgido, cada vez mais frequente, o diminutivo do gerúndio.”, a expressão destacada atua como sujeito da locução verbal “ter surgido”.

III.Não pense que para por aí [...]”, a oração sublinhada é uma oração subordinada substantiva objetiva direta.

IV. Em “[...] se te chamarem de ‘queridinho’, querem é que você exploda.”, a oração destacada é uma oração subordinada adverbial causal.


Estão corretas apenas as afirmativas

Alternativas
Comentários
  • Analisando as alternativas:

     

    I. Em “Existe alguma hora que não seja de relógio?”, a oração sublinhada é uma oração subordinada adjetiva explicativa.

    Errada. Porque a oração destaca é SUBORDINADA ADJETIVA RESTRITIVA. Caso houvesse uma vírgula antes do QUE , seria EXPLICATIVA!

     

     

    II. Em “[...] tem surgido, cada vez mais frequente, o diminutivo do gerúndio.”, a expressão destacada atua como sujeito da locução verbal “ter surgido”.

    Correta. A oração acima está na ordem indireta. Transpondo para ordem direta: [...]o diminutivo do gerúndio  tem surgido cada vez mais frequente.

    O que tem surgido... ?

    R: O diminutivo do gerúndio (SUJEITO)

     

     

    III.Não pense que para por aí [...]”, a oração sublinhada é uma oração subordinada substantiva objetiva direta.

    Correta. Basta fazer a pergunta ao verbo: "Não pense  o que?" R : Que para por aí [..]

    O verbo pensar ,na frase acima, está como Verbo transitivo Direto.

     

     

    IV. Em “[...] se te chamarem de ‘queridinho’, querem é que você exploda.”, a oração destacada é uma oração subordinada adverbial causal.

    Errada. Porque a oração destacada exprime ideia de condição.

    [...] se te chamarem de ‘queridinho’ ENTÃO querem é que você exploda.

     

     

     

    Qcom - Questão comentada

    https://www.youtube.com/channel/UCBY27FNGgRpPa-PgFubwjPQ/videos

  • I. Em “Existe alguma hora que não seja de relógio?”, a oração sublinhada é uma oração subordinada adjetiva explicativa(restritiva).

    II. Em “[...] tem surgido, cada vez mais frequente, o diminutivo do gerúndio.”, a expressão destacada atua como sujeito da locução verbal “ter surgido”.Correto, Quem tem surgido? R: O diminutivo.

    III. “Não pense que para por aí [...]”, a oração sublinhada é uma oração subordinada substantiva objetiva direta. Correto, verbo no imperativo tem sujeito, portanto a oração completa o verbo pensar. 

    IV. Em “[...] se te chamarem de ‘queridinho’, querem é que você exploda.”, a oração destacada é uma oração subordinada adverbial causal. Condicional > Caso te chamem [...]

     

     

    Estão corretas apenas as afirmativas

     b) II e III.

  • I- “que não seja de relógio” é oração adjetiva restritiva, pois não tem vírgula.

    MACETE :  ADJETIVA RESTRITIVA → SEM VÍRGULA

                   ADJETIVA EXPLICATIVA → COM VÍRGULA

     

     

    II- “o diminutivo do gerúndio tem surgido”, o termo sublinhado é sujeito.

     

     

    III- “que para por aí” é complemento de “pense”:

    Não pense [isto]

    Não pense [que para por aí]

    Temos oração subordinada substantiva objetiva direta.

     

     

    IV- “Se te chamarem…” é oração condicional.

     

     

    Gabarito letra B.

     

     

    FONTE : PROFESSOR FELIPE LUCCAS 

  • RESUMINDO:

     

    ERROS:

     

    I) ERRADA = CASO FOSSE EXPLICATIVA, DEVERIA TER UMA VÍRGULA ANTECEDENDO O ''QUE''

     

    IV) ERRADA = ''SE'' NO CASO TEM VALOR CONDICIONAL. EQUIVALE A: CASO/DESDE QUE..

     

     

    GAB B

  • I. E - é restritiva. Não se esqueça: Oração subordinada adjetiva explicativa vem sempre delimitada por sinais de pontuação (,_), enquanto a oração subordinada adjetiva restritiva não. 
    Ex: O aluno, excelente em Matemática, gabaritou a prova de Física. - O.S.A explicativa
        O aluno excelente em Matemática gabaritou a prova de Física. - O.S.A restritiva
    II. C
    III.C Não pense [nisso]. Quem pensa, pensa em algo. Pensar é um VTD. Oração subordinada substantiva objetiva direta.
    IV. E Ela é condicional.


    GABARITO: B

  • I. Em “Existe alguma hora que não seja de relógio?”, a oração sublinhada é uma oração subordinada adjetiva explicativa[RESTRITIVA]

     

    II. Em “[...] tem surgido, cada vez mais frequente, o diminutivo do gerúndio.”, a expressão destacada atua como sujeito da locução verbal “ter surgido”.

     

    III. “Não pense que para por aí [...]”, a oração sublinhada é uma oração subordinada substantiva objetiva direta.

     

    IV. Em “[...] se te chamarem de ‘queridinho’, querem é que você exploda.”, a oração destacada é uma oração subordinada adverbial causal. [CONDICIONAL]

  • b) II e III.

  • Não tem nada sublinhado, pelo menos pelo app
  • Amei o texto. Essas provas de português ainda se salvam por ter textos legais kkkkkkk

  • Pessoal, vou transcrever pra quem não está conseguindo visualizar os trechos sublinhados:

     

    I. “Existe alguma hora que não seja de relógio?”, a oração sublinhada é uma oração subordinada adjetiva explicativa;

    (F) é restritiva;

     

    II. “[...] tem surgido, cada vez mais frequente, o diminutivo do gerúndio.”, a expressão destacada atua como sujeito da locução verbal “ter surgido”;

    (V)

     

    III. “Não pense que para por aí [...]”, a oração sublinhada é uma oração subordinada substantiva objetiva direta;

    (V)

     

    IV. “[...] se te chamarem de ‘queridinho’, querem é que você exploda.”, a oração destacada é uma oração subordinada adverbial causal; (F) é uma oração subordinada adverbial condicional;

     

    Quem escolheu a busca não pode recusar a travessia - Guimarães Rosa

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    Gabarito: B

  • GABARITO B

    I. Em “Existe alguma hora que não seja de relógio?”, a oração sublinhada é uma oração subordinada adjetiva explicativa.

    Errado, trata-se de uma Oração Subordinada Adjetiva Restritiva pois NÃO há vírgulas.

    II. Em “[...] tem surgido, cada vez mais frequente, o diminutivo do gerúndio.”, a expressão destacada atua como sujeito da locução verbal “ter surgido”.

    Correto, o que tem surgido cada vez mais frequente? o diminutivo do gerúndio.

    III.Não pense que para por aí [...]”, a oração sublinhada é uma oração subordinada substantiva objetiva direta.

    Correto, uma Oração com Função de Objeto Direto do Verbo ''Pensar'' a qual foi introduzida pela Conjunção Integrante ''QUE'' e pode ser substituída por ''ISSO''.

    IV. Em “[...] se te chamarem de ‘queridinho’, querem é que você exploda.”, a oração destacada é uma oração subordinada adverbial causal.

    Errado, trata-se de uma Oração Subordinada Adverbial Condicional, indicada pela Conjunção Condicional ''SE'' e poderia ter sido substituído por ''CASO''.