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ID
2751580
Banca
FCC
Órgão
TRT - 2ª REGIÃO (SP)
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                Artes e ditadores


      Os ditadores sempre quiseram que a arte expressasse seu ideal de “povo”, de preferência em momentos de devoção ou entusiasmo pelo regime. Para isso, os ditadores pretenderam imobilizar o passado nacional em seu benefício, dando-lhe dimensões de mito ou inventando-o quando necessário. Para o fascismo italiano, o ponto de referência era a Roma antiga, imperial; para a Alemanha de Hitler, uma combinação de bárbaros radicalmente puros das florestas teutônicas com nobreza medieval; para a Espanha de Franco, a era dos triunfantes governantes católicos que expulsaram os infiéis e resistiram a Lutero. A União Soviética teve mais dificuldade para adotar o legado dos czares que a Revolução tinha sido feita, afinal de contas, para destruir, mas Stálin acabou achando conveniente mobilizá-lo.

      O que ficou da arte do poder nesses países? Surpreendentemente, pouco na Alemanha, mais na Itália, talvez mais ainda na Rússia. Só uma coisa todos perderam: o poder de mobilizar a arte e o povo como teatro público. Isso, o mais sério impacto do poder na arte entre 1930 e 1945, desapareceu com os regimes que tinham garantido sua sobrevivência através da repetição regular de rituais públicos. Desapareceram para sempre, juntamente com aquele poder.

(Adaptado de: HOBSBAWM, Eric. Tempos fraturados. Trad. Berilo Vargas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 276) 

Emprega-se forma verbal na voz passiva e respeitam-se as normas de concordância verbal na frase: 

Alternativas
Comentários
  • Gabarito letra d).

     

    REESCREVENDO AS DEMAIS ALTERNATIVAS DE MODO CORRETO E DESTACANDO OS ERROS:

     

     

    a) Nenhum desses vestígios de manipulação das artes haveria de ficar depois que os regimes ditatoriais houvessem se esgotado.

     

    * O verbo "haver", nos dois casos dessa alternativa, não possui sentido de "existir", sendo o verbo auxiliar de uma locução verbal. Logo, ele deve se deslocar para o plural caso haja um sujeito no plural, por exemplo.

     

    ** Quando o sujeito é formado pela expressão "nenhum do(s)" ou "nenhuma da(s)", o verbo deve ser deslocado para o singular.

     

    *** Deve ser escrita a forma verbal "houvessem" para concordar com o seu sujeito que está no plural ("os regimes ditatoriais").

     

     

    b) A impermanência do poder da arte como instrumento de cooptação política do povo era o que houve de comum nos regimes ditatoriais.

     

    * Deve ser escrita a forma verbal "era" para concordar com o seu sujeito ("impermanência"). Ademais, não há voz verbal passiva na alternativa acima.

     

     

    c) A associação entre bárbaros das florestas teutônicas com membros da aristocracia castelã indicava o arbítrio de que se valia o imaginário dos tiranos. 

     

    * Deve ser escrita a forma verbal "indicava" para concordar com o seu sujeito ("associação").

     

    ** * Deve ser escrita a forma verbal "se valia" para concordar com o seu sujeito ("imaginário").

     

    *** DICA: RESOLVER A Q727885.

     

     

    d) Gabarito

     

     

    e) O autor do texto não hesita em reconhecer nos variados ditadores a preocupação que** os assalta quando se trata de fundar seu poder numa história mítica.

     

    * Deve ser escrita a forma verbal "assalta" para concordar com o seu sujeito ("que").

     

    ** O "que", nesta alternativa, é um pronome relativo, retoma a expressão "preocupação" e desempenha a função de sujeito na oração em que se encontra. Por isso, o verbo "assaltar" deve ser deslocado para o singular, e não para o plural.

     

    *** Para saber se o "que" é pronome relativo, deve-se tentar trocá-lo pela expressão "o qual", "a qual", "os quais", "as quais". Se for possível realizar a troca, então o "que" é pronome relativo. Do contrário, se não for possível, o "que" não será um pronome relativo.

     

     

     

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  • Se você tiver sem tempo na hora da prova, lembre-se que a voz passiva é construída a partir do verbo auxíliar "ser", verbo conjugado no particípio e reparar que há sujeito recebe a ação expressa do verbo (sujeito paciente).

    Analisando as alternativas, repare que a única que possui verbo no particípio (servido), verbo "ser" em sua forma auxiliar (fosse) e o sujeito paciente (povo) é a "D", sendo esse o único caso de voz passiva.

    Obs.: é lógico que devemos estudar com calma e dedicação esse assunto, mas, como já falei, essa dica serve pra quando o tempo já tá apertado.
     

  • Acertei a questão mas jurava que heroico ainda tinha acento!!!

    Bom lembrar...

  • Resuminho aí da voz passiva:

     

    Voz passiva Analítica: ser/estar/ficar + particípio. (Os resultados da pesquisa foram apresentados pela Instituição)

     

    Voz passiva Sintética: VTD ou VTDI + pronome apassivador se. (Apresentaram-se os resultados da pesquisa)

  • e) Verbo assaltar deve concordar com sujeito "preocupação"

  •  a)Nenhum desses vestígios de manipulação das artes HAVERIA de ficar depois que os regimes ditatoriais houvesse se esgotado. 

     b)O que houve de comum nos regimes ditatoriais ERA a impermanência do poder da arte como instrumento de cooptação política do povo. 

     c)A associação entre bárbaros das florestas teutônicas com membros da aristocracia castelã INDICAVA o arbítrio de que se valiam o imaginário dos tiranos. 

     d)Para que fosse o povo servido pela mitologia da história nacional, cabia aos ditadores manipular como podiam o legado heroico do passado. 

     e)O autor do texto não hesita em reconhecer nos variados ditadores a preocupação que os ASSALTAVA quando se trata de fundar seu poder numa história mítica.

     

    He-rói tem acento

    He ROI co não tem

  • Para que fosse o povo servido pela mitologia da história nacional, cabia aos ditadores manipular como podiam o legado heroico do passado. 

    Pessoal não seria CABIAM aos ditadores?  fiquei com dúvidas ... se alguém puder ajudar.

  • Para que fosse o povo servido pela mitologia da história nacional, cabia aos ditadores manipular como podiam o legado heroico do passado.

    Reescrita:

    Para que o povo fosse servido pela mitologia grega, manipular .. o legado heroico cabia aos ditadores. (retirei o advérbio para facilitar a visualização)

  • a - regimes ditatoriais houvessem se esgotado. 

    b -O que houve de comum nos regimes ditatoriais era a impermanência

    c - A associação indicava

    d -ok

  • é só achar a voz passiva, típica questão da FCC. @Elzi Barbosa, o verbo "cabia" é no singular pois seu sujeito é oracional. Na ordem direta:  manipular como podiam o legado heroico do passado cabia aos ditadores.

  • na alternativa D, "cabia" não deveria estar escrito como "caberia", a fim de concordar com fosse? 

  • Pelo que eu sei na letra D seria CABERIA e nao cabia.

  • rapaz...

    essa letra "D" está estranha, o verbo "caber" deveria estar flexionado no futuro do pretérito "caberia" para concordar com "fosse"...sendo assim, acho que o termo "cabia" está conjugado de maneira equivocada. só acho!!!!

  • Aos colegas que estão alertando da estranhesa da "D". Acredito que soe mais adequada quando simplesmente reordenamos a frase:

    Para que fosse o povo servido pela mitologia da história nacional, cabia aos ditadores manipular como podiam o legado heroico do passado. -->

     

    Cabia aos ditadores manipular como podiam o legado heroico do passado para que o povo fosse servido pela mitologia da história nacional. 

     

    Agora é possível ver mais claramanete que não há erro. :)

     

    Seguindo em frente!

  • A questão pede 2 coisas: forma verbal na VOZ PASSIVA e respeito às normas de CONCORDÂNCIA VERBAL.

    Analisando a letra "d":

    d) Para que fosse o povo servido pela mitologia da história nacional, cabia aos ditadores manipular como podiam o legado heroico do passado.

    Manipular como podiam o legago herórico do passado (suj. oracional) cabia aos ditadores para que o povo FOSSE SERVIDO pela mitologia da história nacional (agente da passiva).

    Essa foi a minha análise. Fiquem a vontade para corrigir-me, caso eu tenha me equivocado. 

    Bons estudos!

  • VERBO SER É UMA PEDRA NO CALCANHAR !!!!

  • Também pensei Rute. Mas como estava seguro que as demais estavam erradas, fui na "d" mesmo.

  • GABARITO D

    Voz passiva analítica: formada pelo verbo auxiliar (ser ou estar) mais o particípio de um verbo transitivo. 

    Voz passiva sintética: há o verbo, o pronome apassivador e o sujeito paciente. Nela, o sujeito é denominado assim porque “sofre” a ação verbal.

    bons estudos

  • putz, muitos comentarios, mas ninguem soube explicar gramaticalmente porque é CABIA e nao CABERIA na D

  • pra economizar tempo na hora da prova, primeiro procure a voz passiva. Nesse caso por exemplo, a unica alternativa que tem voz passiva é a letra D, entao nem precisava procurar concordancia

  • Cadê o comentário do professor? Uma questão como essa que gerou tantas dúvidas, QC está vacilando...

  • Eu fui na questão menos "avacalhada", se até os professores pagam p.a.u nessa questão, eu é que não vou opinar.