SóProvas


ID
3364171
Banca
IBADE
Órgão
Prefeitura de Ji-Paraná - RO
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Qual a utilidade de dez minutos por dia, em

um dia comum?

        Não é essencial muita reflexão para se perceber que dez minutos é tempo curto demais para a maior parte das atividades cotidianas. Uma bela mulher gasta mais tempo para se arrumar, e um homem, mesmo que pouco vaidoso, gasta mais que isso para tomar um banho rápido, fazer a barba e pentear o cabelo.

       Dez minutos diários de caminhada é melhor que nada, mas insuficiente para uma perda mensal de peso significativa, e esse mesmo tempo em uma sala de ginástica é reduzido para exercícios aeróbicos ou atividades múltiplas de musculação. Se a receita é reduzir o colesterol e melhorar a condição cardiorrespiratória, esse ínfimo tempo é quase nada e, se proposto como receita para melhorar a condição física, certamente provocaria risos.

      Dez minutos diários em deslocamento nos veículos públicos quase não nos tira do lugar, e um almoço com essa duração seria certamente um risco para a saúde. Dez minutos de sono é menos que um cochilo, e uma boa paquera jamais se contentaria com um tempo assim reduzido.

      Em síntese, a real utilidade de dez minutos em um dia comum passa quase despercebida por sua inútil validade e se distancia do tempo que gastamos para um excelente trabalho, um bom descanso, uma ótima alimentação ou cuidados com o corpo e a elegância.

      Encare, agora, os mesmos dez minutos por outro ângulo. Imagine uma pessoa que reserve essa fração quase inútil de seu dia para um momento de leitura. Ou para uma firme decisão de bem empregar esse tempo, ainda que apenas esse tempo.

      Um leitor comum costuma ler cerca de 150 palavras por minuto, sendo assim, em dez minutos, lê 10 500 palavras, ou um pouco mais. Uma página de um livro de ficção normal reúne cerca de 500 palavras – quase o mesmo que esta crônica. Logo, nesses dez minutos, esse leitor, sem pressa ou correria, teria devorado nada menos que três páginas. Em uma semana estaria chegando a cerca de 20 páginas, e em um mês poderia ter lido 90 páginas. Um bom livro de qualquer assunto costuma abrigar em média 150 páginas e, nesse caso, o nosso leitor estaria, com folga, lendo um livro a cada dois meses, portanto, seis livros por ano. Se for cuidadoso e souber fazer boas escolhas, com esse acervo formidável, muda sua vida, amplia seus pensamentos, agrega cultura para conversar, paquerar, argumentar e decidir. Curiosamente, aquele mesmo tempinho diário que não muda o corpo, nada faz pela pessoa e pouco agrega às relações pessoais, aplicado em uma leitura muda a cabeça, embeleza a alma.

   Agora, para que seus pensamentos possam voar, imagine que a lógica irrefutável desses argumentos seja apresentada a uma criança de 10 anos que, entusiasmada, adote a prática. Quando chegar aos 30 anos, terá lido nada menos que 120 livros e, assim, escancarado as portas para o conhecimento, a cultura, a beleza e a descoberta, em si mesmo, de tudo quanto a vida é capaz de proporcionar.

Celso Antunes. (Em www.celsoantunes.com.br.) Acesso em 22/12/2017

Se a oração destacada em: “Não é essencial muita reflexão PARA SE PERCEBER QUE DEZ MINUTOS É TEMPO CURTO DEMAIS...” for desenvolvida, o verbo deverá assumir a forma:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    → “Não é essencial muita reflexão PARA SE PERCEBER QUE DEZ MINUTOS É TEMPO CURTO DEMAIS...” → temos uma oração adverbial final reduzida do infinitivo (marcada pela conjunção subordinativa final "para"), o "se" é uma partícula apassivadora: para se perceber ISSO (ISSO seja percebido).

    → desenvolvendo-a, vamos incluir o "que": reflexão PARA QUE SE PERCEBA, testando nas outras opções:

    A) perceba. → PARA QUE SE PERCEBA (COM LÓGICA), marcando o presente do subjuntivo, mantendo a correlação temporal.

    B) percebo. → PARA QUE SE PERCEBO (SEM LÓGICA).

    C) percebermos. → PARA QUE SE PERCEBEMOS (SEM LÓGICA).

    D) percebêssemos. → PARA QUE SE PERCEBÊSSEMOS (SEM LÓGICA).

    E) percebíamos. → PARA QUE SE PERCEBÍAMOS (SEM LÓGICA).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺

  • GABARITO: LETRA A

    → “Não é essencial muita reflexão PARA SE PERCEBER QUE DEZ MINUTOS É TEMPO CURTO DEMAIS...” → temos uma oração adverbial final reduzida do infinitivo (marcada pela conjunção subordinativa final "para"), o "se" é uma partícula apassivadora: para se perceber ISSO (ISSO seja percebido).

    → desenvolvendo-a, vamos incluir o "que": reflexão PARA QUE SE PERCEBA, testando nas outras opções:

    A) perceba. → PARA QUE SE PERCEBA (COM LÓGICA), marcando o presente do subjuntivo, mantendo a correlação temporal.

    B) percebo. → PARA QUE SE PERCEBO (SEM LÓGICA).

    C) percebermos. → PARA QUE SE PERCEBEMOS (SEM LÓGICA).

    D) percebêssemos. → PARA QUE SE PERCEBÊSSEMOS (SEM LÓGICA).

    E) percebíamos. → PARA QUE SE PERCEBÍAMOS (SEM LÓGICA).

    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! ☺

  • Forma desenvolvida:

    Conjunção ou Pronome relativo.

    Forma reduzida: Sem conjunção ou pronome relativo e com o verbo nas formas nominais: Infinitivo, Gerúndio ou particípio.

    No caso, basta forçar a inserção de uma conjunção...

    “Não é essencial muita reflexão PARA (SE PERCEBER) QUE DEZ MINUTOS ( que se perceba)///isso..

    Sucesso, Bons estudos, Nãodesista!

  • PERCEBA

  • Para que se perceba.