SóProvas


ID
3039937
Banca
FEPESE
Órgão
Prefeitura de Concórdia - SC
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Infolatria tecnofágica: a era do smartphone


A cibercultura e as realidades virtuais estão transformando radicalmente a nossa experiência psicossocial coletiva: a forma como vivemos, nos comportamos, nos sentimos, nos compreendemos e a própria realidade ao nosso redor.


Toda essa cultura cibernético-informacional é, de fato, incrivelmente cômoda, útil, funcional, sedutora, mas, ainda assim, afirmamos que mais informação circulando nas redes e mídias não significa de modo algum mais conhecimento assimilado, educação, cidadania; e que muito menos a tecnologia, por si, seja sinal seguro de mais esclarecimento, humanidade, erudição e desenvolvimento cultural. O que vale dizer que mais disponibilidade – de dados, conteúdos, twitters, posts, zaps e congêneres – não determina, por si só, qualquer tipo de evolução cognitiva e intelectual.


Outro mito muito propalado aos quatro ventos é o de que a tecnologia seria essencial e necessariamente benéfica às coletividades humanas. O que é – diga-se – uma balela. Pois nós – que pesquisamos a referida matéria há quase uma década – chegamos à dura conclusão de que as tecnologias sempre acabam servindo primeiro aos poderes hegemônicos já dominantes e, tardiamente, à sociedade de uma maneira mais ampla. Sim, pois os investidores que apostam nesses projetos só o fazem com vistas – é óbvio – ao retorno financeiro que eles possam proporcionar, e não num altruísmo improvável que não tem lugar no mundo materialista e venal que aí está. Mesmo porque vivemos numa realidade mercantilista, cuja lógica comercial rege grande parte das relações sociais humanas e assim molda a realidade factual, consuma o presente e vai plasmando também o próprio futuro.

Ipso facto, podemos afirmar que a cibercultura e o ciberespaço seguem as mesmas leis, operam no mesmo meio societal, sob o mesmo regime econômico, e, por isso mesmo, estão sujeitos às mesmas dinâmicas. E essa fixação – que hoje se observa em relação, por exemplo, aos smartphones, seu culto e massiva utilização – reflete exatamente essa exploração das massas por meio das tecnologias e da própria cultura que se cria em torno delas. Em pouquíssimas palavras, a pessoa paga uma verdadeira fortuna para comprar o aparelho, e ainda adquire um custo fixo considerável para o fornecimento de um serviço – frise-se – que é executado, em sua maioria, por máquinas e sequências algorítmicas. Sim, pois mais uma linha telefônica conectada à rede de qualquer operadora significa, na prática, apenas um comando de computador.

QUARESMA, Alexandre.

<http://sociologiacienciaevida.com.br/infolatria-tecnofagicaera-do-smartphone/> Acesso em 27/março/2018.[Adaptado]

Considere os trechos abaixo em seu contexto:


1. O que vale dizer que mais disponibilidade – de dados, conteúdos, twitters, posts, zaps e congêneres – não determina, por si só, qualquer tipo de evolução cognitiva e intelectual. (2° parágrafo)

2. Outro mito muito propalado aos quatro ventos é o de que a tecnologia seria essencial e necessariamente benéfica às coletividades humanas. (3° parágrafo)

3. […] chegamos à dura conclusão de que as tecnologias sempre acabam servindo primeiro aos poderes hegemônicos já dominantes e, tardiamente, à sociedade de uma maneira mais ampla. (3° parágrafo)


Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ).

( ) Em 1, “vale dizer” e “por si só” podem ser substituídos, respectivamente, por “decorre” e “apenas”, sem prejuízo de significado no texto.

( ) Em 1, “cognitiva e intelectual” e em 3, “hegemônicos” funcionam como adjuntos adnominais.

( ) Em 2, “mito” e “tecnologia” funcionam como núcleo de sujeitos simples.

( ) Em 2, “às coletividades humanas” funciona como objeto indireto.

( ) Em 3, “de que” introduz uma oração subordinada substantiva completiva nominal.


Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    1. O que vale dizer que mais disponibilidade – de dados, conteúdos, twitters, posts, zaps e congêneres – não determina, por si só, qualquer tipo de evolução cognitiva e intelectual. (2° parágrafo)

    2. Outro mito muito propalado aos quatro ventos é o de que a tecnologia seria essencial e necessariamente benéfica às coletividades humanas. (3° parágrafo)

    3. […] chegamos à dura conclusão de que as tecnologias sempre acabam servindo primeiro aos poderes hegemônicos já dominantes e, tardiamente, à sociedade de uma maneira mais ampla. (3° parágrafo)

    (F) Em 1, “vale dizer” e “por si só” podem ser substituídos, respectivamente, por “decorre” e “apenas”, sem prejuízo de significado no texto. → basta observar a primeira substituição: o que DECORRE que mais disponibilidade (sem sentido algum).

    (V) Em 1, “cognitiva e intelectual” e em 3, “hegemônicos” funcionam como adjuntos adnominais. → ambos são adjetivos que atribuem características permanentes a substantivos.

    (V) Em 2, “mito” e “tecnologia” funcionam como núcleo de sujeitos simples. → ambos são sujeitos simples.

    (F) Em 2, “às coletividades humanas” funciona como objeto indireto. → é um COMPLEMENTO NOMINAL: benéfica a alguma coisa (completando o sentido de um adjetivo).

    (V) Em 3, “de que” introduz uma oração subordinada substantiva completiva nominal. → dua conclusão DE algo (complemento nominal, completando o sentido do substantivo "conclusão").

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺

  • Essa foi complicada.

    2. Outro mito muito propalado aos quatro ventos é o de que a tecnologia seria essencial e necessariamente benéfica às coletividades humanas. (3° parágrafo)

    ( ) Em 2, “às coletividades humanas” funciona como objeto indireto.

    Mas, quem é essencial é essencial a algo. Não é mesmo?

    Essencial às coletividades humanas.

    AJUDA: Como distinguir objeto INDIRETO com COMPLEMENTO NOMINAL?

  • Machado,

    O objeto indireto é complemento do verbo, portanto vai acompanhar um verbo que na sua regência pede preposição. Ex: Assistimos ao jogo ontem (o verbo assistir no sentido de ver pede como complemento verbal a preposição a).

    Já o complemento nominal é complemento do termo que não é verbo, podendo se referir a substantivo, adjetivo ou advérbio sempre com preposição. Ex: Marta tem orgulho da mãe. (Quem tem orgulho, tem orgulho de alguém ou de alguma coisa, como orgulho é substantivo chamamos seu complemento de nominal.)

    Espero ter ajudado.