SóProvas


ID
3328777
Banca
IBFC
Órgão
Prefeitura de Divinópolis - MG
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto


No Brasil, entre o “pode” e o “não pode”, encontramos um “jeito”, ou seja, uma forma de conciliar todos os interesses, criando uma relação aceitável entre o solicitante, o funcionário-autoridade e a lei universal. Geralmente, isso se dá quando as motivações profundas de ambas as partes são conhecidas; ou imediatamente, quando ambos descobrem um elo em comum banal (torcer pelo mesmo time) ou especial (um amigo comum, uma instituição pela qual ambos passaram ou o fato de se ter nascido na mesma cidade). A verdade é que a invocação da relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de outros fatores externos àquela situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou menos injusta. Essa é a forma típica do “jeitinho”. Uma de suas primeiras regras é não usar o argumento igualmente autoritário, o que também pode ocorrer, mas que leva a um reforço da má vontade do funcionário. De fato, quando se deseja utilizar o argumento da autoridade contra o funcionário, o jeitinho é um ato de força que no Brasil é conhecido como o “Sabe com quem está falando?”, em que não se busca uma igualdade simpática ou uma relação contínua com o agente da lei atrás do balcão, mas uma hierarquização inapelável entre o usuário e o atendente. De modo que, diante do “não pode” do funcionário, encontra-se um “não pode do não pode” feito pela invocação do “Sabe com quem você está falando?”. De qualquer modo, um jeito foi dado. “Jeitinho” e “Você sabe com quem está falando?” são os dois polos de uma mesma situação. Um é um modo harmonioso de resolver a disputa; o outro, um modo conflituoso e direto de realizar a mesma coisa. O “jeitinho” tem muito de cantada, de harmonização de interesses opostos, tal como quando uma mulher encontra um homem e ambos, interessados num encontro romântico, devem discutir a forma que o encontro deverá assumir. O “Sabe com quem está falando?”, por seu lado, afirma um estilo em que a autoridade é reafirmada , mas com a indicação de que o sistema é escalonado e não tem uma finalidade muito certa ou precisa. Há sempre outra autoridade, ainda mais alta, a quem se poderá recorrer. E assim as cartas são lançadas.

(DAMATTA, Roberto. O modo de navegação social: a malandragem e o “jeitinho”. O que faz o brasil, Brasil?. Rio de Janeiro: Rocco, 1884. P79-89, (Adaptado) . 

A verdade é que a invocação da relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de outros fatores externos àquela situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou menos injusta.”


Em períodos mais longos, deve-se reforçar o cuidado para a análise de suas partes. Nesse sentido, percebe-se que a segunda oração é subordinada à primeira e deve ser classificada como:

Alternativas
Comentários
  • A verdade é que a invocação da relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de outros fatores externos àquela situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou menos injusta.”

    A conjunção integrante que introduz uma oração subordinada substantiva predicativa exercendo a função sintática de predicativo do sujeito da oração principal.

    GABARITO. A

  • GABARITO: LETRA A

    → “A verdade é que a invocação da relação pessoal"

    → a verdade é ISSO (verbo de ligação e a conjunção integrante "que" dá início a uma oração subordinada predicativa nominal).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺

  • INTEGRANTES: QUE, SE quando introduzirem oraçoês subordinadas substantivas

  • Dois pontos para matar esta questão:

    1º para descobrir se uma oração é subordinada trocamos o "que" ou "se" por isso ou isto..

    2º Nas orações predicativas devemos sempre olhar para o verbo , porque nessas temos a presença de verbos de ligação!

    (em 90% dos casos funciona)

    exemplo: a verdade é que ninguém confia no deputado.

    Sucesso, Bons estudos, Nãodesista!

  • Orações subordinadas substantivas reduzidas não são introduzidas por conectivo (que, se), e o verbo fica no infinitivo.

  • A verdade (sujeito) é (verbo de ligação) que (conjunção integrante) a invocação da relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de outros fatores externos àquela situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou menos injusta (predicativo do sujeito).

    = Oração subordinada substantiva predicativa

  • Dica:

    -- Necessário é que você venha. (o.s.s predicativa).

    -- É necessário que você venha. (o.s.s subjetiva / sujeito oracional).

  • BIZU! SEMPRE AS ORAÇÕES S. S. PREDICATIVAS TERÁ UM VERBO DE LIGAÇÃO " SER " ANTES DA CONJUNÇÃO "QUE" .

  • A verdade (sujeito) é (verbo de ligação) que (conjunção integrante) a invocação da relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de outros fatores externos àquela situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou menos injusta (predicativo do sujeito).

    = Oração subordinada substantiva predicativa

  • VERBO DE LIGAÇÃO + QUE... O.S.S.PREDICATIVA

  • A presença de ARTIGO na oração principal (A verdade é isso > Isso é a verdade) denuncia que a oração subordinada substantiva é o predicativo do sujeito.

  • ASSUNTO CHATO KKK