SóProvas


ID
3409642
Banca
VUNESP
Órgão
EBSERH
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                        Filho


      Não existe isso que chamam de reprodução. Quando duas pessoas decidem ter um bebê, elas se envolvem em um ato de “produção”, e o uso generalizado da palavra “reprodução” para essa atividade, com a implicação de que duas pessoas estão quase se trançando juntas, é na melhor das hipóteses um eufemismo para confortar os futuros pais antes que se metam em algo que não podem controlar. Nas fantasias subconscientes que fazem a concepção parecer tão sedutora, muitas vezes é nós mesmos que gostaríamos de ver viver para sempre, e não alguém com uma personalidade própria. Tendo previsto a marcha para a frente de nossos genes egoístas, muitos de nós não estamos preparados para filhos que apresentam necessidades desconhecidas. A paternidade nos joga abruptamente em uma relação permanente com um estranho, e quanto mais alheio o estranho, mais forte a sensação de negatividade. Contamos com a garantia de ver no rosto de nossos filhos que não vamos morrer. Filhos cuja característica definidora aniquila a fantasia da imortalidade são um insulto em particular: devemos amá-los por si mesmos, e não pelo melhor de nós mesmos neles, e isso é muito mais difícil de fazer. Amar nossos próprios filhos é um exercício para a imaginação.

      Mas o sangue, tanto na sociedade moderna como nas antigas, fala mais alto. Pouca coisa é mais gratificante do que filhos bem-sucedidos e dedicados, e poucas situações são piores do que o fracasso ou a rejeição filial. Na medida em que nossos filhos se parecem conosco, eles são nossos admiradores mais preciosos, e, na medida em que são diferentes, podem ser os nossos detratores mais veementes. Desde o início, nós os instigamos a nos imitar e ansiamos pelo que talvez seja o elogio mais profundo da vida: o fato de eles escolherem viver de acordo com nosso sistema de valores. Embora muitos de nós sintam orgulho por ser diferentes dos pais, ficamos infinitamente tristes ao ver como nossos filhos são diferentes de nós.

(Andrew Solomon. Longe da árvore: pais, filhos e a busca da identidade, 2013. Adaptado)

Segundo o autor do texto, o emprego da palavra “reprodução” para se referir ao nascimento de um filho

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA E

    ? Segundo o texto: Não existe isso que chamam de reprodução. Quando duas pessoas decidem ter um bebê, elas se envolvem em um ato de ?produção?, e o uso generalizado da palavra ?reprodução? para essa atividade, com a implicação de que duas pessoas estão quase se trançando juntas, é na melhor das hipóteses um eufemismo para confortar os futuros pais antes que se metam em algo que não podem controlar. Nas fantasias subconscientes que fazem a concepção parecer tão sedutora, muitas vezes é nós mesmos que gostaríamos de ver viver para sempre, e não alguém com uma personalidade própria.

    ? Ou seja, os filhos não são a continuidade dos pais, são uma "produção" e traçam caminhos diferentes e são seres diferentes.

    Baixe a Planilha de Gestão Completa nos Estudos Grátis: http://3f1c129.contato.site/plangestaoestudost3

    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Assertiva E

    E

    estabelece uma falsa ideia de que os filhos representam a continuidade da existência dos pais.

  • Dá para chegar ao gabarito pelo seguinte trecho:

    muitas vezes é nós mesmos que gostaríamos de ver viver para sempre, e não alguém com uma personalidade própria.

    A letra b) parece tentadora , mas perceba que não é isso que o autor defende..na verdade ele expõe a ideia de que a personalidade dos pais, em alguns casos, sw materializa nos filhos.

    Sucesso, bons estudos não desista

  • Achei a questão muito hard! Perdir um tempão e ainda errei.

  • e o uso generalizado da palavra “reprodução” para essa atividade (...) é na melhor das hipóteses um eufemismo para confortar os futuros pais antes que se metam em algo que não podem controlar.

    muitas vezes é nós mesmos que gostaríamos de ver viver para sempre, e não alguém com uma personalidade própria. Tendo previsto a marcha para a frente de nossos genes egoístas, muitos de nós não estamos preparados para filhos que apresentam necessidades desconhecidas. A paternidade nos joga abruptamente em uma relação permanente com um estranho, e quanto mais alheio o estranho, mais forte a sensação de negatividade

  • Questão difícil porque a letra B parece estar totalmente correta, porém o erro está na palavra constitui. Reprodução, de acordo com o texto, não constitui eufemismo, mas sim poderia ser uma hipótese. Constituir é sinonimo de nomear. E sabemos que reprodução, de fato, não é um eufemismo, mas sim eufemismo sob o ponto de vista do autor. 

  • Gab.: E

    Segundo o autor do texto, o emprego da palavra “reprodução” para se referir ao nascimento de um filho estabelece uma falsa ideia de que os filhos representam a continuidade da existência dos pais.

    "Não existe isso que chamam de reprodução. Quando duas pessoas decidem ter um bebê, elas se envolvem em um ato de “produção”, e o uso generalizado da palavra “reprodução” para essa atividade, com a implicação de que duas pessoas estão quase se trançando juntas, é na melhor das hipóteses um eufemismo para confortar os futuros pais antes que se metam em algo que não podem controlar. Nas fantasias subconscientes que fazem a concepção parecer tão sedutora, muitas vezes é nós mesmos que gostaríamos de ver viver para sempre, e não alguém com uma personalidade própria"

    Na verdade, reforça a ideia de que será um novo ser parecido com os pais.

    Questão HARD

  • Não marquei a letra "B" porque fui pesquisar o significado na da palavra "eufemismo". Apareceu no Google o seguinte significado:

    O eufemismo é utilizado para substituir uma palavra ou um termo tabu ou um conteúdo delicado e chocante, atenuando o seu sentido. Há graus no uso do eufemismo que variam de acordo com o quanto ele diminui a intensidade do significado pela substituição feita. Vejamos o exemplo da notícia de morte:

    “Ele morreu.”

    Aqui, o verbo “morrer” provavelmente apresenta alta carga negativa para quem recebe a notícia: é direto, objetivo e está próximo, sonoramente, da palavra (e da ideia de) morte.

    “Ele faleceu.”

    FONTE: https://www.portugues.com.br/gramatica/eufemismo.html

  • O erro da B é falar que reforça a ideia de que o filho terá caracteristicas próprias.

    A ideia de reprodução não reforça nada, ela da a entender que os filhos serão um espelho dos pais, reforça a ideia de que os fihos serão uma continuação da existencia dos pais

    E não que terão caracteristicas prórpias