SóProvas


ID
3753076
Banca
GUALIMP
Órgão
Prefeitura de Vila Valério - ES
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o seguinte texto:


O idioma, vivo ou morto?


O grande problema da língua pátria é que ela é viva e se renova a cada dia. Problema não para a própria língua, mas para os puristas, aqueles que fiscalizam o uso e o desuso do idioma. Quando Chico Buarque de Hollanda criou na letra de "Pedro Pedreiro" o neologismo "penseiro", teve gente que chiou. Afinal, que palavra é essa? Não demorou muito, o Aurélio definiu a nova palavra no seu dicionário. Isso mostra o vigor da língua portuguesa. Nas próximas edições dos melhores dicionários, não duvidem: provavelmente virá pelo menos uma definição para a expressão "segura o tcham". Enfim, as gírias e expressões populares, por mais erradas ou absurdas que possam parecer, ajudam a manter a atualidade dos idiomas que se prezam.
O papel de renovar e atualizar a língua cabe muito mais aos poetas e ao povo do que propriamente aos gramáticos e dicionaristas de plantão. Nesse sentido, é no mínimo um absurdo ficar patrulhando os criadores. Claro que os erros devem ser denunciados. Mas há uma diferença entre o "erro" propriamente dito e a renovação. O poeta é, portanto, aquele que provoca as grandes mudanças na língua.
Pena que o Brasil seja um país de analfabetos. E deve-se entender como tal não apenas aqueles 60 milhões de "desletrados" que o censo identifica, mas também aqueles que, mesmo sabendo o abecedário, raramente fazem uso desse conhecimento. Por isso, é comum ver nas placas a expressão "vende-se à praso", em vez de "vende-se a prazo"; ou "meio-dia e meio", em vez de − como é mesmo?
O português de Portugal nunca será como o nosso. No Brasil, o idioma foi enriquecido por expressões de origem indígena e pelas contribuições dos negros, europeus e orientais que para cá vieram. Mesmo que documentalmente se utilize a mesma língua, no dia a dia o idioma falado aqui nunca será completamente igual ao que se fala em Angola ou Macau, por exemplo.
Voltando à questão inicial, não é só o cidadão comum que atenta contra a língua pátria. Os intelectuais também o fazem, por querer ou por mera ignorância. E também nós outros, jornalistas, afinal, herrar é umano, ops, errare humanum est. Ou será oeste?




Sobre o texto, analise as afirmativas abaixo:


I - Há linguagem figurada em “Nesse sentido, é no mínimo um absurdo ficar patrulhando os criadores”.

II - A divisão silábica da palavra absurda é a-bsur-da.

III - Em: “O poeta é, portanto, aquele que provoca as grandes mudanças na língua”, a conjunção destacada estabelece ideia de conclusão.

IV - A palavra desuso é formada por derivação prefixal e seu prefixo é de origem latina.


Estão corretas:

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: B

    ✓ II - A divisão silábica da palavra absurda é a-bsur-da.

    ➥ INCORRETO. O correto é "ab-sur-da".

    ➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • O item II é um a-bsur-do

  • A divisão silábica da palavra absurda é a-bsur-da. ERRADO

    O CORRETO: ab-sur-da

  • O texto é um ab-sur-do e a banca pode sofrer processo por não citar a autoria

  • penseiro entrou no dicionário, mas elefoa não....então, quer dizer, pobre não pode inventar palavra nenhuma.

  • Saber a origem do PREFIXO... que isso hein !!!!

  • Não encontrei o sentido figurado da frase “Nesse sentido, é no mínimo um absurdo ficar patrulhando os criadores”.

    Alguém poderia me explicar?

  • A questão é sobre semântica, fonologia e morfologia e quer que identifiquemos a alternativa correta. Vejamos:

     .

    I - Há linguagem figurada em “Nesse sentido, é no mínimo um absurdo ficar patrulhando os criadores”.

    Certo. Em "patrulhar", há uma linguagem simbólica, figurada, já não está no sentido de "vigiar ou fazer ronda com patrulha(s)", mas, sim, de "controlar o comportamento de (alguém), cobrando coerência com princípios éticos, políticos etc."

    Linguagem figurada ou conotação: sentido simbólico das palavras, não literal.

    Linguagem literal ou denotação: sentido literal, básico, usual, real.

     .

    II - A divisão silábica da palavra absurda é a-bsur-da.

    Errado. A divisão correta é "ab-sur-da", pois é assim que soletramos. Lembrando que o "b" não poderia ficar sozinho, pois não existe sílaba sem vogal. Nesse caso, a consoante deve se ligar à sílaba anterior.

     .

    III - Em: “O poeta é, portanto, aquele que provoca as grandes mudanças na língua”, a conjunção destacada estabelece ideia de conclusão.

    Certo. "Portanto" é uma conjunção coordenativa conclusiva e traz ideia de conclusão.

    Conjunções coordenativas conclusivas: têm valor semântico de conclusão, fechamento, finalização...

    São elas: logo, portanto, por isso, por conseguinte, pois (depois do verbo), então, assim, destarte, dessarte...

    Ex.: Estudamos muito, portanto passaremos no concurso.

     .

    IV - A palavra desuso é formada por derivação prefixal e seu prefixo é de origem latina.

    Certo. Em "desuso", há o prefixo de origem latina "des", que significa “ação contrária”.

     .

    Gabarito: Letra B