- ID
- 3247834
- Banca
- COVEST-COPSET
- Órgão
- UFPE
- Ano
- 2019
- Provas
-
- COVEST-COPSET - 2019 - UFPE - Administrador
- COVEST-COPSET - 2019 - UFPE - Analista de Tecnologia da Informação - Sistemas
- COVEST-COPSET - 2019 - UFPE - Arquiteto e Urbanista
- COVEST-COPSET - 2019 - UFPE - Assistente Social
- COVEST-COPSET - 2019 - UFPE - Biomédico
- COVEST-COPSET - 2019 - UFPE - Diretor de Produção
- COVEST-COPSET - 2019 - UFPE - Economista
- COVEST-COPSET - 2019 - UFPE - Enfermeiro
- COVEST-COPSET - 2019 - UFPE - Engenheiro - Ambiental
- COVEST-COPSET - 2019 - UFPE - Engenheiro - Elétrica
- COVEST-COPSET - 2019 - UFPE - Engenheiro - Mecânica
- COVEST-COPSET - 2019 - UFPE - Médico - Cardiologista
- COVEST-COPSET - 2019 - UFPE - Médico - Clínica Médica
- COVEST-COPSET - 2019 - UFPE - Médico - Psiquiatra
- COVEST-COPSET - 2019 - UFPE - Psicólogo
- COVEST-COPSET - 2019 - UFPE - Químico
- COVEST-COPSET - 2019 - UFPE - Sanitarista
- COVEST-COPSET - 2019 - UFPE - Tecnólogo - Segurança Privada
- Disciplina
- Português
- Assuntos
“Português é muito difícil”.
Essa afirmação preconceituosa é prima-irmã da ideia de que “brasileiro não sabe português”. Como o nosso ensino da língua sempre se baseou na norma gramatical literária de Portugal, as regras que aprendemos na escola, em boa parte, não correspondem à língua que realmente falamos e escrevemos no Brasil.
Por isso, achamos que “português é uma língua difícil”: temos de fixar regras que não significam nada para nós. No dia em que nosso ensino se concentrar no uso real, vivo e verdadeiro da língua portuguesa do Brasil, é bem provável que ninguém continue a pensar assim. Todo falante nativo de uma língua sabe essa língua. Saber uma língua, na concepção científica da linguística moderna, significa conhecer intuitivamente e empregar com facilidade e naturalidade as regras básicas de seu funcionamento.
Está provado e comprovado que uma criança, por volta dos 7 anos de idade, já domina perfeitamente as regras gramaticais de sua língua. O que ela não conhece são sutilezas e irregularidades no uso dessas regras, que só a leitura e o estudo podem lhe dar. Nenhuma criança brasileira dessa idade vai dizer, por exemplo: “Uma meninos chegou aqui amanhã”. (...)
Se tantas pessoas inteligentes e cultas continuam achando que “não sabem português” ou que “português é muito difícil”, é porque o uso da língua foi transformado numa ciência esotérica, numa doutrina cabalística que somente alguns iluminados conseguem dominar completamente. (...)
No fundo, a ideia de que “português é muito difícil” serve como um dos instrumentos de manutenção do status quo das classes sociais prestigiadas.
É lamentável que a imagem da língua tenha sido empobrecida e reduzida a uma nomenclatura confusa e a exercícios descontextualizados, práticas que se revelam irrelevantes para, de fato, levar alguém a se valer dos muitos recursos que a língua oferece.
Marcos Bagno. Preconceito linguístico. São Paulo: Parábola, 2015. p. 57-63. Adaptado.
É possível constatar afinidade semântica entre algumas palavras do Texto 2 (língua-português; norma-regras; escola-ensino; português-brasileiro; falamos-escrevemos; linguística-concepção científica; entre outras). Essa aproximação de sentidos tem uma função textual, qual seja a de: