SóProvas


ID
3465364
Banca
RBO
Órgão
Prefeitura de Itanhandu - MG
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Uma vida abaixo do tolerável


Crianças vivendo em bueiros: um triste retrato da miséria
nas ruas do Rio de Janeiro.


A orla da Praia de Ipanema é um dos metros quadrados mais caros do Rio de Janeiro. O vaivém dos turistas, os coqueiros na areia, as redes de vôlei lotadas e o mar deslumbrante fazem do lugar também um dos mais charmosos da cidade. Por isso é que a cena flagrada num domingo ensolarado, às nove e meia da manhã, causou espanto. Um menino saía de um bueiro. Ele não estava brincando com amigos nem fazendo travessura. Morava com seis outras crianças debaixo da Avenida Vieira Souto, endereço de artistas, empresários e outros endinheirados da cidade. Havia dois meses eles se abrigavam 1 metro abaixo do chão, em um túnel extenso e relativamente largo (de 2 metros), mas frio e úmido. Quando não estava espremido debaixo da terra, o grupo de meninos de rua circulava pedindo dinheiro, furtando turistas e amedrontando a vizinhança. A cena é motivo de indignação por uma razão adicional: trata-se de um flagelo urbano que, mesmo sem ser ainda numeroso, já se incorporou à paisagem do Rio de Janeiro.
Não é sequer a primeira vez que isso ocorre em Ipanema. Em março do ano passado, 25 pessoas foram surpreendidas quando saíam de uma tubulação em um local não muito distante dali. O grupo anterior também havia transformado a galeria em abrigo, mas com uma diferença. Daquela vez, o bueiro era equipado com colchonetes, cobertores, televisão e aparelho de som, que sugeriam uma estranha comodidade. Descoberto, o grupo foi removido. O mesmo já aconteceu em Copacabana, no centro. Situações como essa se repetem, e não escolhem protagonistas. Há, no centro do Rio, uma população que dorme quase todas as noites sob marquises por falta de dinheiro para o transporte até os bairros mais distantes depois que encerra o trabalho.
Depois do flagrante, as galerias foram vedadas e educadores da prefeitura passaram a acompanhar o grupo. Mas são medidas paliativas.
Esse tipo de flagelo urbano ocorre em boa parte das cidades do mundo. O exemplo mais conhecido e também o mais contrastante é o da cidade de Nova York. Um censo realizado recentemente constatou que aproximadamente 845 pessoas habitam as galerias do metrô da cidade. A maior parte são alcoólatras, viciados em drogas e doentes mentais. Alguns conseguem até mesmo regalias, como luz elétrica e água quente. Há casos de famílias numerosas que dispõem de “confortos” como eletrodomésticos, equipamentos eletrônicos e divisão em cômodos.
Em 1985, no filme Subway (metrô, em inglês – observação nossa), o personagem fugindo de uma perseguição, abrigouse nos subterrâneos do metrô de Paris, onde encontrou moradores com uma cultura própria, recheada de personagens excêntricos, vivendo à margem da sociedade parisiense.
A cena carioca é em tudo diferente. Não há charme nenhum em menores vivendo e se drogando em bueiros. As autoridades municipais cariocas anunciaram, na semana passada, providências que incluem estruturas de concreto, tampas de ferro e barras de aço – algo que, com certeza, se torna necessário. Entretanto, nunca é demais enfatizar, a vida de uma parte da população nos buracos da cidade não é um mero problema de engenharia.


Adaptado de artigo publicado na Revista Veja, de 08 de junho de 2009, de autoria de Roberta Salomone. 

O filme Subway apresenta uma população marginal de personagens excêntricos, com charme e cultura própria, contudo, não devemos misturar ficção e realidade. Sobre o vocábulo em destaque, podemos afirmar:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    ? O filme Subway apresenta uma população marginal de personagens excêntricos, com charme e cultura própria, contudo, não devemos misturar ficção e realidade.

    ? Temos, em destaque, uma conjunção coordenativa adversativa, matiz semântica de adversidade, ressalva, contraste, contraposição, oposição, outras conjunções com essa mesma classificação: não obstante, porém, só que, senão (=mas sim), todavia, entretanto, no entanto, ainda assim.

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • GABARITO: LETRA A

    Adversativasligam duas orações ou palavras, expressando ideia de contraste ou compensação. São elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante. Por exemplo:

    Tentei chegar mais cedo, porém não consegui.

    FONTE: WWW.SÓPORTUGUÊS.COM.BR

  • ta facil virar fiscal de tributos

  • A questão é sobre conjunções e quer saber sobre a conjunção "contudo" em "O filme Subway apresenta uma população marginal de personagens excêntricos, com charme e cultura própria, contudo, não devemos misturar ficção e realidade". Vejamos:

    Conjunções coordenativas são as que ligam termos ou orações de mesmo valor. As conjunções coordenativas podem ser: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

    Conjunções subordinativas são as que tornam orações dependentes, isto é, subordinam uma oração à outra. Com exceção das conjunções integrantes (que introduzem orações substantivas), essas conjunções introduzem orações adverbiais e exprimem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição, conformidade, consequência, fim, tempo e proporção).

     . 

    A) pode ser substituído no contexto da frase por, no entanto e exprime ideia de oposição, contraste.

    Conjunções coordenativas adversativas: têm valor semântico de oposição, contraste, adversidade, ressalva...

    São elas: mas, porém, entretanto, todavia, contudo, no entanto, não obstante, inobstante, senão (= mas sim)...

    Ex.: Não estudou muito, no entanto passou nas provas.

     . 

    B) pode ser substituído pela conjunção como e exprime comparação.

    Conjunções subordinativas comparativas: têm valor semântico de comparação, analogia, paralelo...

    São elas: como, assim como, mais... (do) que, menos... (do) que, tão... como (ou quanto), tanto... quanto..., qual ou como (precedidos de tal)...

    Ex.: Ele dorme como um urso. (dorme)

     . 

    C) pode ser substituído pela conjunção pois e exprime conclusão.

    Conjunções coordenativas conclusivas: têm valor semântico de conclusão, fechamento, finalização...

    São elas: logo, portanto, por isso, por conseguinte, pois (depois do verbo), então, assim, destarte, dessarte...

    Ex.: Estudamos muito, passaremos, pois, no concurso.

     . 

    D) pode ser substituído pela conjunção ou e exprime escolha.

    Conjunções coordenativas alternativas: têm valor semântico de alternância, escolha ou exclusão.

    São elas: ou... ou, ora... ora, já.. já, seja... seja, quer... quer, não... nem...

    Ex.: Ou estudava, ou trabalhava.

     . 

    Gabarito: Letra A