SóProvas


ID
3080578
Banca
FCC
Órgão
MPE-MT
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                 [Nossa quota de felicidade]


      Os últimos 500 anos testemunharam uma série de revoluções de tirar o fôlego. A Terra foi unida em uma única esfera histórica e ecológica. A economia cresceu exponencialmente, e hoje a humanidade desfruta do tipo de riqueza que só existia nos contos de fadas. A ciência e a Revolução Industrial deram à humanidade poderes sobre-humanos e energia praticamente sem limites. A ordem social foi totalmente transformada, bem como a política, a vida cotidiana e a psicologia humana.

      Mas somos mais felizes? A riqueza que a humanidade acumulou nos últimos cinco séculos se traduz em contentamento? A descoberta de fontes de energia inesgotáveis abre diante de nós depósitos inesgotáveis de felicidade? Voltando ainda mais tempo, os cerca de 70 milênios desde a Revolução Cognitiva tornaram o mundo um lugar melhor para se viver? O falecido astronauta Neil Armstrong, cuja pegada continua intacta na Lua sem vento, foi mais feliz que os caçadores-coletores anônimos que há 30 mil anos deixaram suas marcas de mão em uma parede na caverna? Se não, qual o sentido de desenvolver agricultura, cidades, escrita, moeda, impérios, ciência e indústria?

      Os historiadores raramente fazem essas perguntas. Mas essas são as perguntas mais importantes que podemos fazer à história. A maioria dos programas ideológicos e políticos atuais se baseia em ideias um tanto frágeis no que concerne à fonte real de felicidade humana. Em uma visão comum, as capacidades humanas aumentaram ao longo da história. Considerando que os humanos geralmente usam suas capacidades para aliviar sofrimento e satisfazer aspirações, decorre que devemos ser mais felizes que nossos ancestrais medievais e que estes devem ter sido mais felizes que os caçadores-coletores da Idade da Pedra. Mas esse relato progressista não convence.

(Adaptado de HARARI, Yuval Noah. Sapiens – Uma breve história da humanidade. Trad. Janaína Marcoantonio. Porto Alegre, RS: L&PM, 2018, p. 386-387) 

Está plenamente adequado o emprego do elemento sublinhado na frase:

Alternativas
Comentários
  • Relativos retomam e substituem seu antecedente (que, quem, onde, o qual); cujo refere-se ao termo posterior e repele o artigo; indica posse do termo anterior a ele; entende-se por essa regra que não existem as formas cujo o, cuja a, o cujo

    Abraços

  • GABARITO: LETRA A

    A) Está na remota Revolução Cognitiva a origem de uma escalada progressista de que os nossos ancestrais não podiam se dar conta → correto, não podiam se dar conta DE alguma coisa (temos a preposição "de" corretamente posicionada e usada antes do pronome relativo "que").

    B) As riquezas em que faz alusão o autor do texto, no primeiro parágrafo, dizem respeito aos últimos 500 anos. → faz alusão a alguma coisa, o correto seria: a que faz alusão.

    C) Há no homem capacidades inventivas às quais ele não se dá conta senão quando passa a necessitar delas. → não se dá conta de alguma coisa, o correto seria: de que ou das quais.

    D) O progresso da civilização, de cujo a humanidade tanto aspira, é questionado pelo autor ao final do texto. → todos erros possíveis aqui: uso de artigo após o pronome "cujo" (incorreto); aspirar com sentido de almejar é transitivo indireto e pede o uso da preposição "a", além disso o pronome "cujo" concorda com o termo que procede, o correto seria: a cuja humanidade.

    E) A falta de perguntas sobre a nossa felicidade, em cuja importância sequer suspeitamos, é uma falha dos nossos projetos. → suspeitamos de alguma coisa, logo o correto seria: de cuja importância...

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺

  •  a)Está na remota Revolução Cognitiva a origem de uma escalada progressista de que os nossos ancestrais não podiam se dar conta. GABARITO;

     b)As riquezas em que faz alusão o autor do texto, no primeiro parágrafo, dizem respeito aos últimos 500 anos.: QUEM FAZ ALUSÃO, FAZ ALUSÃO A ALGUMA COISA. O EM ESTÁ ERRADO.

     c)Há no homem capacidades inventivas às quais ele não se dá conta senão quando passa a necessitar delas. DA CONTA DE ALGUMA COISA. O "ÀS"  ESTÁ ERRADO.

     d)O progresso da civilização, de cujo a humanidade tanto aspira, é questionado pelo autor ao final do texto. QUEM ASPIRA, ASPIRA À ALGO, (COM CRASE NO SENTIDO DE ALMEJAR ALGUMA COISA); O "DE" ESTÁ ERRADO.

     e)A falta de perguntas sobre a nossa felicidade, em cuja importância sequer suspeitamos, é uma falha dos nossos projetos. QUEM SUSPEITA, SUSPEITA DE ALGUMA COISA. O "EM" ESTÁ ERRADO.

     

    LEMBRANDO QUE, QUANDO ESTAMOS FALANDO DE PRONOMES RELATIVOS QUE E CUJA E, POSTERIORMENTE A ELE VIER UM VERBO QUE UTILIZE ALGUMA PREPOSIÇÃO, A MESMA SERÁ COLOCADA ANTES DO VERBO COM OU SEM HÍFEM JUNTO AO  PRONOME RELATIVO. 

  • Frase invertida.

    Os nossos ancestrais não podiam se dar conta DE QUE a origem de uma escala progressista está na remota Revolução Cognitiva.

  • Gab - A

    Correções em azul

    A) Está na remota Revolução Cognitiva a origem de uma escalada progressista de que os nossos ancestrais não podiam se dar conta. ---> quem dá conta, dá conta DE alguma coisa.

    B) As riquezas a que faz alusão o autor do texto, no primeiro parágrafo, dizem respeito aos últimos 500 anos. ---> quem faz alusão, faz alusão alguma coisa.

    C) Há no homem capacidades inventivas das quais ele não se dá conta senão quando passa a necessitar delas. ---> quem dá conta, dá conta DE alguma coisa.

    D) O progresso da civilização, a cuja humanidade tanto aspira, é questionado pelo autor ao final do texto. --> fica um termo estranho, mas: quem aspira, aspira A alguma coisa (no sentido de almejar); cujo é pronome que concorda com o substantivo posterior, e serve como uma ligação entre POSSUIDOR e POSSE.

    E) A falta de perguntas sobre a nossa felicidade, de cuja importância sequer suspeitamos, é uma falha dos nossos projetos. --> quem suspeita, suspeita DE alguma coisa.

    Qualquer equívoco, avisem. Bons estudos!

  • se dar conta de algo

  • CUJO

    É um pronome adjetivo que vem, geralmente, entre dois nome substantivos explícitos.

    É variável, logo concorda em gênero e número com o nome consequente.

    NUNCA vem precedido ou seguido de artigo, é por isso que não há crase antes dele.

    Geralmente exprime valor semântico de posse.

    Fonte: Fernando Pestana

  • Letra A

    PRONOME RELATIVO QUE

    O pronome relativo "que" é chamado relativo universal, pois seu emprego é extremamente amplo. Esse pronome pode ser usado para substituir pessoa ou coisa, que estejam no singular ou no plural. Sintaticamente, o relativo "que" pode desempenhar várias funções:

    Está na remota Revolução Cognitiva a origem de uma escalada progressista de que os nossos ancestrais não podiam se dar conta. ---> quem dá conta, dá conta DE alguma coisa.

    Substituindo o pronome pelo antecedente, temos, um Complemento nominal

  • A) Dar conta DE alguma coisa (uso correto do termo 'de que')

     B) Faz Alusão sobre alguma coisa (correto seria 'sobre que')

    C) conta de alguma coisa (correto seria 'das quais')

    d) Aspira A alguma coisa (correto seria 'a cujo')

    e) Suspeitamos de alguma coisa (correto seria 'de cuja')

  • Coloque a questão na ordem direta, que fica fácil resolver, assim como grande parte das questões da FCC.
  • A "bagunça" que a FCC faz na frase, pra tentar confundir a gente:

    Os nossos ancestrais não podiam se dar conta DE QUE a origem de uma escalada progressista está na remota Revolução Cognitiva

  • Letra A

    Assista ao vídeo da questão Q1019371 é bem semelante

  • Parabéns e obrigado pelas análises Arthur.

  • Sendo o elemento sublinhado nas opções um pronome relativo, introdutor de uma oração, precisamos da seguinte informação para resolver a questão sem dificuldades: a regência verbal em orações subordinadas adjetivas.

    As orações subordinadas adjetivas, como o próprio nome sugere, são estruturas oracionais iniciadas pelo pronome relativo e que, como um todo, comportam-se como adjetivos, porque retomam algum termo da oração a qual se ligam, caracterizando-os, qualificando-os. Sempre que tivermos uma oração subordinada adjetiva, seja ela restritiva (sem vírgula), seja explicativa (com vírgula), devemos observar qual é o verbo ou a expressão verbal dessas orações, pois, se, de acordo com a sua regência, eles “pedirem" preposição, estas devem ser posicionadas na frente dos pronomes relativos que iniciam a oração. Vejamos um exemplo ilustrativo:


    [Não encontro o documento] [de que preciso]


    No período acima, a preposição DE fica na frente, ou antes, do relativo QUE (= O QUAL) porque o verbo da oração adjetiva restritiva, “preciso", pede essa preposição. Logo, quando a questão for sobre a correção gramatical do pronome relativo, em havendo preposição junto ao pronome, você sempre precisará localizar o verbo e verificar a sua regência, para posicionar a preposição anteriormente ao pronome relativo.


    De posse dessas informações, examinemos cada uma das opções:


    A)   Está na remota Revolução Cognitiva a origem de uma escalada progressista de que os nossos ancestrais não podiam se dar conta.

    CORRETA.

    Vejamos que, na oração subordinada adjetiva restritiva “de que os nossos ancestrais não podiam se dar conta", a locução verbal “dar-se contar", pede preposição DE, pois quem não se dá conta NÃO SE DÁ CONTA DE ALGO OU DE ALGUÉM. Logo, como já se explicou anteriormente à análise das opções, sempre que o verbo ou a locução verbal de uma oração adjetiva pedirem preposição, esta deverá se posicionar antes do pronome relativo, como ocorre na letra A.


    B) As riquezas em que faz alusão o autor do texto, no primeiro parágrafo, dizem respeito aos últimos 500 anos.
    ERRADA.

    Examinado o período acima, a oração subordinada adjetiva “em que faz alusão o autor do texto" está incorreta em relação à preposição que antecede o pronome relativo QUE. A expressão composta de verbo e nome, “fazer alusão", pede preposição A, e não DE: quem faz alusão FAZ ALUSÃO A ALGO OU A ALGUÉM. Logo, reescrevendo, teríamos a seguinte correção: as riquezas a que faz alusão o autor do texto (...).

    C) Há no homem capacidades inventivas às quais ele não se dá conta senão quando passa a necessitar delas.

    ERRADA.
    Na oração “às quais ele não se dá conta", temos a locução verbal “não se dá conta", a qual “pede" preposição DE. Tal como sabemos, esta deve anteceder o pronome relativo, e não “A", como se sugere. Reescrevendo, teríamos a seguinte correção: há no homem capacidades inventivas das quais ele não se dá conta (...).

    D) O progresso da civilização, de cujo a humanidade tanto aspira, é questionado pelo autor ao final do texto.
    ERRADA.

    Na oração “de cujo a humanidade tanto aspira", temos duas incorreções: a preposição DE antes do pronome CUJO e o artigo definido A, depois desse mesmo pronome. Identificando, inicialmente, o verbo da oração, percebemos que “aspirar" está sendo empregado no sentido de “almejar", “pretender". Assim, de acordo com a sua regência verbal, com esse significado, “aspirar" é seguido da preposição A, e não DE. Além disso, uma informação que não tem relação com a regência é a de que o pronome CUJO nunca vem seguido de artigo definido. Isso porque a função do artigo é especificar o nome a que se refere, papel esse que já é desempenhado pelo CUJO no interior da oração adjetiva, pois ele especifica o seu referente duas vezes: expressando sentido de posse ou pertencimento e expressando variação de gênero (CUJO/CUJA). Assim, o termo ao qual o pronome se refere não precisa de nenhum outro especificador.


    E) A falta de perguntas sobre a nossa felicidade, em cuja importância sequer suspeitamos, é uma falha dos nossos projetos.

    ERRADA.

    A oração “em cuja importância sequer suspeitamos" apresenta falha porque a preposição que está associada ao verbo “suspeitar" é EM, e não DE: quem suspeita SUSPEITA DE ALGO OU ALGUÉM. Logo, reescrevendo, teríamos: a falta de perguntas sobre a nossa felicidade, de cuja importância sequer suspeitamos (...).


    Resposta: A