SóProvas


ID
3470437
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
Prefeitura de Novo Hamburgo - RS
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

“O último baobá”, conheça a lenda africana
sobre o renascimento da esperança



          Ninguém acreditava mais nas antigas lendas. Os narradores que se sentavam embaixo do baobá a desemaranhar longas histórias, protegidos pelas estrelas, já tinham partido quando a areia chegou.
             As palavras estavam caladas.
           Ninguém mais acreditava em um céu protetor. África era um enorme lençol amarelo. A areia, grão a grão, tinha construído um grande deserto. Interminável. Ninguém percebeu, ou ninguém quis se dar conta.
        A desolação chegou em silêncio. Aconteceu quando os glaciais se esvaneceram em uma queixa interminável, quando os ursos e as baleias se converteram em recordação, quando as águias perderam o rumo.
        O céu, cansado da torpeza da humanidade, se refugiou em outro céu, mais distante. Fugiu. Não podia mais proteger a terra.
         O velho tinha visto as pessoas partirem, os mais jovens em direção ao norte, os mais fracos em direção à escuridão.
        Sentiu uma nostalgia distante o invadir lentamente. O velho narrador, embaixo do último baobá, contou uma lenda antiga.
       Nela, falava do nascimento das estrelas, da luz, do mundo… Mas não havia ninguém mais disposto a escutar um velho prosador. Olhou em torno, procurando algum ouvido. África, rio amarelo, estava rodeada de silêncio. Buscou uma estrela perdida, no céu só havia escuridão.
       O velho apoiou as costas cansadas no tronco dolorido do baobá. Casca com casca. Pele rachada, alma dolorida.
        A árvore da vida estremeceu. O vento dava rajadas contra a areia carbonizada. Tinha que partir. Sabia que tudo se acabava. O último baobá e a última voz da África iriam embora juntos. Abriu o punho. Trêmulo, contemplou a semente diminuta que havia guardado tanto tempo. A semente da esperança.
         Olhou a árvore. Era o momento. Não se pode atrasar a retirada.
      Separou a areia até chegar à terra. Virou a mão e, pela linha da vida, girou a semente até encontrar um sulco.
       O baobá havia aberto a casca e do oculto coração brotou a água milagrosa. A árvore era a vida. 
      O velho voltou a fazer crescer baobás grandiosos como gigantes que beijavam as nuvens. Agora, sobre os escritórios, nos telhados, sobre as avenidas e os trens; nos beirais, sobre comércios, bancos e ministérios crescem trepadeiras coloridas. Embaixo delas, está escondida a destruição como uma lembrança dolorosa.


Adaptado de https://www.revistapazes.com/o-ultimo-baobaconheca-a-lenda-africana-sobre-o-renascimento-da-esperanca/

Analise o pronome destacado, em “O céu, cansado da torpeza da humanidade, se refugiou em outro céu, mais distante.”, e assinale o que for correto.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    ? ?O céu, cansado da torpeza da humanidade, se refugiou em outro céu, mais distante.? ? não se pode começar frase com pronome oblíquo átono, o correto é a ênclise (=REFUGIOU-SE).

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • Não concordo com a resposta, em alguns casos, é possível termos o pronome logo após a vírgula, ex.:

    "Não tardou a se adequar às normas que, embora injustas, se aplicavam (ou aplicavam-se) a todos"

    Os dois casos estão corretos, uma vez que o pronome relativo "que", mesmo estando distante, atraí o pronome oblíquo.

    O pronome destacado, para adequar-se às regras de colocação pronominal, deveria ser utilizado após o verbo “refugiou”, formando “refugiou-se”, visto que não é correto utilizá-lo diretamente após vírgulas.

    O que está escrito é a regra geral, mas veja que se retirarmos a vírgula junto a seu conteúdo, ficaremos com:

    O céu, cansado da torpeza da humanidade, se refugiou em outro céu, mais distante.

    O céu se refugiou em outro céu, mais distante.

    Não há erro de colocação pronominal.

    Peço que, por gentileza, me avisem se meu raciocínio estiver errado.

  • Gab B.

    Ênclise é a colocação do pronome depois do verbo.

    Existem mais dois tipos de posição: Próclise (pronome antes do verbo) e Mesóclise (pronome no meio do verbo).

    Como há uma virgula e não tem nada atraindo o pronome, o correto seria o uso da Ênclise.

  • Pessoas, Cuidado!!

    Para a banca CESPE/CEBRASPE, a colocação pronominal APÓS VÍRGULA (próclise) deve ser EVITADA, mas NÃO É PROIBIDA.

    Fonte: Flávia Rita

  • Essa banca n entendeu nem a própria frase...

    O céu, cansado da torpeza da humanidade, se refugiou em outro céu, mais distante.

    cansado da torpeza da humanidade (entre vírgulas é aposto)

    logo.... O céu se refugiou em outro céu...

  • GABARITO: LETRA B

    → “O céu, cansado da torpeza da humanidade, se refugiou em outro céu, mais distante.” → não se pode começar frase com pronome oblíquo átono, o correto é a ênclise (=REFUGIOU-SE).

  • Esse caso não seria de um sujeito explícito ,portanto, o correto seria correto a ênclise ou próclise?

  • ESSA BANCA ADORA PERGUNTAR SE o "SE" é pronome apassivador, ou índice de indeterminação do sujeito ou partícula de realce ou ainda SE como partícula integrante do verbo. Essa questão foi na verdade de colocação pronominal, mas a AOCP adora classificar a partícula SE nas questões, por isso vou deixar aqui um acréscimo nesta questão:

    NESTE CASO- é um verbo pronominal, pois o sentido do verbo é "Dirigir-se para um lugar protegido; mudar-se para local com proteção.

    LOGO: O "SE"está como partícula integrante do verbo.

  • A questão aborda o tema morfologia e colocação dos pronomes.

     “O céu, cansado da torpeza da humanidade, se refugiou em outro céu, mais distante.

     a) Incorreta.

    O pronome em destaque é oblíquo, pois vem conjugado junto ao verbo. Os pronomes possessivos são: meu, teu, seu, nosso, vosso, tua, sua...

     b) *Correta.

    O "se" está após a vírgula porque tem um termo isolado pela dupla vírgula, é como se fizesse uma ponte entre o sujeito expresso "céu" e o verbo junto ao seu pronome "se", senso assim, não é obrigatório o uso da ênclise.

    “O céu se refugiou em outro céu, mais distante..." essa é a escrita original sem o termo intercalado na sua ordem direta.

     "Excetuam-se as orações intercaladas —, nas quais os pronomes aparecem também antes do verbo (próclise): Tão altos exemplos de nobreza, disse-me o velho diplomata, eram comuns no meu tempo. Tão altos exemplos de nobreza, me disse o velho diplomata, eram comuns no meu tempo." (ROCHA LIMA, 2011). Pelo exemplo do gramático Rocha Lima, podemos perceber que se tiver intercalado entre a dupla vírgula, não há problemas em colocar o pronome antes do verbo.

    c) Incorreta.

    O pronome pessoal do caso reto aparece na oração para ser sujeito, e isso não ocorre.

    d) Incorreta.

    O pronome demonstrativo não é conjugado por necessidade do verbo como é o caso do "se" em destaque. Os pronomes demonstrativos são: Aquele(s), aquela(s) e aquilo, esse(s), essa(s) este(s), esta(s)...

    e) Incorreta.

    Os pronomes indefinidos não são conjugados junto ao verbo e são eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo...

    Referência bibliográfica:

    ROCHA LIMA, C. H. Gramática normativa da língua portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio, 2011.

    GABARITO DA BANCA: B

    GABARITO DO MONITOR: Nulo por não haver resposta correta.

  • “Se” é um pronome pessoal do caso reto, pois se refere ao sujeito da oração, “O céu”.

    Pronome Pessoal Oblíquo.

  • Eu acho que a alternativa dada como correta está, na verdade, equivocada. Realmente não se pode usar Pronome Oblíquo Átono após pontuação, exceto se for uma intercalação, como no caso da questão. Então pode sim utilizar o pronome após a vírgula. Na alternativa ele afirma que não pode.

  • Depois de fazer inúmeras questões da banca Instituto AOCP concluo que a mesma não aceita próclise após o uso da vírgula. Tanto os gramáticos quanto as bancas divergem quanto a isso, a dica é fazer muitas questões da sua banca e identificar qual a posição adotada por ela.

    Todo cuidado é pouco, ATENÇÃO!

  • Gabarito:B

    A menos errada. pois é possivel sim haver próclise quando houver um termo intercalado.

  • O se é parte integrante do verbo.

  • Não sabia que não podia usar após vírgula...

  • Parece que o Instituto AOCP não aceita próclise após o uso da vírgula, haja vista as diversas questões nesse sentido.

  • Bom, espero que a AOCP mantenha tal padrão e não venha se contradizer depois.

  • Gabarito: C.

    Existem outras questões de bancas como CEBRASPE, FCC, FGV que ratificam tal entendimento de que não é possível próclise após vírgula, via de regra. Além disso, com base nas regências do verbo "refugiar" e no contexto, estamos diante de sua forma pronominal (refugiar-se).

    Bons estudos!

  • GABARITO: B. O pronome destacado, para adequar-se às regras de colocação pronominal, deveria ser utilizado após o verbo “refugiou”, formando “refugiou-se”, visto que não é correto utilizá-lo diretamente após vírgulas.

    CORRETA. Nesse caso, o pronome "se" é um pronome oblíquo átono, logo, não pode iniciar frase.

    Os pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) não podem ser empregados no início de frase.

    **Atenção: algumas bancas não considerariam essa alternativa correta, por causa de o "se" estar após um trecho deslocado, situação em que não estaria iniciando uma frase, pois retirando o trecho deslocado a frase ficaria: “O céu, se refugiou em outro céu, mais distante.” > “O céu se refugiou em outro céu, mais distante.”

    Porém, a AOCP tem considerado incorreto o emprego do pronome logo após a vírgula.

    As demais alternativas estão claramente erradas, então também seria possível chegar na resposta por eliminação. (Em concurso, às vezes precisamos encontrar a alternativa "menos errada").

    Confira o erro das demais:

    A. O termo destacado é um .

    O termo destacado (se) é parte integrante do verbo "refugiar".

    C. “Se” é um pronome , pois se refere ao sujeito da oração, “O céu”.

    “Se” é um pronome oblíquo átono.

    D. “Se”, no contexto apresentado, é um pronome

    “Se” é um pronome oblíquo átono, que funciona como parte integrante do verbo pronominbal“Se” é um pronome oblíquo átono, que funciona com parte integrante do verbo pronominal "refugiar-se".

    E. “Se” é um pronome .

    “Se” é um pronome oblíquo átono, que funciona com parte integrante do verbo pronominal "refugiar-se" e refere-se ao sujeito "céu".

    https://www.instagram.com/portuguescomdani/

  • Acertei ,as Aulas da Prof PAMBA são boas kskskksk
  • Galera aprenda a jogar o jogo de cada Banca. Esse lance de, pode ou não, ser aceito próclise logo depois de vírgula depende do entendimento de cada banca. Nesse caso, está claro que a AOCP adota o entendimento que não há próclise depois de vírgula, em hipótese alguma, mesmo que seja proveniente de termo intercalado. "Estude seu inimigo antes da batalha."

    vlw, flw e atéee maisss...

  •  O céu, cansado da torpeza da humanidade,  refugiou -SE em outro céu, mais distante.”,  

     

     

    VIRGULA JUNTO DE PRONOME DÁ LUBISOMEM.

  • Quando o verbo iniciar a oração. (até porque não se inicia período com pronome oblíquo).

     Vou-me embora agora mesmo. 

     Levanto-me às 6h.

    Quando houver pausa antes do verbo: 

    Se eu passo no concurso, mudo-me hoje mesmo!

  • “O céu, cansado da torpeza da humanidade, refugiou-se em outro céu, mais distante.” (ênclise obrigatória)

    “O céu refugiou-se em outro céu, mais distante.” (ênclise facultativa)

  • "Se" é um pronome do caso reto" aí é apelar, né? kkkkkkk

  • Gab B

    Não começa frase com pronome oblíquo átono.

  • questão boa para recurso.

  • Estou vendo várias pessoas falarem que não se inicia uma oração com pronome oblíquo átonos, todavia nesta frase da questão o pronome não está iniciando uma oração, visto que há entre a oração há um termo adverbial deslocado. Dependendo do contexto, se tiver palavra atrativa, a próclise é aceita.

  • Sobre a letra C, que não foi bem explicada,

    o pronome "Se" é oblíquo átono!

    Pronome oblíquo, regra geral, são utilizados como complemento, diferentemente do pronome do caso reto, que desempenham a função de sujeito da oração.

  • Não adianta brigar com a banca... AOCP considera errado o uso de POA depois de vírgula.

  • questão gostosas da pohaaaaa

  • Olá.

    Reflito aqui a possibilidade de o assunto em questão tornar-se um pronome reflexivo.

    Explico:

    O céu refugiou-se.

    O céu refugiou-se em outro céu.

    Comentem, por favor.