SóProvas


ID
4847326
Banca
INSTITUTO PRÓ-MUNICÍPIO
Órgão
ISGH
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A grande árvore e o bambu

    O mestre e seu jovem discípulo caminhavam em silêncio pela estrada que ligava o templo ao vilarejo. Na noite anterior uma forte tempestade havia caído na região e havia muitas folhas e galhos espalhados pelo caminho. A certa altura, os dois foram obrigados a saltar o tronco de uma grande árvore que havia tombado e expunha um emaranhado de raízes retorcidas.
    – Há certas coisas que não compreendo – disse o discípulo. – Como é possível que uma árvore tão forte, com raízes assim robustas, tombe por causa da tempestade, enquanto outras plantas frágeis continuam de pé?
    O mestre parou de caminhar e olhou ao seu redor, como se procurasse alguma coisa. Depois de instantes, disse ao discípulo:
    – Vê aquela moita de bambus ali adiante, na margem do caminho?
    – Sim!
    – Durante as grandes tempestades, as varas do bambu se agitam de um lado para o outro, chegam quase a tocar o chão. Elas se submetem à força dos ventos, mas, quando a tormenta passa, estão novamente como sempre estiveram, firmes e intactas, como se nada tivesse acontecido.
    O discípulo contemplou a moita a alguns metros de distância. Por um instante, lembrou-se das pescarias que fazia quando criança, usando uma fina vara de bambu. Lembrou-se de como a vara vergava, sem jamais quebrar, quando um peixe grande abocanhava a isca.
    O mestre continuou:
    – Já a árvore que acabamos de saltar não resistiu à tempestade porque seu tronco, grosso e rígido, era incapaz de se curvar. Ao longo de toda a sua vida, ela veio resistindo, imóvel, às tempestades violentas, perdendo muitas folhas e galhos. Até que, um dia, não pôde suportar seu próprio peso e sucumbiu.
    O discípulo, já habituado com as parábolas do mestre, permaneceu em silêncio, aguardando o ensinamento que estava por vir.
    – Assim também é com os homens – prosseguiu o mestre.
    – Há os que procuram resistir às tormentas da vida e se enrijecem, se agarram com todas as forças ao que conhecem, recusam-se a mudar. E há os que aceitam as adversidades, adaptam-se às circunstâncias e sofrem mudanças, mas continuam inteiros.
‘‘Os primeiros temem as tempestades, mas não conseguem evitá-las. Os segundos sabem que as tempestades são inevitáveis, mas não as temem’’
(http://sucessocoach.com.br/a-grande-arvore-e-o-bambu/)

Observe as informações acerca do texto, julgando-as certas (C) ou erradas (E):

( ) No primeiro parágrafo do texto predomina uma sequência narrativa;
( ) “Durante as grandes tempestades, as varas do bambu se agitam de um lado para o outro, chegam quase a tocar o chão.” No trecho há período simples;
( ) “Há os que procuram resistir às tormentas da vida e se enrijecem”. A palavra destacada “os”, no contexto, é classificada morfologicamente como pronome;
( ) “...estão novamente como sempre estiveram, firmes e intactas”. A palavra destacada “como” é uma conjunção adverbial conformativa.

A sequência correta de cima para baixo é:

Alternativas
Comentários
  • No primeiro parágrafo do texto predomina uma sequência narrativa;

    Correto, há uma sequência de fatos sendo narrada.

    “Durante as grandes tempestades, as varas do bambu se agitam de um lado para o outro, chegam quase a tocar o chão.” No trecho há período simples;

    Incorreto, há um período composto por coordenação, pois temos dois verbos.

    “Há os que procuram resistir às tormentas da vida e se enrijecem”. A palavra destacada “os”, no contexto, é classificada morfologicamente como pronome;

    Correto, os é um pronome demonstrativo que equivale ao pronome aqueles.

    “...estão novamente como sempre estiveram, firmes e intactas”. A palavra destacada “como” é uma conjunção adverbial conformativa.

    Correto.

    GABARITO. B

  • A palavra "como" pode indicar:

    --> Causa = trocar por "já que".

    --> Comparação = trocar por "igual a".

    --> Conformidade = trocar por "conforme".

     “...estão novamente conforme sempre estiveram, firmes e intactas”.

    GAB: B.

  • Como, na frase, tem valor comparativo e não conformativo. Basta substitui-lo por um sinônimo como do mesmo modo, da mesma maneira, da mesma forma, do mesmo jeito para perceber a noção de comparação da afirmação: [...] estão novamente do mesmo jeito que sempre estiveram, firmes e intactas.

    A banca equivocou-se.

  • O primeiro parágrafo parece muito mais descritivo que narrativo... Essa subjetividade de questões ligadas a interpretação de texto é péssima para certames públicos que se propõem objetivos.

  • O conector COMO pode ter vários sentidos e classificações:

    -Conjunção aditiva- correlato a não só...como mas também

    Ex: Não só estudo como valorizo a educação (Não só mas também);

    -Conjunção comparativa: ideia de igualdade= tal qual

    Ex: Ela era bonita como a mãe (tal qual);

  • Desculpa...mas o primeiro item está errado.

    No primeiro paragrafo temos a característica do tipo Descritivo

    GABARITO CORRETO C

  • Não seria no segundo parágrafo?