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ID
3078439
Banca
FCC
Órgão
SEGEP-MA
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Agitador cultural, artista plástico, cenógrafo, jornalista, analista geopolítico, escritor, arquiteto e engenheiro de formação, Flávio de Carvalho (1899-1973), figura excêntrica ou mesmo marginal na história da modernidade artística brasileira, tem sido retomado nos últimos anos, como atestam recentes publicações e exposições acerca de seus trabalhos.

      Conhecido mais por suas pinturas e por suas polêmicas experiências artísticas, pouco se fala de sua produção no campo da arquitetura. Após concluir o curso superior em Engenharia Civil em Newcastle, norte da Inglaterra, Flávio retornou ao Brasil em 1922 e passou a trabalhar no escritório Ramos de Azevedo até 1926, quando abriu seu próprio escritório no centro da cidade de São Paulo.

      Se foi Gregori Warchavchick (1896-1972) quem publicou no Brasil o primeiro manifesto a favor da arquitetura moderna, em 1925, Flávio de Carvalho é quem realiza, em 1927, aquele que é considerado o primeiro projeto de arquitetura moderna no país. Sob o pseudônimo de Eficácia, o projeto excêntrico é feito para o concurso do Palácio do Governo do Estado de São Paulo. Embora derrotado, seu trabalho gera polêmica e produz discussões, ao apresentar inovações estilísticas e estéticas para o período, rendendo três artigos de Mário de Andrade com elogios e críticas, publicados no jornal Diário Nacional.

      Seus projetos de arquitetura moderna, entretanto, só se concretizaram quando realizados em terras da família e construídos com verbas próprias. Em 1936, iniciou a construção da Vila Modernista, concluída em 1938: um conjunto de 17 casas de aluguel localizadas no atual bairro Jardim Paulista (São Paulo-SP), na esquina da Alameda Lorena com a Rua Rocha de Azevedo. Elas vinham com uma “bula”, folheto informativo explicando os modos de uso que potencializariam sua habitação, que destacava: “Casas frias no verão e quentes no inverno”.

      Em 1938, Flávio de Carvalho construiu a Casa Modernista da Fazenda Capuava, na cidade de Valinhos–SP. De acordo com Flávio, em entrevista concedida a Dulce Carneiro, sua casa é concebida “(...) dentro de uma visão poética, é produto de pura imaginação, tentando criar uma maneira ideal de viver”.

     Com a conclusão da casa, Flávio passou a viver nela, que além de moradia funcionava como ateliê, onde vivenciava sua maneira ideal de viver. A casa era “(...) um misto de templo e aeronave, (...) uma aposta na continuidade do fazer artístico no espaço da existência (...). A reunião de materiais improváveis como o alumínio e a madeira, a escala dos espaços, a preocupação com detalhes como o tipo e a forma das maçanetas e armários, a policromia dos tetos, paredes e colunas, a conexão entre portas e janelas nas quinas de alguns cômodos, a integração entre espaços internos e externos, o paisagismo, enfim, a totalidade arquitetônica foi dimensionada cuidadosamente por Flávio de Carvalho. Mais do que uma máquina de morar, ele conseguiu um ninho ao mesmo tempo primitivo e futurista”.

(Adaptado de: STEVOLO, Pedro Luiz, “A Casa Modernista de Flávio de Carvalho”. Disponível em: www.revistas.usp.br

As frases abaixo referem-se à pontuação do texto.


I. Imediatamente após materiais improváveis (último parágrafo), pode-se acrescentar dois-pontos, uma vez que se segue uma sequência de exemplos para essa expressão.

II. No 4° parágrafo, os parênteses servem para isolar uma informação complementar, mas não essencial ao entendimento da frase.

III. O segmento além de moradia (último parágrafo) não pode ser isolado por vírgulas, pois acarretaria uma separação entre sujeito e verbo.


É correto o que consta APENAS em

Alternativas
Comentários
  • A reunião de materiais improváveis como o alumínio e a madeira, a escala dos espaços, a preocupação com detalhes como o tipo e a forma das maçanetas e armários, a policromia dos tetos, paredes e colunas, a conexão entre portas e janelas nas quinas de alguns cômodos, a integração entre espaços internos e externos, o paisagismo, enfim, a totalidade arquitetônica foi dimensionada cuidadosamente por Flávio de Carvalho.

    Errada, pois separaria sujeito (A reunião de materiais improváveis) e verbo (foi dimensionada).

  • Complementando:

    o "como" quando introduz uma comparação não é precedido por vírgula. Ex: Ele era ingênuo como Manuel, Joaquim e Pedro (ele era ingênuo ASSIM COMO Manuel, Joaquim e Pedro.)

    Já quando introduz uma enumeração ele é precedido por vírgula. Ex: Ele gosta de alguns artistas, como Manuel, Joaquim e Pedro (ele gosta de alguns artistas, POR EXEMPLO, Manuel, Joaquim e Pedro).

    Porém, fiquem ligados, às vezes o "como" de comparação pode vir depois de uma vírgula, mas nesse caso essa vírgula estará fazendo par com outra vírgula que intercala algum termo.

  • GAB. B

    II. No 4° parágrafo, os parênteses servem para isolar uma informação complementar, mas não essencial ao entendimento da frase.

  • Já vinha olhar o comentário do Arthur Carvalho, mas nessa não rolou.

    :/

  • é impressão minha ou essa prova foi mais difícil do que o usual da FCC?

  • teria que ser "materiais improváveis como:" ao invés de "materiais improváveis: como"

  • Vacilei na I hem pqp ! Teria que ser após ''como''

  • A alternativa I está errada, pois “escala”, “preocupação”, “policromia”, “conexão”, “integração” e “paisagismo” não são exemplos de “materiais improváveis”. São sim núcleos do sujeito em enumeração, assim como “reunião”. Portanto, a inserção dos dois-pontos geraria uma confusão de entendimento, pois não ficaria claro o que faz parte do sujeito ou o que é exemplificação de “materiais improváveis”.

    A alternativa II é correta, pois os parênteses podem servir para isolar uma informação que busca apenas complementar uma situação, como é o caso de “São Paulo-SP”, que não é uma informação essencial nem semântica nem gramaticalmente, sendo apenas um aprofundamento informacional.

    Por fim, a alternativa III está errada, pois o segmento “além de moradia” é uma expressão interpositiva de valor inclusivo, podendo ser isolada por vírgulas.

  • GAB: B

    A assertiva I está errada. A pontuação de dois-pontos substitui a conjunção "como", com ela não podendo coexistir. Ou o período traz dois pontos, ou conjunção, mas a assertiva não faz esta ressalva.

    Bons estudos.

  • Eu também acho que na afirmativa I teria que ser:  "materiais improváveis como:" ao invés de "materiais improváveis: como"!!!

    Além disso, na afirmativa II, eu considero que os parênteses servem para isolar uma informação complementar, mas acho ela essencial, afinal eu e a maioria subentendemos que o lugar é a cidade de São Paulo, mas pode ter uma pessoa que ao ler:"...um conjunto de 17 casas de aluguel localizadas no atual bairro Jardim Paulista , na esquina da Alameda Lorena com a Rua Rocha de Azevedo.";talvez não compreenda que esse endereço é na cidade de São Paulo.

  • O povo aqui está mais perdido que cego em tiroteio, bicho! Varios comentários divergentes