Gil-Monte e Peiró (1997), por sua vez, distinguem os estudos segundo duas perspectivas de conceituação e abrangência do fenômeno: a clínica e a psicossocial. A primeira, seguindo a linha de compreensão iniciada por Freudenberg (1974), define a síndrome de burnout como um estado relacionado com experiências de esgotamento, decepção e perda do interesse pela atividade de trabalho que surge em profissionais que trabalham em contato direto com pessoas na prestação de serviços como uma conseqüência deste contato diário no trabalho. Tal estado de esgotamento resultaria da persistência de um conjunto de expectativas inalcançáveis. Nestes termos, a etiologia da síndrome teria como causas principais aspectos individuais. Esta perspectiva de abordagem predominou na fase que Cadiz e colaboradores (1997) designaram como pioneira.
A segunda perspectiva entende a síndrome de burnout como um processo que se desenvolve na interação de características do ambiente de trabalho e características pessoais. Nesta perspectiva, toma-se como referência o conceito adotado por Maslach e Jackson (Maslach, 1994), segundo os quais é um problema que atinge profissionais de serviço, principalmente aqueles voltados para atividades de cuidado com outros, no qual a oferta do cuidado ou serviço freqüentemente ocorre em situações de mudanças emocionais.
http://www.scielo.br/pdf/prc/v15n1/a20v15n1