- ID
- 3470443
- Banca
- INSTITUTO AOCP
- Órgão
- Prefeitura de Novo Hamburgo - RS
- Ano
- 2020
- Provas
-
- INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Novo Hamburgo - RS - Assistente de Fiscalização
- INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Novo Hamburgo - RS - Auxiliar de Saúde Bucal
- INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Novo Hamburgo - RS - Guarda Municipal
- INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Novo Hamburgo - RS - Secretário de Escola
- INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Novo Hamburgo - RS - Técnico de Informática
- INSTITUTO AOCP - 2020 - Prefeitura de Novo Hamburgo - RS - Técnico Operador de Sonorização e Iluminação
- Disciplina
- Português
- Assuntos
“O último baobá”, conheça a lenda africana
sobre o renascimento da esperança
Ninguém acreditava mais nas antigas lendas.
Os narradores que se sentavam embaixo do
baobá a desemaranhar longas histórias,
protegidos pelas estrelas, já tinham partido
quando a areia chegou.
As palavras estavam caladas.
Ninguém mais acreditava em um céu protetor.
África era um enorme lençol amarelo. A areia, grão
a grão, tinha construído um grande deserto.
Interminável. Ninguém percebeu, ou ninguém quis
se dar conta.
A desolação chegou em silêncio. Aconteceu
quando os glaciais se esvaneceram em uma
queixa interminável, quando os ursos e as baleias
se converteram em recordação, quando as águias
perderam o rumo.
O céu, cansado da torpeza da humanidade, se
refugiou em outro céu, mais distante. Fugiu. Não
podia mais proteger a terra.
O velho tinha visto as pessoas partirem, os
mais jovens em direção ao norte, os mais fracos
em direção à escuridão.
Sentiu uma nostalgia distante o invadir
lentamente. O velho narrador, embaixo do último
baobá, contou uma lenda antiga.
Nela, falava do nascimento das estrelas, da luz,
do mundo… Mas não havia ninguém mais
disposto a escutar um velho prosador. Olhou em
torno, procurando algum ouvido. África, rio
amarelo, estava rodeada de silêncio. Buscou uma
estrela perdida, no céu só havia escuridão.
O velho apoiou as costas cansadas no tronco
dolorido do baobá. Casca com casca. Pele
rachada, alma dolorida.
A árvore da vida estremeceu. O vento dava
rajadas contra a areia carbonizada. Tinha que
partir. Sabia que tudo se acabava. O último baobá
e a última voz da África iriam embora juntos. Abriu
o punho. Trêmulo, contemplou a semente diminuta
que havia guardado tanto tempo. A semente da
esperança.
Olhou a árvore. Era o momento. Não se pode
atrasar a retirada.
Separou a areia até chegar à terra. Virou a mão
e, pela linha da vida, girou a semente até encontrar
um sulco.
O baobá havia aberto a casca e do oculto
coração brotou a água milagrosa. A árvore era a
vida.
O velho voltou a fazer crescer baobás
grandiosos como gigantes que beijavam as
nuvens. Agora, sobre os escritórios, nos telhados,
sobre as avenidas e os trens; nos beirais, sobre
comércios, bancos e ministérios crescem
trepadeiras coloridas. Embaixo delas, está
escondida a destruição como uma lembrança
dolorosa.
Adaptado de https://www.revistapazes.com/o-ultimo-baobaconheca-a-lenda-africana-sobre-o-renascimento-da-esperanca/
Assinale a alternativa em que a palavra
contenha um prefixo e um sufixo.