SóProvas


ID
2759557
Banca
FCC
Órgão
TRT - 15ª Região (SP)
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Quando pela primeira vez li Jean-Paul Sartre fiquei fascinado. Isso era filosofia sobre a vida, sobre encontrar sentido e sobre como se conduzir.

      “A existência precede a essência.” Se houvesse um concurso para a frase mais curta que resumisse uma posição filosófica inteira, essas palavras de Sartre venceriam. Trata-se da base sobre a qual o existencialismo moderno foi construído.

      Sartre está dizendo que ao contrário dos objetos do mundo – por exemplo, minha torradeira – os seres humanos não podem ser definidos pelas suas propriedades. A torradeira é criada para tostar pão; a capacidade de tostar é o propósito e a essência da torradeira. No entanto, nós, seres humanos, podemos gerar e alterar nossas propriedades e propósitos fundamentais ao longo do caminho, de modo que não faz sentido dizer que temos alguma essência definidora imutável. Em primeiro lugar, nós existimos, e, em seguida, criamos a nós mesmos. Isso não é algo que minha torradeira poderia fazer.

     Naturalmente, Sartre não quis dizer que podemos autocriar nossas propriedades físicas. Eu não posso querer ser alto. Nem posso querer ser marroquino. As questões importantes, porém, cabe a mim determinar, por exemplo: como exatamente eu quero viver, o que eu quero fazer com meu tempo limitado na Terra, pelo que eu estaria disposto a morrer – as qualidades que fundamentalmente fazem de mim um indivíduo. Tudo isso está aí para ser conquistado. Minhas conquistas.

      Sartre não está apenas descrevendo esse potencial que é único para os seres humanos, ele está exortando-nos a adotá-lo e com ele nossa responsabilidade por aquilo que nos tornamos. E isso é assustador: se eu sou o mestre do meu destino, e o meu destino não se sai assim tão bem, não tenho ninguém para culpar além de mim mesmo.

(Adaptado de: KLEIN, Daniel. O livro do significado da vida. Trad. Leonardo Abramowicz. São Paulo, Gente, 2017, p. 54-55) 

Considere o trecho do último parágrafo:


E isso é assustador: se eu sou o mestre do meu destino, e o meu destino não se sai assim tão bem, não tenho ninguém para culpar além de mim mesmo.


Caso se queira explicitar a relação de sentido entre as orações separadas pelos dois-pontos, deve-se substituir o sinal de dois-pontos fazendo-se as devidas alterações, por:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: D

    E isso é assustador: se eu sou o mestre do meu destino, e o meu destino não se sai assim tão bem, não tenho ninguém para culpar além de mim mesmo.

    "Pois", no caso da frase, assume a função explicativa e pode ser perfeitamente posto no lugar dos dois-pontos, o qual também foi utilizado para explicar a oração (Qual a explicação pra isso ser assustador? O fato de eu ser mestre do meu destino e, se o meu destino não sei sai assim tão bem, não tenho ninguém para culpar além de mim mesmo).

    Conquanto não poderia ser utilizada porque é concessiva;

    Contudo e porém não poderiam ser utilizadas porque são adversativas;

    Mesmo que não poderia ser utilizada porque é concessiva.

     

  • GAB D

     

    a) conquanto: concessiva

    b) contudo: adversativa

    c) porém: adversativa

    d) pois: explicativa

    e) mesmo que: concessiva

  • Gab "D" pois.

    Só uma observação, o POIS poderá ser:

    Conclusiva: pois (quando vem após o verbo),

    Explicativa: pois (quando vem antes do verbo),

    Causal: pois ( quando justificam uma ação) e pois (seguido de que) pois que.

  • Gabarito - D

     

     

    O sinal de dois pontos pode ser substituído tanto por "pois" como por qualquer conjunção subordinada adverbial causal ou por qualquer conjunção coordenada explicativa.

     

     

    Ex.: porque, visto que, porquanto, uma vez que, etc...

     

     

    a) conquanto  →  Conjunção subordinada adverbial concessiva.

     

    b) contudo  →  Conjunção subordinada adverbial adversativa.

     

    c) porém  →  Conjunção subordinada adverbial adversativa.

     

    d) pois  →  Conjunção coordenada explicativa.

     

    e) mesmo que  →  Conjunção subordinada adverbial concessiva.

     

     

     

    O uso de dois-pontos

     

     

    Marca uma sensível suspensão da voz numa frase não concluída. Emprega-se, geralmente:

     

     

    →  Para anunciar a fala de personagens nas histórias de ficção.

     

    →  Para anunciar uma citação.

     

    →  Para anunciar uma enumeração.

     

    →  Antes de orações apositivas.

     

    →  Para indicar um esclarecimento, resultado ou resumo do que se disse.

     

    →  Na invocação das correspondências.

     

     

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  • pois: Explicativa:(quando vem antes do verbo)

     

  • Gabarito Letra D

    Note que a questão pode ser resolvida lendo apenas as alternativas...

    a) Conquanto e e) Mesmo que são conjunções concessivas

    b) Contudo e c) Porém são conjunções adversativas

    Logo a resposta só pode ser letra D

  • Uma das funções dos dois pontos é começar uma explicação, logo, eu tenho que substiuí-lo, no caso, por uma conjução explicativa.

    Letra D

  • ´´Pois´´ função explicativa ...

  • Resposta: D
    Fonte: Professor Fabiano Sales
    Assunto: semântico dos conectivos

     

    Em "E isso é assustador: se eu sou o mestre do meu destino, (...) não tenho ninguém para culpar além de mim mesmo", o sinal de dois-pontos foi empregado com a finalidade de introduzir um esclarecimento, uma explicação acerca do que foi enunciado anteriormente. 
     
    No discurso em análise, o segmento "se eu sou o mestre do meu destino, (...) não tenho ninguém para culpar além de mim mesmo" esclarece/explica  a declaração "E isso é assustador". 
     
    A relação semântica entre as orações tornar-se-ia mais evidente com o uso de um operador argumentativo que expressasse ideia de explicação, tal como se observa na assertiva (D). Nesse contexto, o nexo textual "pois" pode substituir os dois-pontos, sem modificar o sentido do texto e sem prejudicar a correção gramatical: E isso é assustador, pois se eu sou o mestre do meu destino, (...) não tenho ninguém para culpar além de mim mesmo.

  • CABERIA PORQUANTO.

  • galera, so de ter as cunjunções memorizadas fik facil de matar q questão, pois nas opções tem duas conjunções concessivas e duas adversativas, logo so sobraria o "pois"

  • sabe conjunção? meio caminho andado !

  •  

    DICA:

     

    POIS precedido de vírgula e ANTES do verbo    =   EXPLICATIVO

     

    POIS entre vírgulas e DEPOIS do verbo     =   CONCLUSIVO

     

    Ex. João estudou muito,   POIS     =   PORTANTO,  passou no concurso.

     

  • Trocar o "POIS" pelo "PORQUE" e Vice e Versa. se bater é = EXPLICATIVO.

    SENÃO:  COCLUSIVO.

  • Eu acertei a questão, mas sérgio fez um excelente comentário

  • Dica:

    Decore as conjunções!

  • GAB D

    Caso se queira explicitar a relação de sentido entre as orações separadas pelos dois-pontos, deve-se substituir o sinal de dois-pontos fazendo-se as devidas alterações...

    POIS --> nesse contesto está como explicativo

  • "CONQUANTO é concessão!"