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ID
3012583
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Guarulhos - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Roma

            O filme Roma está constantemente entre dois caminhos. É pessoal e grandioso, popular e intelectual, tecnológico – rodado em 65 mm digital – e clássico – feito em preto e branco com a mesma ousadia dos movimentos cinematográficos das décadas de 1950 e 1960. O título, uma referência a Colonia Roma, bairro da Cidade do México, também remete a Roma, Cidade Aberta, filme-símbolo do neorrealismo italiano assinado por Roberto Rossellini.

            Ao revisitar a própria memória, o cineasta Alfonso Cuarón escolhe olhar para Cleo, a empregada, de origem indígena, de uma família branca de classe média. Resgata, assim, não apenas os seus anos de formação, mas todas as particularidades do passado do país. O México no início dos anos 1970 fervilhava entre revoluções sociais e a influência da cultura estrangeira. Cleo, porém, se mantinha ingênua, centrada nas suas obrigações: lavar o pátio, buscar as crianças na escola, lavar a roupa, colocar os pequenos para dormir.

            Até que tudo se transforma. A família perfeita desmorona, com o pai que sai de casa, a mãe que não se conforma com o fim do casamento e os filhos jogados de um lado para o outro na confusão dos adultos. Enquanto isso, Cleo se apaixona, engravida, é enganada e deixada à própria sorte. Duas mulheres de diferentes origens compartilham a dor do abandono. Juntas, reencontram a resiliência que segura o mundo frente às paixões autocentradas.

            O cineasta, que além da direção e do roteiro assina a fotografia e a montagem (ao lado de Adam Gough), retrata sua história, entrelaçada com a de seu país, como se na vida adulta reencontrasse o olhar da infância, cujo fascínio por cada descoberta aumenta o tamanho e a importância de tudo.

            O que Cuarón faz em Roma é raro. São camadas e camadas sobrepostas para reproduzir a complexidade do seu imaginário afetivo e das relações sociais de um país. Entre muitas inspirações, referências e técnicas, sua assinatura está na sinceridade com que olha para si mesmo e para os seus personagens, encontrando beleza e verdade no que muitos menosprezam. Esse é um filme simples e complicado, como a própria vida.

(Natália Bridi. Omelete. 11.01.2019. www.omelete.com.br. Adaptado)

Considere os sentidos que os vocábulos destacados nos trechos a seguir imprimem às relações que estabelecem:

  • ... Roma, Cidade Aberta, filme-símbolo do neorrealismo italiano assinado por Roberto Rossellini. (1º parágrafo)
  • • Até que tudo se transforma. (3º parágrafo)


Nos contextos apresentados, os vocábulos por e Até expressam, respectivamente,

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    Roma, Cidade Aberta, filme-símbolo do neorrealismo italiano assinado por Roberto Rossellini. → temos a preposição "por" indicando que é responsável pela assinatura do filme → o agente;

    → Cleo, porém, se mantinha ingênua, centrada nas suas obrigações: lavar o pátio, buscar as crianças na escola, lavar a roupa, colocar os pequenos para dormir.  Até que tudo se transforma. → a preposição "até" coloca um limite para as ações anteriores, ela fazia algo ATÉ aquele momento.

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☻

  • Atenção na conjunção até, pode expressar: tempo, inclusão, local, etc.

    Andei até a Igreja. (Local)

    Até ontem estava bem. (Tempo)

    Até você veio na festa. (Inclusão)

  • GAB: D

    Notamos do contexto que Roberto Rossellini assinou o neorrealismo italiano. Assim, entendemos que a preposição “por”, em “assinado por Roberto Rossellini” tem valor agente.

    Além disso, notamos que a preposição “até” marca um valor de limite temporal: até aquele momento, até que tudo se transforma.

  • Comentários: O termo “por Roberto Rosselini” desempenha a função sintática de agente da passiva. Logo, a preposição “por” introduz uma ideia de agente.

    Observe o final do 2o parágrafo: “... Cleo, porém, se mantinha ingênua, centrada nas suas obrigações...” Ao iniciar o 3o parágrafo com “Até que tudo se transforma...”, estabelece-se um limite de tempo superior (posterior), dando a entender que um ciclo se encerrou nesse ponto. Logo, a preposição “Até” faz menção a um limite de tempo posterior.

    Gabarito: D

  • GABARITO: LETRA D

    Roma, Cidade Aberta, filme-símbolo do neorrealismo italiano assinado por Roberto Rossellini.

    → temos a preposição "por" indicando que é responsável pela assinatura do filme → o agente;

    → Cleo, porém, se mantinha ingênua, centrada nas suas obrigações: lavar o pátio, buscar as crianças na escola, lavar a roupa, colocar os pequenos para dormir.  Até que tudo se transforma.

    → a preposição "até" coloca um limite para as ações anteriores, ela fazia algo ATÉ aquele momento.