SóProvas


ID
3408421
Banca
FCC
Órgão
AL-AP
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

[O motor da preguiça]

      Acho que a verdadeira força motriz do desenvolvimento humano, a razão da superioridade e do sucesso do Homem, foi a preguiça. A técnica é fruto da preguiça. O que são o estilingue, a flecha e a lança senão maneiras de não precisar ir lá e esgoelar a caça ou um semelhante com as mãos, arriscando-se a levar a pior e perder a viagem? O que estaria pensando o inventor da roda senão no eventual desenvolvimento da charrete, que, atrelada a um animal menos preguiçoso do que ele, o levaria a toda parte sem que ele precisasse correr ou caminhar?

    Toda a história das telecomunicações, desde os tambores tribais e seus códigos primitivos até os sinais da TV e a internet, se deve ao desejo humano de enviar a mensagem em vez de ir entregá-la pessoalmente. A fome de riqueza e poder do Homem não passa da vontade de poder mandar os outros fazerem o que ele tem preguiça de fazer, seja de trazer os seus chinelos ou construir suas pirâmides.

     A química moderna é filha da alquimia, que era a tentativa de ter o ouro sem ter que procurá-lo, ou trabalhar para merecê-lo. A física e a filosofia são produtos da contemplação, que é um subproduto da indolência e uma alternativa para a sesta, A grande arte também se deve à preguiça. Não por acaso, o que é considerada a maior realização da melhor época da arte ocidental, o teto da Capela Sistina, foi feita pelo Michelangelo deitado. Marcel Proust escreveu Em busca do tempo perdido deitado. Vá lá, recostado. As duas maiores invenções contemporâneas, depois do antibiótico e do microchip, que são a escada rolante e o manobrista, devem sua existência à preguiça. E nem vamos falar no controle remoto. 

(Adaptado de: VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008, p. 54-55) 

Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

Alternativas
Comentários
  • Não entendi ainda o erro da alternativa d) Até mesmo as artes não deixam de escapar dos atributos da preguiça, cujos se tornam essenciais para seu desempenho de grandes criações.

    - Acho que a alternativa é correta pois a maior realização da melhor época da arte ocidental se deve a preguiça, então a preguiça foi sim essencial para o desempenho de grandes criações. Se as obras citadas não fosse realizadas "deitado" talvez não fossem tão aclamadas como são hoje.

    A grande arte também se deve à preguiça. Não por acaso, o que é considerada a maior realização da melhor época da arte ocidental, o teto da Capela Sistina, foi feita pelo Michelangelo deitado. Marcel Proust escreveu Em busca do tempo perdido deitado

    - Mas tudo bem, gabarito é letra B.

  • Gabarito B

    A) "Ao colocar na mesma frase os termos chinelos pirâmides, o autor usufrui de seu talento para um efeito de humor no qual não estamos isentos."

    B) A capacidade que tem esse cronista (...) é notória. Há um termo intercalado por vírgulas,que está ok !

    C) "Conquanto (Conjunção concessiva ) não se deve rir da técnica e da ciência, esse autor as submete ao ridículo quando as atribui o valor da preguiça que lhes motiva."// Conquanto/Embora não se deva rir (...) O verbo deve ir ao Subjuntivo.

    D) Até mesmo as artes não deixam de escapar dos atributos da preguiça, cujos se tornam essenciais para seu desempenho de grandes criações.// O pronome relativo "cujos" retoma atributos da preguiça,mas o seu uso está incorreto.

    O pronome “cujo” tem como principais características:

    ✓ Indica posse e sempre vem entre dois substantivos, possuidor e possuído;

    ✓ Não pode ser seguido nem precedido de artigo, mas pode ser antecedido por

    preposição; (Para lembrar: nada de cujo o, cuja a, cujo os, cuja as...)

    ✓ Não pode ser diretamente substituído por outro pronome relativo.

    Para achar o referente, pergunte ao termo seguinte: “de quem?”.

    Ex: Vi o filme cujo diretor ganhou o Oscar. (diretor de quem? Do filme!)

    Ex: Vi o rapaz a cujas pernas você se referiu. (pernas de quem? Do rapaz!)

    Fonte: Aulas português professor Felipe Luccas,Estratégia Concursos.

    E) "Estaria numa lei do mínimo esforço as razões segundo as quais nosso trabalho seria amenizado no caso de satisfizermos a nossa preguiça." --> As razões (...) estariam numa lei do mínimo esforço.

    Qualquer erro,por favor,avisem-me.

  • Rodrigo Souza, o erro da alternativa D se aloja no uso do pronome relativo "cujos". Este se refere a termo catafórico, isto é, após ele. Observe que o pronome, no entanto, fez referência a termo anafórico, ou seja, antes dele: "atributos". Dar-lhe-ei exemplos escorreitos com a utilização dele:

    1) Esses são os homens cujas mulheres conhecemos ontem;

    2) Os dinossauros, que foram pulverizados por um meteoro e cujos fósseis vez ou outra encontramos, são animais intrigantes;

    3) Todo homem de cuja família faz parte deve dedicar-se a ela.

    Espero ter dirimido sua dúvida. Abraço.

  • GABARITO: LETRA B

    A) Ao colocar na mesma frase os termos chinelos e pirâmides, o autor usufrue de seu talento para um efeito de humor no qual não estamos isentos ? o correto é "usufrui" e quem está isento, está isento DE alguma coisa (=do qual).

    B) É notória a capacidade que tem esse cronista de, por meio de um humor sagaz e extremamente crítico, levar seus leitores ao riso irônico

    C) Conquanto não se deve rir da técnica e da ciência, esse autor as submete ao ridículo quando as atribui o valor da preguiça que lhes motiva ? O correto é "deva".

    D) Até mesmo as artes não deixam de escapar dos atributos da preguiça, cujos se tornam essenciais para seu desempenho de grandes criações ? pronome "cujos" usado incorretamente (=não liga dois substantivos, o correto seria "os quais").

    E) Estaria numa lei do mínimo esforço as razões segundo as quais nosso trabalho seria amenizado no caso de satisfizermos a nossa preguiça ? o correto é "estariam" (=concorda com o sujeito posposto "razões").

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Sobra a letra C (leve para vida):

    Concessiva sem preposição: leva o verbo para o subjuntivo. No caso da letra C o Conquanto transformou o deve em deVA

    Concessiva com preposição: leva o verbo para o infinitivo. Ex: Apesar de não DEVER....

  • Assertiva b

    É notória a capacidade que tem esse cronista de, por meio de um humor sagaz e extremamente crítico, levar seus leitores ao riso irônico.

  • a)

    Não estamos isentos de algo....

    do qual não estamos isentos.

    c)

    Conquanto= Concessivo= embora

    embora não se deva rir da técnica e da ciência...

    d) Duas regras importantes sobre o cujo..

    1) Não coloque artigo após o cujo.

    2) O cujos deve estar entre substantivos.

    e) As razões estariam numa lei...

    Sucesso, Bons estudos, Nãodesista!

  • Não ri dessa porcaria não. Logo, questão anulada.

  • @Sr. Shelking

    Muito obg pelas suas preciosas dicas, ajudam bastante!

  • Entendi o erro da alternativa D.

    Porém acredito que a B também está incorreta.

    Ao meu ver, o correto seria: "... a capacidade de que tem esse cronista..."

    Capacidade de algo, disso.

    Se alguém puder me explicar por DM, agradeço.

    Abraços!

  • Eu ri kkkk, por isso marquei a B de cara.

  • As questões da FCC são excelentes

  • Bruno Mequi, a questão está correta a oração "que tem esse cronista" é adjetiva restritiva" não o complemento nominal da palavra capacidade. Este vem logo em seguida.

  • Colocando de forma direta a alternativa correta (B)

    A capacidade que tem esse cronista de levar seus leitores ao riso irônico por meio de um humor sagaz e extremamente crítico é notória.

    Isso ajuda a encontrar erros.

  • Dois erros na letra E:

    Estaria (x1) numa lei do mínimo esforço as razões segundo as quais nosso trabalho seria amenizado no caso de satisfizermos (x2) a nossa preguiça.

    x1 O correto é o verbo no plural - suj. plural.

    x2 O verbo não deve ser escrito no futuro do subjuntivo. O correto é INF., pois após preposição usa-se o verbo no infinitivo (no caso da frase - infinitivo flexionado).

    Após preposição, usa-se o verbo no infinitivo, no caso da frase = infinitivo flexionado.

    Frase corrigida:

    Estariam numa lei do mínimo esforço as razões segundo as quais nosso trabalho seria amenizado no caso de satisfazermos a nossa preguiça.

  • NA LETRA "C", O CORRETO NÃO SERIA: "quando LHES atribui (ATRIBUI ALGUMA COISA A ALGUÉM) o valor da preguiça que AS motiva."

  • Caramba, eu jurava que cronista era acentuado, por isso errei a questão

  • Eu quero mais quero ter sua alma

  • A: para um efeito de humor'' no qual ''( AQUI DEVESRIA TER SIDO COLOCADO A PREPOSIÇÃO DE , POIS QUEM ESTA ISENTO , ESTA ISENTO DE ALGO) não estamos isentos.

    B:conquanto é conjunção concessiva e pede modo subjuntivo.

    D: cujo empregado de maneira incorreta

  • Parabéns à professora Isabel Vega pela ótima explicação.

  • Objeto Direto = as (elas)

    Objeto Indireto = lhes (a elas)

  • adoro essas questões da FCC.
  • explicação da professora foi uma aula... faz valer a assinatura do site

  • a erro na letra E NA FORMA VERBAL SATISFIZERMOS- SERIA SATISFAZERMOS

  • Valeu QConcursos!!!

  • Amei a explicação da Professora!

  • A - Ao colocar na mesma frase os termos chinelos pirâmides, o autor usufrue (usufrui) de seu talento para um efeito de humor no (do) qual não estamos isentos.

    B- É notória a capacidade que tem esse cronista de, por meio de um humor sagaz e extremamente crítico, levar seus leitores ao riso irônico.

    C- Conquanto (embora) não se deve (deva) rir da técnica e da ciência, esse autor as submete ao ridículo quando as atribui o valor da preguiça que lhes motiva.

    D- Até mesmo as artes não deixam de escapar dos atributos da preguiça, cujos se tornam essenciais para seu desempenho de grandes criações.

    Cujo” só é utilizado quando se indica posse, isto é, se algo pertence a alguém.

    E- Estaria (Estariam) numa lei do mínimo esforço as razões segundo as quais nosso trabalho seria amenizado no caso de satisfizermos a nossa preguiça.

  • Sobre a letra C

    Conquanto não se deva rir da técnica e da ciência, esse autor as submete ao ridículo quando lhes atribui o valor da preguiça que as motiva.

    Gab. B